24 julho 2013

Cultura do carro nos EUA dá marcha a ré

Cultura do carro nos EUA dá marcha a ré

Total de jovens que não dirigem no país dobrou em 30 anos; ciclovias e transporte público recebem investimentos
Nova economia, além de concentrar emprego nas cidades, fez carro perder seu status de objeto de desejo, dizem estudos

DE WASHINGTON

Dos jovens americanos entre 20 e 24 anos de idade, 20% não têm carteira de habilitação; 40% dos que têm 18 anos tampouco. Nos dois casos, o número de jovens que não dirigem no país das autoestradas dobrou em 30 anos.


Desde 2001, o total de quilômetros dirigidos pelos americanos está em declínio, muito antes da crise de 2008. 

Leia a matéria no site da Folha de São Paulo:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/120158-cultura-do-carro-nos-eua-da-marcha-a-re.shtml


Manifestaçâo do MOGDEMA sobre a saída da AGAPAN do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA)


No último dia 10 de Julho, a AGAPAN divulgou comunicado de seu afastamento do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA/RS), apontando algumas razões, expostas em nota pública.

Não se pode dizer que o fato nos surpreendeu, embora tenhamos lamentado, cientes da significativa trajetória desta ONG pioneira e toda a valiosa contribuição prestada, ao longo dos seus vinte anos de atuação no CONSEMA, e suas mais de quatro décadas a favor do avanço das políticas públicas na área ambiental no RS e no Brasil.

Ao dizer que não foi surpresa, remetemos este fato à histórica luta do movimento ambientalista gaúcho pela exigência de uma reforma de caráter democrático no Conselho Estadual do Meio Ambiente, começando pelo combate à falta de paridade na composição do próprio Conselho, onde o governo junto com as empresas têm uma absoluta maioria. Isso revela-se, justamente, contra a própria lei de sua criação (Resolução n. 1/1995), que no parágrafo 2° do artigo 3° do Regimento do Consema, onde define que "assegurar-se-á a paridade de representação entre os órgãos e entidades governamentais e as entidades representativas da comunidade organizada". Porém, isso, nem de longe, vem ocorrendo.

Entre os 31 representantes do Consema, pelo menos 10 são do governo, enquanto as entidades ambientalistas têm direito, por lei, a cinco vagas indicadas pela Apedema do RS. No processo de enfraquecimento da representação da sociedade, houve a subtração ilegal de uma das vagas das entidades ambientalistas, por parte do Governo Rigotto, fato que persiste até hoje, em nome de uma entidade que representa o setor pesado da megasilvicultura, travestida de ONG. Para sacramentar esta distorção, no apagar das luzes do governo Yeda (dezembro de 2010), o PL 33, bem articulado pelo então secretário Berfran Rosado (preso recentemente na operação Concutare), acabou incluindo a Fecomércio e o CREA (ligadas aos setores produtivos), junto com uma vaga para uma entidade ligada à mobilidade urbana, além de retrocederem na retirada da possibilidade de eleição de uma presidência do Conselho que não fosse o próprio Secretário Estadual de Meio Ambiente. Este não vínculo obrigatório existia para dar maior independência, democracia e representatividade a uma instância de Estado, e não de governo, fato que já é consagrado em outros conselhos, como o estadual de Saúde, onde a presidência não é ocupada pelo governo. Infelizmente, a mudança se deu para fortalecer o viés homologador das iniciativas ou decisões de governo.

Esta montanha de contradições na composição do Consema acaba, portanto, comprometendo sua legitimidade, emergindo daí várias decisões absurdas que vêm em claro prejuízo ao meio ambiente. Um dos casos mais emblemáticos desta distorção foi quando a maioria do plenário do CONSEMA, alinhada ao governo e ao setor econômico, aguardou sete horas no Plenário até que fosse derrubada uma liminar que impedia uma votação que não respeitava prazos de pedido de vistas por parte de ONGs, e acabou aprovando, as 22 h do dia 8 abril de 2008, uma proposta que, em termos práticos, traduziu-se em um falso Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS). Este desvirtuamento, na época, era para atender grandes empresas de celulose em implantação no Estado. O que mudou?

Da mesma forma, além da maioria dos presidentes do Conselho evitar a discussão das questões centrais das políticas ambientais do Estado, muitas das câmaras técnicas foram sendo capitaneadas por setores econômicos, principalmente ligados a Farsul e a Fiergs. Por outro lado, os governos foram enfraquecendo as representações dos técnicos da SEMA e do Estado mais comprometidos com aspectos da proteção ambiental no Conselho, para facilitar a flexibilização de resoluções ambientais.

Mais recentemente, destacam-se a tentativa de afrouxamento dos limites às emissões derivadas da térmicas a carvão mineral, a facilitação de habilitações para licenciamentos municipais, sem regras e controles, e a nulidade de cumprimento de resoluções, por três anos, quanto a limites de efluentes por parte das Estações de Tratamento de Esgotos, para atender obras do PAC, executadas pela Corsan. Estes e outros tantos fatos demonstram que o CONSEMA acabou, muito mais, se tornando um espaço de chancela governamental ou de atendimento prioritário aos interesses do grande capital degradador, em expansão no País e no Estado, em detrimento da natureza e da qualidade ambiental da maioria da população do Estado do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre, 23 de julho de 2013
Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – Mogdema

16 julho 2013

Sócio número 1 é novo presidente da Agapan


Alfredo Gui Ferreira e Sandra Ribeiro. (foto: César Cardia)
Sócio número 1 é novo presidente da Agapan

O botânico e ex-professor da Ufrgs, Alfredo Gui Ferreira é o novo presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) para a gestão 2013/2015. A eleição e a transmissão de cargos aconteceram em assembleia na noite de segunda-feira (15/7), e reuniu a diretoria anterior, encabeçada por Sandra Ribeiro, e conselheiros. Também foram eleitos Eduardo Finardi para vice-presidente, Heverton Lacerda para secretário geral, Vanessa Melgare para 1ª tesoureira e Ymara Menna Barreto, 2ª tesoureira. Ferreira é sócio fundador da entidade e sua ficha de associado é a número 1, antes mesmo de José Lutzenberger, que na época, em 1971, foi o quarto associado.

Sandra Ribeiro apresenta o resumo dos dois anos de gestão. (foto:Adriane B Rodrigues)
A unânime aceitação da chapa para nova diretoria da Agapan aconteceu após aprovação dos relatórios de atividades e financeiro, apresentado pela diretoria anterior. A então presidenta Sandra relatou as atividades dos últimos dois anos, destacando, neste ano, a Operação Concutare, com a prisão dos ex-secretários estadual e municipal de Meio Ambiente, Carlos Fernando Niedersberg e Luiz Fernando Záchia, entre outros indiciados, e a invasão da brigada militar ao acampamento Ocupa Árvores, na madrugada do dia 29 de maio, “fatos dramáticos da história ambiental”, diz Sandra.


Nova diretoria: (esq. p/ direita): Alfredo Ferreira, Ymara , Heverton e Vanessa.
(foto:Adriane B Rodrigues)
Em sua gestão, Ferreira tem como objetivos melhorar ainda mais a estrutura da Sede da Agapan e atrair mais sócios, através de campanhas e ações. “Vamos manter o atendimento às demandas ambientais e, agregando novas estratégias, ampliar e qualificar ainda mais nossa atuação”, antecipou o novo presidente, que é doutor em ecofisiologia, ciência que estuda o funcionamento e as relações entre as plantas.

Informações
Assessoria de Imprensa da Agapan
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues
Fotos: Adriane Bertoglio Rodrigues e César Cardia/ AGAPAN

11 julho 2013

Agapan se desliga do Consema



 

A composição ambiental minoritária e a constatação de que o Conselho Estadual de Meio Ambiente “não representa os supremos interesses da população na busca de uma verdadeira sustentabilidade ecológica” são alguns dos motivos que levaram a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) a se desligar do Consema, após quase 20 anos de participação ativa da entidade.
Em documento encaminhado à Apedema na quarta-feira (10/7), os representantes da Agapan, que integram Câmaras Técnicas de Controle e Qualidade Ambiental e de Biodiversidade e Política Floresta, Edi Xavier Fonseca e Sandra Ribeiro, e Flávio Lewgoy e Alfredo Gui Ferreira, expressam os motivos do afastamento.
 “Estamos cumprindo o nosso dever de comunicar ao coletivo ambientalista a decisão de abrirmos mão da representação para a qual fomos investidos pela Apedema”, diz a conselheira Edi, ao observar que “a composição minoritária que temos nos coloca em uma condição de incompatibilidade, gerada pelos conflitos de interesses inconciliáveis, que inviabilizam as finalidades institucionais do próprio Consema”.


Assessoria de Imprensa da Agapan/ Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues
 Imagem:  Guilherme Eugenio http://guilhermeeugenio.com

05 julho 2013

Conselheira da Agapan palestra sobre Agrotóxicos e o equilíbrio de Gaia na próxima terça-feira, na Livraria Cultura


“Impacto dos agrotóxicos no equilíbrio de Gaia” é tema da palestra que a farmacêutica especialista em toxicologia e conselheira da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Ana Valls, fará na próxima terça-feira, dia 9, às 19h, no auditório da Livraria Cultura, em Porto Alegre. Com entrada franca, a palestra integra os debates promovidos pela Fundação Gaia – Legado Lutzenberger realiza nas segundas terças-feiras de cada mês.

O objetivo da palestra de Ana Valls é apresentar e discutir sobre os danos mais graves provocados pelos agrotóxicos e como evitá-los. Inicialmente, Ana apresentará um histórico dos agrotóxicos na sociedade humana com seus impactos no planeta Terra, chegando à situação atual. “Na época em que foi criada a nossa pioneira lei para controlar os agrotóxicos, em 1982, ainda havia como classificá-los em grupos, hoje com o avança da química isto está muito complicado” alerta Ana.

O principal enfoque da palestrante serão questões de saúde decorrentes do uso e aplicação dos agrotóxicos. Segundo ela, é muito importante saber o que cada um pode fazer para evitar o mal provocado por eles, o que será bastante ressaltado na palestra.

Ana Valls atua na área de análise dos agrotóxicos nos alimentos. Além de conselheira da Agapan, é fundadora da Associação Brasileira de Agroecologia. Atualmente sua atuação está voltada para questões de mobilização ambiental e saúde pública. Integra o Conselho Estadual de Saúde, representando a Agapan.

O Auditório da Livraria Cultura no Bourbon Shopping Country, em Porto Alegre, fica na rua Túlio de Rose, 80. Os interessados podem obter certificado de participação nas palestras devem enviar e-mail para reservas@fgaia.org.br.


Assessoria de Imprensa da Agapan, 
com apoio da Fundação Gaia

04 julho 2013

Morro Santa Teresa será Área de Interesse Ambiental em Porto Alegre

Morro Santa Teresa (Site: POA Resiste)

Foi aprovado ontem (3/7), por unanimidade, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o PLC, Projeto de Lei Complementar, que institui Área Especial de Interesse Ambiental sobre o Morro Santa Teresa, com identificação de Área de Proteção do Ambiente Natural, de Área de Interesse Cultural e Área Especial de Interesse Social.
 
Essa luta teve sua primeira vitória, em maio de 2010, quando a reação das comunidades e entidades, com o grito “o Morro é nosso”, impediu a venda da área.
 
Agora, depois de quatro anos de construção da proposta conjunta habitacional-ambiental, em 40 reuniões, elabora o projeto de lei, a Vereadora Sofia Cavedon, o assina e defende, consegue a aprovação da lei que grava aquele Morro como área especial, condição para consagrar o tripé que sempre defendeu: as moradias, o parque ambiental e as casas da FASE.
 
O Projeto de Lei Complementar - PLC - grava o Morro Santa Teresa como área especial a três níveis: Área Especial de Interesse Social – AEIS – para poder urbanizar as vilas adequadamente e obter recursos, Área Especial de Proteção do Ambiente Natural – AEPAN – para garantir a preservação das matas, córregos e campos com o bioma pampa, no coração de Porto Alegre e Área Especial de Interesse Cultural – AEIC – para preservar e restaurar os dois prédios históricos de 1845 e de 1912.
 
O Executivo trouxe uma técnica que, durante a discussão do PLC, tentou transferir a aprovação, mas o povo mobilizado foi mais forte e o projeto acabou sendo aprovado por 30x0.  Agora o Executivo vai sancioná-lo e, se tem restrições, acreditamos que vai discuti-las com o Movimento, antes de fazer emendas.
 
A jornalista Tânia Failace destacou que o êxito da aprovação do PLC se deveu à grande estratégia de gravar conjuntamente as três áreas especiais para implantar o habitacional, o ambiental e o cultural. Isoladas, não teriam a mesma força. Mas destaque mos também que foi fundamental o esforço da vereadora Sofia Cavedon para conseguir aprovação conjunta do PLC pelas comissões e de manter a votação no dia de ontem, após feita toda a mobilização, resistindo à insistência da base do Executivo que queria sua transferência.
 
Fundamental, também, foi a presença massiva do povo das vilas e de representantes de entidades que, com sua camisetas e faixas, marcaram presença, com organização e disciplina, o que impressionou os parlamentares.
 
"O Morro Santa Teresa ainda é nosso, dos porto-alegrenses, graças à hombridade e cidadania dos moradores que ocupam aquele morro, há trinta anos", destaca o engenheiro e coordenador do movimento, Vinícius Galezi, ao lembrar que, em maio de 2010 "queriam vendê-lo, eles (os moradores) reagiram forte e, na negociação, deputados lhes ofereceram a oportunidade de permanecer lá desde que permitissem vender o resto, eles reagiram mais forte.", lembra. 
   
QUESTÃO DE  CIDADANIA
 
"Nós que entramos nessa luta para defender o espaço público, como parque ambiental, entendemos cedo que não se levaria essa luta à frente sem defender o direito à moradia dos que lá estavam há mais de 30 anos. Mas muito, além disso, a garra e o carinho das lideranças contagiaram extremamente e nos puxaram para a para uma briga maior de defender as pessoas que mais precisavam. Antes e em conjunto...", analisa Galeazi, ao reafirmar que " a vitória é de todos que acreditaram e lutaram. E vamos à frente que é só o começo".


AGAPAN