13 novembro 2012

Seminário sobre uso do telefone celular alerta sobre riscos à saúde

Prof. Álvaro Salles, da UFRGS - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN
Seminário sobre uso do telefone celular alerta sobre riscos à saúde

Os riscos da radiação utilizada para o funcionamento dos telefones celulares à saúde humana foi o tema do painel que abriu o Seminário Estadual sobre o assunto, realizado na última segunda-feira (12/11), na Assembleia Legislativa, e promovido pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da AL/RS, com apoio da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ministério Público Estadual, OAB/RS, Ufrgs, Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (Apedema) e da Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica e Telefonia.

Francisco Milanez, presidente da AGAPAN, na abertura do evento
Foto: Galileu Oldenburg/AL-RS

A primeira palestrante foi a médica Geila Vieira, uma das colaboradoras da chamada “Lei das Antenas” de Porto Alegre, que restringe a instalação de estações de rádio base junto a escolas e hospitais da capital, a exemplo da legislação suíça. A médica associou o uso de celulares a diversas doenças, desde cefaleia e exaustão, até leucemia, e cobrou do Legislativo gaúcho uma lei mais efetiva em relação aos celulares, considerando o tema caso de saúde pública e ambiental.

Palestra da médica Geila Vieira - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN

Casos de câncer aumentam para quem vive perto de antenas
A engenheira Adilza Dode realizou um estudo em Belo Horizonte (MG), no qual constatou que pessoas que moram ou trabalham próximo a antenas de telefonia têm mais chance de desenvolverem câncer. “E quanto mais perto, pior.” O problema só diminui a partir de 500 metros. Ela criticou a legislação brasileira por defender o mercado da telefonia e não a saúde das pessoas.


Primeiro Painel: Geila Vieira, Marisa Formulo e Adilza Dode
Foto Cesar Cardia/AGAPAN
A engenheira listou medidas para evitar os riscos causados pelo uso de celulares:
- Usar só em casos extremos;
- Dar preferência ao uso de mensagens de texto;
- Coibir o uso para crianças e adolescentes (como o cérebro está em desenvolvimento, a penetração da radiação é maior);
- Manter o aparelho afastado do corpo;
- Atender o telefone longe de grupos e pessoas;
- Não utilizar em hospitais (onde as pessoas já estão com a saúde debilitada);
- Não usar perto de doentes;
- Grávidas devem evitar o uso, principalmente próximo à barriga;
- Não usar em veículos fechados (ônibus, trem, etc);
- Desligar à noite e não deixar perto da cama;
- Manter o aparelho afastado de próteses metálicas
Plenário lotado na Assembleia Legislativa do RS - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN

Painel debate legislação sobre radiação eletromagnética
Durante o painel “A legislação, o princípio da precaução e o nosso direito à informação”, a promotora de justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Ana Maria Marchesan, destacou que a radiação não-ionizante dos telefones celulares pode ser considerada um tipo de poluição ambiental, pois a grande quantidade de antenas ou de torres instaladas nas cidades provoca o chamado “efeito paliteiro”, que afeta negativamente a paisagem urbana e desrespeita leis, como o Estatuto das Cidades. Ela lembrou ainda que, no campo do direito ambiental, incide o princípio da precaução, segundo o qual, se houver dúvida científica quanto aos males que podem ser produzidos por determinado agente, a atitude a ser tomada é a de evitar a situação potencialmente poluidora. Para Ana Maria, embora não conste na Resolução 237 do Conama, as estações de rádio base deveriam ser consideradas atividades potencialmente poluidoras sujeitas à licenciamento ambiental.

Promotora Ana Maria Marchesan e vereador Beto Moesch
no segundo painel - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Beto Moesch, lembrou a luta da sociedade civil em prol da aprovação da lei municipal nº 8.896, de 2002, que trata da instalação de estações de rádio base e de telefonia na capital. Segundo o vereador, a norma permite a colocação de antenas de celular em Porto Alegre, desde que respeitados limites, como o de 500 metros de distância entre cada torre e terem sua instalação permitida a 50 metros de hospitais e creches. “Não houve a intenção de inviabilizar a atividade, mas de disciplinar e regrar a instalação de antenas”, disse. Moesch alertou para o fato de que, com a proximidade da Copa de 2014, as operadoras de telefone celular e de internet móvel estão pressionando o município a rever essa legislação. As empresas argumentam que, segundo o vereador, a nova tecnologia 4G exige a aprovação de uma nova disciplina legal.


Prof. Álvaro Salles é um dos maiores especialistas mundiais no tema
Foto: Cesar Cardia/AGAPAN

Professores destacam perigos oferecidos pelo uso do celular 
“As tecnologias podem ser menos agressivas para a nossa saúde” foi o tema abordado no último painel do seminário. O professor Álvaro Salles, da Ufrgs, alertou que o maior perigo é manter o aparelho de celular encostado no corpo, em especial à cabeça. Isso porque, conforme estudos, para cada milímetro que se afasta o aparelho da cabeça, decresce o perigo da radiação no cerébro do usuário. Salles citou estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde, que relacionam o aumento de câncer na carótida ao uso excessivo de celulares. Como forma de diminuir riscos, o professor aconselha o uso de celulares apenas quando não tiver um telefone de linha fixa próximo; evitarem a utilização de equipamentos tipo wireless, além das operadoras escolherem frequências com menores riscos à saúde humana e obedecerem normas e limites de segurança.

Cláudio Fernandes, do IFRS, defende nova legislação sobre o assunto
Foto: Cesar Cardia/AGAPAN
O professor Cláudio Fernandez, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, também destacou os perigos oferecidos à saúde dos usuários, defendendo uma nova legislação sobre o assunto e a utilização de frequência menos agressivas pelas operadoras.

Ana Valls, da AGAPAN, destacando tópicos para a Carta de Porto Alegre
Foto: Cesar Cardia/AGAPAN

Carta de Porto Alegre
Ao final do evento, a conselheira da Agapan, Ana Valls, destacou os principais tópicos do seminário, que deverão ser publicados na “Carta de Porto Alegre", a ser encaminhada aos governos municipal, estadual e federal, contendo, entre outras sugestões:
  • que a proposição de legislação no Brasil determine aos fabricantes de aparelhos e às operadoras a adoção de alternativas tecnológicas adequadas, mediante, por exemplo, a utilização preferencial de meios que se utilizam de fibras óticas e cabos coaxiais;
  • que as autoridades responsáveis pela saúde pública tomem providências, no sentido de reduzirem a exposição da população a esse tipo de radiação;
  • que seja proibida a localização de antenas das operadoras próximo a áreas residenciais, hospitais e creches, ou direcionadas aos mesmos;
  • que os governos promovam ampla campanha para esclarecimentos à população a respeito do assunto, e
  • que o governo proteja os pesquisadores que buscam, baseados em comprovações científicas, evidências dos malefícios causados à saúde pela radiação não ionizada, impedindo o assédio moral a estes profissionais e estudiosos.
Foi sugerido, ainda, a criação de um grupo permanente de discussão sobre o tema, através da coordenação da Agapan, e a possibilidade de realização de um novo seminário em 2013.

Presidentre da CSMA -AL, deputada Marisa Formolo, Ana Valls
e Sandra Ribeiro da AGAPAN - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN

Pela Assessoria de Imprensa da Agapan, com apoio da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa/RS

Matéria da TV Assembleia RS:

Um comentário:

Anônimo disse...

Tortura por rádio frequência eletromagnética

Já é possível ler os pensamentos e enviar todo tipo de sons direto no crânio utilizando antenas de telefonia móvel, satélite e o cérebro humano. Essa tecnologia por satélite é controlada por uma rede global de criminosos, esses elementos que compõem o bando que estão ignorando às leis são formados por quadrilhas inteiras que estão usurpando estes corpos. Os criminosos adentram o cérebro humano 24 hs a conexão pode vir de várias pessoas ao mesmo tempo, leitura do córtex visual através da interface cérebro computador. O crime organizado utiliza essa tecnologia no narcotráfico e para torturar pessoas. Esse mecanismo de tortura moderna e eliminação dos direitos humanos e da privacidade individual visa debilitar o alvo desse assédio. Saibam mais no Google sites controle mental, v2k technology, synthetic telepathy, voice to skull technology, nano implant brain radar, remote neural monitoring satellite harassment terrorism and human experimentation of Brazil, gang stalking world, microwaves in remote neural monitoring, Psychotronic Weapons. Já existem inúmeras vítimas no nosso país isto está acontecendo no mundo todo. Armas Neuroeletronicas já estão sendo usadas contra cidadãos brasileiros.