05 setembro 2013

Ambientalistas discutem efeitos da tecnologia sem fio na saúde humana


Edição de setembro do AGAPAN Debate, que acontece dia 9 na Faculdade de Arquitetura da UFRGS, vai mostrar pesquisas que apontam que redes wireless, celulares e antenas de telecomunicações podem não ser seguros para a vida dos indivíduos.  

Pesquisas e experimentos têm demonstrado que as tecnologias de comunicação sem fio podem causar grandes danos à saúde dos indivíduos. Tanto que, desde maio de 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica radiações provenientes de redes wireless, celulares, antenas de telecomunicações e bluethooth como "possivelmente cancerígenas".
"São as radiações não-ionizantes, que podem causar quebras simples e duplas das moléculas de DNA e alterações da barreira hemato-encefálica, podendo, com isso, gerar enfermidades e inclusive câncer", alerta o doutor em Engenharia Elétrica e professor da UFRGS, Álvaro Salles.
Salles é um dos convidados do AGAPAN Debate de setembro e, ao lado da farmacêutica e bioquímica Ana Valls, vai discutir com a platéia as debilidades da legislação em vigor e as precauções que o cidadão comum pode tomar para evitar prejuízos à sua saúde. A entidade ambientalista assim, se soma a vários grupos no Brasil, na América Latina, nos Estados Unidos e em países da Europa que vem alertando suas populações para os riscos decorrentes das radiações da comunicação sem fio.
"É preciso que se debata o tema para reverter o quadro de desinformação das comunidades, principalmente para garantirmos que as crianças e adolescentes tenham direito à vida em primeiro lugar", defende a diretoria da entidade. 
Porto Alegre possui uma das leis mais avançadas no país sobre a instalação de antenas de telefonia, as chamadas Estações de Rádio-Base, sancionada graças à pressão popular no ano de 2002. A Lei das Antenas, como ficou conhecida, estabelece limites protetivos semelhantes aos aplicados na Suíça e vem inspirando regras semelhantes em várias cidades de todo o Brasil.
Entretanto, na contramão dos que tomam Porto Alegre como exemplo, a Câmara Municipal está propondo alterações nas normas vigentes na cidade. "É bom que as pessoas sejam alertadas que a Lei das Antenas está sendo discutida por pressão das empresas, que estão devendo multas por não terem se adequado à ela no prazo de três anos", lamenta Ana Valls, que participou ativamente do movimento cidadão que resultou na legislação.
Outra preoocupação que será abordada no debate diz respeito a propaganda dirigida às crianças. A Agapan avalia que a publicidade atual, voltada para o consumo de tecnologias sem fio, se assemelha àquela que massificou o fumo entre a população no período entre 1960 e 1980 - hábito que hoje é publicamente condenado. "O anúncios induzem as pessoas a usarem aparelhos de telefonia celular como se fossem brinquedos", lamenta a entidade, que vincula o aumento de incidência de câncer no Brasil - 500 mil novos casos a cada ano - ao uso descontrolado dessas tecnologias.

Serviço:
O que: AGAPAN Debate
Tema: "Os riscos da radiação eletromagnética não ionizante da telefonia celular"
Convidados: 
Professor Álvaro Salles - UFRGS
Conselheira Ana Valls - AGAPAN
Quando: 9 de setembro de 2013, 19h
Local: Faculdade de Arquitetura da UFRGS (Rua Sarmento Leite, 320  -  Porto Alegre)

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimo texto informativo, isto confirma o porque a cada ano o câncer está aumentando, ou seja, conforme a tecnologia sem fio fica mais potente no caso do 4G e amplificação das transmissões Wireless, aumenta a a filtração da radiação no corpo humano. Infelizmente é provável que a situação fique pior, muitos obcecados pela tecnologia não vai se importar com essas radiações.