Agapan questiona consulta pública, marcada para 23 de agosto, e inicia campanha pelo “não” à ocupação, seja comercial ou residencial.
A Orla do Guaíba é uma das mais valiosas e mais importantes áreas em termos paisagísticos e da ecologia urbana de Porto Alegre e, por isso, deve ser mantida, garantindo a melhoria da qualidade de vida da nossa cidade. Entretanto “a contínua tendência de ocupação dos espaços públicos urbanos nos coloca na contramão da história”, analisa o conselheiro Celso Marques, ao antecipar que “o projeto abre um precedente legal que ameaça o que ainda resta da Orla do Guaíba como patrimônio público”, e lamenta o descumprimento da Lei Orgânica do Município e do Estatuto da Cidade.
“O que estamos vendo é a tentativa de adaptar a lei aos interesses privados, quando esses é que devem se adaptar à legislação”, afirma Marques. Para ele, o cidadão porto-alegrense perde diante da ausência das funções normativas do Plano de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre (PDDUA), “que não mais contemplará esse espaço como de interesse público, para beneficiar os interesses privados da especulação imobiliária e da construção civil”.
A AGAPAN, pioneira do movimento ambientalista gaúcho e brasileiro, fundada há 38 anos, conclama os porto-alegrenses, a mais uma vez, serem os protagonistas da história ambiental e cultural da nossa cidade como fizeram há 21 anos, quando, num maravilhoso abraço ao Guaíba, disseram NÃO ao projeto Praia do Guaíba. “Se aprovado naquela época, hoje não teríamos a ORLA PÚBLICA, DE LAZER E CULTURA que se estende da Usina do Gazômetro até o Beira Rio”, lembra o ambientalista.
O NÃO ao projeto residencial do Pontal do Estaleiro é de fundamental importância para que outros projetos não privatizem a Orla. “O NÃO indicará, também, que os moradores da capital gaúcha tenham uma Orla naturalmente preservada, de acordo com a consciência ambiental e cultural que tanto identifica os cidadãos de Porto Alegre”, finaliza Celso Marques.
Charge: Angeli/ site uol
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