Moradores vistoriam as margens do Guaíba, ao fundo da fábrica de celulose
Foto: Arquivo ABA
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No dia 4 de junho deste ano, um grupo de moradores da cidade de Guaíba (RS) fundou a Associação Comunitária do Balneário Alegria (ABA).
Entre as finalidades descritas no Artigo 2º do Estatuto Social da entidade, consta a "defesa da habitação dos moradores da área de abrangência da Associação". O artigo também apresenta o objetivo de promover a defesa do meio ambiente e, em seu parágrafo único, "auxiliar a desenvolver um projeto sustentável, sem exploração e alternativo ao modelo econômico social".
A Agapan tem acompanhado a luta incansável de moradores do Bairro Alegria para exporem o drama que têm vivido desde o início das obras da quadruplicação da fábrica chilena de celulose CMPC até o início das atividades. Os impactos diretos sofridos vão desde o forte odor emitido pelos processos químicos da produção até o barulho que ultrapassa o limite máximo permitido, avança a noite e segue ao longo da madrugada. Além disso, há o o medo constante de acidentes com Dióxido de Cloro. O limite da fábrica fica a poucos metros das casas e avança para dentro do rio Guaíba, manancial que abastece de água a população do município e da capital gaúcha, Porto Alegre, além outras cidades próximas. Um duto de 1,7 kilômetros despeja, diariamente, grande quantidade de resíduos industriais no rio.
No entanto, os problemas não se restringem apenas ao bairro, conforme indica o comentário abaixo, postado no blog da Agapan no dia 22 de maio de 2015.
“A população do bairro Alvorada sente com o barulho e a emissão de uma cinza percebida nas janelas e pátios das casas. Esta informação nos preocupa e estamos temendo danos à saúde e prejuízos financeiros e imobiliários. O que fazer agora? É inacreditável um empreendimento tão perigoso tão perto de áreas residenciais.”
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Nós entrevistamos a presidente eleita da Associação Comunitária do Balneário Alegria, Cristiane Montemezzo Simões.
Confira, abaixo.
Imprensa Agapan: Por que vocês decidiram criar uma associação?
Cristiane: A associação foi criada pela necessidade de resgatarmos a qualidade de vida dos moradores do Balneário Alegria. A praia que foi muito bem frequentada, também por moradores de Porto Alegre, hoje encontra-se abandonada, sem calçamento, árvores caindo e cheia de lixo, além disso, temos um fator agravante de poluição que aumentou muito com a quadruplicação da CMPC. Temos também outras necessidades, como a linha de ônibus que não entra mais no balneário, segurança precária ou nenhuma, decisões que são tomadas pelo poder público, referente ao Balneário, sem ninguém ser consultado, por não termos uma associação. Estes são alguns fatores que nos levaram a formar esta união.
Imprensa Agapan: Que ações vocês pretendem fazer para tentar solucionar esses problemas?
Cristiane: O primeiro passo já foi dado, com a constituição da ABA. Nós moradores, como comissão, já estamos com uma ação em andamento, em relação a poluição e transtornos que a CMPC vem causando. Agora, seguimos com ela como associação. Outras ações serão tratadas junto à prefeitura e órgãos competentes, como a revitalização da orla, segurança e mobilidade. Também serão feitas ações com os moradores, como a conscientização de descarte correto dos lixos, preservação do meio ambiente, incentivo para a preservação e plantação de árvores. A ABA quer revitalizar o Balneário. Queremos voltar a ter orgulho de morar no Balneário Alegria.
Imprensa Agapan: Pode-se afirmar, então, que a ABA surgiu a partir do grupo que se uniu e formou, inicialmente, uma comissão para tentar solucionar os problemas do bairro, principalmente os causados pela fábrica?
Cristiane: Sim, podemos afirmar que a ABA surgiu da comissão que está tentando solucionar inicialmente os problemas causados pela fábrica. Hoje vemos também outras necessidades no Balneário, então fundamos a associação.
Imprensa Agapan: Além dos impactos locais (no bairro) a ABA tem alguma preocupação mais ampla? (Com o rio Guaíba e o bioma Pampa, por exemplo)
Cristiane: Sim, a ABA também está preocupada com a qualidade das águas do rio Guaíba e o bioma Pampa. Estas são questões mais amplas, que futuramente queremos tratar junto a outras associações de Guaíba e de cidades vizinhas e, para isso, gostaríamos de continuar contando com o apoio da Agapan.
Imprensa Agapan: Que recado você deixa para os moradores de Guaíba?
Cristiane: Temos que parar de reclamar e agir. Temos que cumprir com as nossas obrigações de cidadão e exigir nossos direitos. Precisamos olhar para o futuro. O progresso não é o lucro e sim o desenvolvimento sustentável.
Confira, abaixo.
Imprensa Agapan: Por que vocês decidiram criar uma associação?
Cristiane: A associação foi criada pela necessidade de resgatarmos a qualidade de vida dos moradores do Balneário Alegria. A praia que foi muito bem frequentada, também por moradores de Porto Alegre, hoje encontra-se abandonada, sem calçamento, árvores caindo e cheia de lixo, além disso, temos um fator agravante de poluição que aumentou muito com a quadruplicação da CMPC. Temos também outras necessidades, como a linha de ônibus que não entra mais no balneário, segurança precária ou nenhuma, decisões que são tomadas pelo poder público, referente ao Balneário, sem ninguém ser consultado, por não termos uma associação. Estes são alguns fatores que nos levaram a formar esta união.
Imprensa Agapan: Que ações vocês pretendem fazer para tentar solucionar esses problemas?
Cristiane: O primeiro passo já foi dado, com a constituição da ABA. Nós moradores, como comissão, já estamos com uma ação em andamento, em relação a poluição e transtornos que a CMPC vem causando. Agora, seguimos com ela como associação. Outras ações serão tratadas junto à prefeitura e órgãos competentes, como a revitalização da orla, segurança e mobilidade. Também serão feitas ações com os moradores, como a conscientização de descarte correto dos lixos, preservação do meio ambiente, incentivo para a preservação e plantação de árvores. A ABA quer revitalizar o Balneário. Queremos voltar a ter orgulho de morar no Balneário Alegria.
Imprensa Agapan: Pode-se afirmar, então, que a ABA surgiu a partir do grupo que se uniu e formou, inicialmente, uma comissão para tentar solucionar os problemas do bairro, principalmente os causados pela fábrica?
Cristiane: Sim, podemos afirmar que a ABA surgiu da comissão que está tentando solucionar inicialmente os problemas causados pela fábrica. Hoje vemos também outras necessidades no Balneário, então fundamos a associação.
Imprensa Agapan: Além dos impactos locais (no bairro) a ABA tem alguma preocupação mais ampla? (Com o rio Guaíba e o bioma Pampa, por exemplo)
Cristiane: Sim, a ABA também está preocupada com a qualidade das águas do rio Guaíba e o bioma Pampa. Estas são questões mais amplas, que futuramente queremos tratar junto a outras associações de Guaíba e de cidades vizinhas e, para isso, gostaríamos de continuar contando com o apoio da Agapan.
Imprensa Agapan: Que recado você deixa para os moradores de Guaíba?
Cristiane: Temos que parar de reclamar e agir. Temos que cumprir com as nossas obrigações de cidadão e exigir nossos direitos. Precisamos olhar para o futuro. O progresso não é o lucro e sim o desenvolvimento sustentável.
Heverton Lacerda
Imprensa Agapan
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