18 setembro 2013

2,4D - herbicida componente do Agente Laranja

NÃO ao herbicida 2,4D
A Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural; o Ingá - Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais; o Mogdema - Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, entre outros movimentos, preocupados que o Brasil se torne o primeiro país a liberar comercialmente um evento para culturas transgênicas ligadas ao uso de um herbicida componente do agente laranja, utilizado na Guerra do Vietnã, clama aos membros da CTNBio, em especial os relatores, alguns deles pesquisadores de universidades e outras instituições públicas, inclusive do Rio Grande do Sul a se posicionarem contra a liberação do herbicida 2,4D.

No próximo dia 19 de setembro de 2013, haverá reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, onde constam três processos de liberação comercial para sementes transgênicas de soja e milho, da empresa Dow AgroSciences, com adaptação ao herbicida 2,4-D, de alta toxicidade, junto com outros herbicidas, entre eles o glifosato e glifosinato de amônio, também tóxicos. A intenção dos transgênicos é resistir a estes agrotóxicos potentes, que matam as chamadas "ervas daninhas". Mas, segundo dados do próprio Ministério da Agricultura, no Brasil, em menos de 10 anos (2002-2011), ocorreu aumento de 70% destes produtos, enquanto a expansão da área agrícola foi menor (60%). Desde 2009 o Brasil é o país que mais usa agrotóxicos, apesar do advento dos transgênicos na agricultura, a partir da lei de Biossegurança (2005).



O herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) foi desenvolvido a partir de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, sendo na década de 1960 um dos componentes do agente laranja (junto com o 2,4,5-T, na Guerra do Vietnã). É um produto que foi usado como arma química, causando a morte e malformações em milhares de pessoas. o Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classificou para a saúde o 2,4-D como Extremamente Tóxico (Classe I) e Perigoso para o meio ambiente (Classe III). Os maiores riscos para a saúde residem no potencial de perturbador endócrino, sendo potencialmente cancerígeno. Os perturbadores endócrinas podem causar danos sérios e irreversíveis à saúde humana durante o desenvolvimento fetal e infantil. Além da característica de teratogênico, com fortes evidências de também ser genotóxico.



Existem alternativas ao uso de herbicidas. A mais inteligente é buscarmos a necessária reconciliação com os processos ecológicos, com a biodiversidade, com o consequente banimento das monoculturas de exportação, inerentemente químicodependentes e que vem sendo responsáveis pela destruição dos biomas brasileiros.

A Sociedade brasileira exige um debate aberto sobre as consequências destes eventos transgênicos que estão promovendo o uso de agrotóxicos, agora ainda mais tóxicos, comprometendo a saúde da população e o meio ambiente.


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