29 dezembro 2011

Alerta planetário: recuo do gelo do Oceano Ártico libera gases de efeito estufa mortais

A equipe de pesquisadores russos ficou estupefata depois de encontrar fontes de metano, em quantidade cem vezes maior que o já visto, borbulhando até a superfície.

Quantidades inéditas e dramáticas de metano - um gás de efeito estufa 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono - foram vistas borbulhando até a superfície do Oceano Ártico por cientistas que realizavam uma vistoria extensiva da região.

A escala e o volume da liberação de metano deixou estupefato o chefe da equipe russa de pesquisa que há vinte anos vistoria o solo oceânico da Plataforma continental Ártica da Sibéria, na costa norte do Leste da Rússia.

Em entrevista exclusiva a The Independent, Igor Semiletov, membro da Academia Russa de Ciências, disse que nunca havia testemunhado a escala e a força do metano liberado de debaixo do solo oceânico ártico.

“Anteriormente havíamos encontrado estruturas em forma de tocha como esta, borbulhando metano, mas elas possuíam apenas dezenas de metros de diâmetro. Esta é a primeira vez que encontramos estruturas de escoamento contínuas, impressionantes e poderosas, de mais de 1.000 metros de diâmetro. É impressionante”, disse o Dr. Semiletov. “Eu fiquei mais estupefato pela tremenda escala e alta densidade das plumas. Em uma área relativamente pequena encontramos mais de 100, mas numa área mais ampla deve haver milhares de plumas”.

Os cientistas estimam que há centenas de milhões de toneladas de gás metano presas por baixo do Permafrost, o subsolo congelado, que se estende do continente e mar adentro, localizado na relativamente rasa plataforma continental do mar Ártico no Leste da Sibéria.

Um dos maiores medos é que, com o desaparecimento do gelo marinho do Ártico no verão e a elevação rápida das temperaturas em toda a região, que já está derretendo o subsolo congelado da Sibéria continental, os bolsões de gás metano presos poderiam ser liberado de repente na atmosfera, levando a um rápido e severo aquecimento global .

A equipe do Dr. Semiletov publicou, em 2010, um estudo avaliando que as emissões de metano dessa região eram de aproximadamente de oito milhões de toneladas por ano, mas a expedição mais recente sugere que esse número subestima significativamente o fenômeno.

No final do verão setentrional de 2011 -inverno no hemisfério sul-, o navio de pesquisa russo “Acadêmico Lavrentiev” conduziu uma extensa vistoria de no mar na costa do leste da Sibéria. Os cientistas utilizaram quatro instrumentos altamente sensíveis, tanto sísmicos como acústicos, para monitorar as “fontes” ou plumas de bolhas de metano que sobem até a superfície do mar vindas de debaixo do solo oceânico.

“Numa área bem pequena, de menos de 25.900 km² (equivalente a uma área de 259 km x 100 km), contamos mais de 100 fontes, ou estruturas em forma de tocha, borbulhando pelas colunas de água e sendo injetadas diretamente na atmosfera a partir do subsolo oceânico”, disse o Dr. Semiletov. “Em 115 pontos estáticos, nós checamos e descobrimos campos de metano numa escala impressionante—creio que numa escala jamais vista antes. Algumas plumas eram de um quilômetro ou mais de largura e as emissões iam diretamente para a atmosfera. A concentração era cem vezes maior que a normal.”

O Dr. Semiletov divulgou suas descobertas pela primeira vez em Dezembro de 2011na semana passada, no encontro da União Americana de Geofísica, em San Francisco, E.U.A.

* Publicado no Jornal The Independent , de Londres, em 13 dezembro de 2011
Ecoagência
Por Tradução de Celso Copstein Waldemar Agapan

Além da Quimera e realidade


O cenário muda rápido e o feedback positivo das mudanças climáticas é deveras preocupante. Aquilo que era quimérico há 20 anos atrás, quando comecei a inteirar-me das mudanças climáticas, está agora rondando a Eurásia: o derretimento do permafrost e a consequente emissão de metano.

Os modelos apontavam para isso, porém, a realidade é sempre mais estonteante do que a pior previsão...

Quando mostrava possíveis cenários para meus alunos, tudo se colocava como uma tendência de um futuro longínquo, e todos, talvez, com uma esperança que nada disso viesse a se confirmar.

As tendências de mudança climática são, de fato, irreversíveis.

Porém, colocar limites e objetivos a serem alcançados para atenuar efeitos das mudanças climáticas é um dos mais importantes e revolucionários princípios da cidadania planetária atual. Equivale a “Liberdade, igualdade e fraternidade” do século XVIII ou a “Terra, pão e liberdade” do século XIX.

Por mais que se diga que bem na linha de frente, para onde as pessoas correm, há um temível precipício, elas sequer tentam frear...

As mudanças são inauditas e como preparar a cultura humana para os desafios que estão aí é o principal paradoxo contemporâneo da cultura mais tecnologizada e informada que já houve... Parece que nos faltam autoridades antropológicas e é esse o papel dos movimentos sociais atuais: ter a força e a sabedoria do ancião, ao qual todos ouviam para saber qual o momento de plantar e de colher. Qual o momento em que o melhor é precaver-se e não lançar-se cegamente para o abismo.


Rualdo Menegat

23 dezembro 2011

21 de Dezembro: Aprovado Projeto de Lei das Queimadas. VETA TARSO!!!

Deputados das Queimadas do RS.

No dia 21 de dezembro de 2011, no apagar das luzes e véspera de Natal, em sessão extraordinária foram 28 deputados votando pelo "SIM" à volta das queimadas - Projeto de Lei 175 que altera o Código Florestal do RS , projeto de Edson Brum.

Pedimos ao sr Tarso Genro, governador deste Estado: VETA TARSO!!!

Vejam quem são os Deputados gaúchos que votaram sim ao retrocesso ambiental, isto é, às QUEIMADAS!!!!



Projeto de Lei 175/2011 - Edson Brum


PARTIDOUFPARLAMENTARVOTO
PTRS Alexandre LindenmeyerN
PTRS Altemir TortelliN
PTRS Ana AffonsoN
PTRS Edegar PrettoN
PTRS Jeferson FernandesN
PTRS Luis Fernando SchmidtN
PTRS Luis LauermannN
PTRS Marisa FormoloN
PTRS Miriam MarroniN
PTRS Nelsinho MetalúrgicoN
PTRS Raul PontN
PTRS Valdeci OliveiraN
PMDBRS Alexandre PostalS
PMDBRS Álvaro BoessioS
PMDBRS Edson BrumS
PMDBRS Giovani FeltesS
PMDBRS Márcio BiolchiS
PMDBRS Maria Helena SartoriS
PPRS Ernani PoloS
PPRS João FischerS
PPRS Pedro WestphalenS
PPRS Silvana CovattiS
PSDBRS Jorge PozzobomS
PSDBRS Lucas RedeckerS
PSDBRS Pedro PereiraS
PSDBRS Zilá BreitenbachS
PDTRS Alceu BarbosaS
PDTRS Dr. BasegioS
PDTRS Gerson BurmannS
PDTRS Gilmar SossellaS
PDTRS Marlon SantosS
PTBRS Aloísio ClassmannS
PTBRS Cassiá CarpesS
PTBRS José SperottoS
PTBRS Marcelo MoraesS
PTBRS Ronaldo SantiniS
DEMRS Paulo BorgesS
PSBRS Catarina PaladiniS
PSBRS Heitor SchuchS
PSBRS Miki BreierS
PCdoBRS Raul CarrionN


Total SIM: 28
Total NÃO: 13
Total de Votos: 41

19 dezembro 2011

20/Dezembro: Deputados gaúchos querem o retrocesso ambiental com a PL 175 : A Volta das Queimadas.


Não, você não leu errado. Os deputados querem instituir as Queimadas novamente... Será que faltaram à escola nesta matéria das queimadas? Participe envie emails para eles.

Mobilização contra o PL175/2011! Não deixe o RS ficar em chamas!

A APEDeMA-RS está convocando para na terça-feira, dia 20, as 11 horas da manhã, estarem presentes no Gabinete da Presidência da AL/RS afim de apresentarem seus argumentos contra Queimadas (ditas por alguns como sapecadas), ou seja, contra o PL 175/2011 que poderá ir a votação caso haja acordo de líderes.
Portanto, dia 20/12, é dia de mobilização para que não aja votação ao “apagar das luzes” de 2011 e sem debate público, do qual o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA), também foi excluído. Cabe a nós, cidadãos e cidadãs gaúchas essa mobilização junto aos deputados e suas bancadas, bem como ao governo estadual!
Para tanto, achamos pertinente voltarmos ao ciberativismo, a fim de mostrarmos aos deputados o quanto nos indignamos frente ao uso das queimadas como “técnica” agrícola.
Sugestão de Email para deputad@s gaúchos

Caro deputado(a),

Venho através deste externar, minha contrariedade ao PL 175/11. O citado PLaltera a Lei nº 9.519, que institui o Código Florestal do RS, visando permitir o uso do fogo ou queimadas nas florestas e demais formas de vegetação natural.
Quem defende a promoção de saúde e luta por um ambiente ecologicamente equilibrado não pode ser favorável à liberação das queimadas, porque:

  1. destroem o solo, ao retirar dele a matéria orgânica, base de uma agricultura ecológica, acidificando o solo e o obrigando ao uso de adubos e calcários;
  2. afetam a biodiversidade natural, destruindo a fauna e flora. A mesma biodiversidade que, numa agricultura ecológica, controla as ditas “pragas” agrícolas;
  3. matam a fauna silvestre, uma vez que a mesma geralmente não consegue escapar dos locais queimados. Os animais que conseguem fugir, frequentemente, são encontrados mortos atropelados nas estradas próximas ou ainda podem se tornar risco de acidentes de trânsito;
  4. destroem as melhores plantas forrageiras, deixando no campo só aquelas que resistem ao manejo com o fogo, piorando a qualidade dos pastos;
  5. comprometem e descaracterizam as paisagens naturais;
  6. geram gases de efeito estufa (GEF) que tem provocado processos de mudanças climáticas, onde a atividade agrícola é uma das mais atingidas, pois as secas e enxurradas ameaçam as safras
  7. prejudicam e comprometem a saúde humana, por conta de doenças respiratórias e cardiovasculares relacionados aos gases tóxicos liberados;
  8. colocam em risco a segurança de motoristas, pois prejudicam a visibilidade nas áreas em que há incêndios;
  9. interferem na aviação, o que é extremante indesejável em rotas de aeronaves ou para regiões que querem construir aeroportos;
  10. contraria a Política Gaúcha sobre Mudanças Climáticas, prevista na Lei 13.594/10, aprovada pela AL-RS, a qual o combate, justamente, as emissões de GEF, bem como os princípios constitucionais de um ambiente ecologicamente equilibrado além de representam um retrocesso ambiental. E tudo as vésperas da Rio+20!

Sendo assim, solicito o seu apoio contra o PL 175/11, que “legaliza” a destruição da biodiversidade pelas ultrapassadas queimadas é lesivo ao interesse público e a vida em geral, pelos seus aspectos ambientais, econômicos, sociais, jurídicos e de saúde.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Endereço de Emails (mande dividido em 2 emails e em para, cc e cco)
adilson.troca@al.rs.gov.br; ajbrito@al.rs.gov.br; alceu.barbosa@al.rs.gov.br; alexandre.lindenmeyer@al.rs.gov.br; alexandre.postal@al.rs.gov.br; aloisio.classmann@al.rs.gov.br; altemir.tortelli@al.rs.gov.br; alvaro.boessio@al.rs.gov.br; ana.affonso@al.rs.gov.br; carlos.gomes@al.rs.gov.br; cassia.carpes@al.rs.gov.br; catarina@al.rs.gov.br; daniel.bordignon@al.rs.gov.br; dr.basegio@al.rs.gov.br; edegar.pretto@al.rs.gov.br; edson.brum@al.rs.gov.br; ernani.polo@al.rs.gov.br; frederico.antunes@al.rs.gov.br; gerson.burmann@al.rs.gov.br; gilberto.capoani@al.rs.gov.br; gilmar.sossella@al.rs.gov.br; giovani.feltes@al.rs.gov.br; heitor.schuch@al.rs.gov.br; jeferson.fernandes@al.rs.gov.br; joao.fischer@al.rs.gov.br; pozzobom@al.rs.gov.br; jose.sperotto@al.rs.gov.br; juliana.brizola@al.rs.gov.br; jurandir.maciel@al.rs.gov.br; lucas.redecker@al.rs.gov.br; luciano.azevedo@al.rs.gov.br; luis.schmidt@al.rs.gov.br; luis.lauermann@al.rs.gov.br; gab.manochanges@al.rs.gov.br; marcelo.moraes@al.rs.gov.br; marcio.biolchi@al.rs.gov.br; marco.alba@al.rs.gov.br; maria.sartori@al.rs.gov.br; marisa.formolo@al.rs.gov.br; marlon.santos@al.rs.gov.br; miki.breier@al.rs.gov.br; miriam.marroni@al.rs.gov.br; nelsinho.metalurgico@al.rs.gov.br; paulo.azeredo@al.rs.gov.br; paulo.borges@al.rs.gov.br; paulo.odone@al.rs.gov.br; pedro.pereira@al.rs.gov.br; pedro.westphalen@al.rs.gov.br; raul.carrion@al.rs.gov.br; raul.pont@al.rs.gov.br; ronaldo.santini@al.rs.gov.br; silvana.covatti@al.rs.gov.br; valdeci.oliveira@al.rs.gov.br; villaverde@al.rs.gov.br; zila.breitenbach@al.rs.gov.br

18 dezembro 2011

20/Dezembro 19h30: Papo Cabeça Energia solar para um mundo melhor

clique na imagem (acima) para ampliar:

Energia solar para um mundo melhor

Na terça-feira dia 20 de dezembro às 19h30min, o tema do Papo Cabeça no Espaço STB Brasas é a geração sustentável de energia.

O engenheiro Luis Maccarini apresenta "Energia Solar para um Mundo Melhor".

Oportunidade de sabermos mais sobre os carros elétricos e a possibilidade de ver nosso planeta livre da dependência da queima de combustíveis fósseis e centrais nucleares.

Evento gratuito, porém com lugares limitados.
Confirmar presença pelo fone: (51) 4001-3010.

17 dezembro 2011

Justiça na Era do Hiperconsumo é o tema da nova edição da Ecologist Brasil


O atual modelo de desenvolvimento econômico predador e o estilo de vida de constante desperdício são analisados no artigo, "A Justiça na Era do Hiperconsumo", destaque de capa na edição número 21 da revista Ecologist Brasil, lançada como parte das atividades do XI Seminário Internacional e XII Seminário Estadual de Agroecologia.

Em seu editorial, a revista posiciona-se contra as alterações no Código Florestal Brasileiro, alegando que "o que está acontecendo no Congresso é uma manobra orquestrada por alguns que desmataram além do permitido pela lei e querem alterar a legislação para adequá-la a seus interesses pessoais mesquinhos, evitando assim o pagamento das multas que atingem 40 bilhões de reais".

E deixa como ensinamento as palavras de Ana Primavesi, uma das pioneiras da Agroecologia no Brasil. Segundo ela, "são as florestas que alimentam as nascentes dos rios. Com floresta a água é armazenada no solo e quando a chuva passa, resta toda a umidade retida no solo penetrado pelas raízes. No entanto, quando nós, seres humanos, desmatamos, rompemos este ciclo natural e a água da chuva deixa de penetrar no solo e abastecer as nascentes e passa a escorrer rapidamente para os rios, causando enchentes. E enchente é sinal de seca mais adiante, pois se a água não foi naturalmente retida no solo, vai faltar na sequência temporal. Enchentes e secas são consequências do desmatamento. O único jeito de reequilibrar o sistema é plantando árvores nativas, recompondo florestas originais".

A revista trata ainda a situação da água no planeta, os 40 anos da AGAPAN, a luta dos índios Guarani em defesa da vida e de seus territórios, a viabilidade da energia solar no Brasil, a campanha contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, além de uma homenagem à ativista queniana recentemente falecida Wangari Maathai. Também aborda o tema trabalhar em casa: rumo a uma nova sociedade, entre outros assuntos.

Sucesso no lançamento - Fundada em 1969 na Inglaterra, a revista The Ecologist, foi lançada em março de 1999 no Brasil, através de um esforço de várias entidades do movimento ecológico gaúcho para trazer informações sobre os malefícios dos transgênicos para a vida. A primeira edição foi um grande sucesso. Foram feitas várias tiragens, sendo distribuídos, no total, cerca de 18.000 exemplares. Diversas entidades apoiaram a edição, entre as quais a Fundação Juquira Candirú, GIPAS, Agir Azul, UITA, Fundação Gaia, Biomater, Arma Zen, AGAPAN e Cooperativa COOLMÉIA.

Ao ver o resultado do trabalho no sul do Brasil, o fundador da revista, Edward Goldsmith, enviou a edição “Climate Crisis”, para seu amigo ambientalista gaúcho José Lutzenberger. Este passou para o engenheiro agrônomo e florestal Sebastião Pinheiro, que encaminhou para as atuais editores Vanéte Farias Lopes e Rejane Maria Ludwig. Elas traduziram e lançaram, em setembro de 2001, a segunda edição da revista com a chamada de capa "A Crise do Clima".

Arma zen - As editoras relatam: “Nossa motivação em continuar, apesar das inúmeras dificuldades, foi a vontade de compartilhar informação de qualidade, o que chamamos de arma zen. A vontade de subsidiar as pessoas com informações que sirvam para cada um refletir sobre seu consumo, suas atitudes e conscientizar sobre a necessidade urgente de mudanças rumo a uma sociedade com menor impacto ambiental. Chamar a atenção sobre a necessidade de recuperar habitats degradados. Dar espaço para
ativistas se expressarem. Outro mote é compartilhar experiências positivas e boas práticas”.

Dessa forma, Ecologist chega ao número 21, com chamada de capa "A Justiça na Era do Hiperconsumo", que é a edição mais brasileira de todas até agora, pois a maioria dos artigos são de autores brasileiros. A revista hoje conta com o apoio dos leitores que, ao longo do tempo, foram se juntando à proposta. Cada edição é enviada pelo correio para todo o Brasil e também para os demais editores nos outros países.

O fundador da The Ecologist, Edward Goldsmith, faleceu em 2009, aos 80 anos de idade. “Ele se empenhou fortemente para que a gente continuasse o trabalho e também em criar versões da Ecologist em vários países e idiomas distintos”, contam Rejane e Vanéte. Hoje, a rede Ecologist é editada no Brasil, Índia, Nova Zelândia, Grécia, Líbano, Itália, Colômbia, França, Espanha e Inglaterra.

Por Juarez Tosi, para EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais
Ecoagência Solidária de Notícias Ambientais

A Revista The Ecologist Brasil você encontra:
Preço: R$ 10,00
Feira Ecológica/ Banca de Livros do Augusto Carneiro:
Av José Bonifácio das 9 às 13 horas;

Ou pelo correio: theecologist@terra.com.br (com Vanete Farias)

Agapan

13 dezembro 2011

EUA: Não Atraso na Ação Climática!


Na reunião climática da ONU em Durban, África do Sul, os EUA estão pressionando por um atraso na ação global do clima até 2020. A demora nove anos poderia bater a porta em vez recebendo a poluição de carbono de volta abaixo de 350 ppm, e seria uma sentença de morte para as pessoas na linha de frente da crise climática.

Temos 48 horas para mudar a posição dos EUA e pressioná-los a abandonar seus esforços para um intervalo de 2020. Sign agora para ajudar a garantir os EUA não bloqueia o caminho para um acordo climático global.


Ao presidente Obama e negociadores do clima dos EUA:

O mundo não pode permitir atraso em ação climática. Exorto-vos a abandonar sua proposta para adiar um acordo vinculativo global até 2020, e ficar com países vulneráveis ​​em todo o mundo, acelerando a sua ambição e acelerando o cronograma de ação climática em negrito.

Assine aqui o abaixo-assinado: clique aqui

Foto: Julian Koschorke de Speak Your Mind .

09 dezembro 2011

Essa é uma lei da produção agrícola e não tem nada a ver com o Código Florestal

Entrevista especial com Francisco Milanez

“Para manter esta orgia de crescimento econômico e exportação, aprovam um Código que autoriza aumentar a área plantada”, declara o ambientalista.

Confira a entrevista.














A aprovação do Código Florestal no Senado na noite de terça-feira representa “perdas para uma lei que é essencial para a manutenção da saúde econômica do país”, avalia Francisco Milanez, em entrevista concedida por telefone à IHU On-Line. Aprovada por 59 votos a favor e sete contra, a reforma do Código Florestal não considerou os efeitos das mudanças climáticas no meio ambiente. De acordo com ele, “nesta conjuntura, o Brasil deveria estar aumentando as suas proteções às florestas. Estamos vendo o Brasil andando contra a corrente e reduzindo as suas proteções naturais, as proteções de nascentes, das matas ciliares”.

Na avaliação do ambientalista, as alterações na legislação causarão impactos ambientais e agrícolas. “O assoreamento provocado pelas chuvas e enchentes vai arrancar as plantações. Hoje os rios estão cada vez mais rasos por causa da agricultura, e agora, cada vez que tiver uma chuva menos intensa, teremos perda de safra e lavoura. Teremos seca, porque as nascentes serão destruídas, diminuirá a

retenção de umidade no ar que é fruto da evapotranspiração, pois este processo é fortemente produzido pelas florestas”, esclarece.

Para Milanez, a medida parlamentar, que propõe restauração de áreas degradas em vez do pagamento de multas, será ineficiente. Ele explica: “Os desmatadores serão anistiados e vão fingir que estão recuperando as áreas degradadas. Vão plantar culturas exóticas e dizer que isso é recuperação florestal. Desde quando eucalipto é recuperador da natureza?”

Francisco Milanez é educador ambiental, arquiteto, biólogo e membro da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – Agapan e da Fundação para o Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado – Ecofund.

Confira a entrevista.

IHU On-Line Como o senhor avalia a aprovação do novo texto do Código Florestal no Senado?

Francisco Milanez A aprovação deste texto é uma tristeza porque estamos diante de uma crise mundial acelerada. A mudança climática é uma realidade, está começando causar prejuízos profundos para o planeta, e até os conservadores já não negam a desorganização climática e a aceleração com que ela está acontecendo. Nesta conjuntura, o Brasil deveria estar aumentando as suas proteções às florestas. Estamos vendo o Brasil andando contra a corrente e reduzindo as suas proteções naturais, as proteções de nascentes, das matas ciliares.

IHU On-Line Quais são, em sua avaliação, os principais equívocos e acertos do novo texto? O que mudou em relação à proposta inicial de Aldo Rebelo?

Francisco Milanez O texto melhorou, mas a base é a mesma. Nenhum país no mundo poderá ser chamado de sério quando pratica crimes e depois utiliza o poder econômico para descriminalizá-los. Uma sociedade que decide que determinado comportamento deve ser considerado um crime e depois modifica a lei para autorizar este crime dá péssimos exemplos para as futuras gerações.

Implicações ambientais

Com a aprovação deste texto, em poucos anos não haverá mais água para a agricultura e a produção agrícola não irá sobreviver às secas e enchentes frequentes. O assoreamento provocado pela agricultura provocará enchentes e irá destruir as plantações. Hoje os rios estão cada vez mais rasos por causa da agricultura, e agora, cada vez que tiver uma chuva menos intensa, teremos perda de safra e lavoura. Teremos seca, porque as nascentes serão destruídas, aumentará a retenção de umidade no ar que faz toda a evapotranspiração, pois este processo é fortemente controlado pelas florestas. A Amazônia, por exemplo, controla as chuvas no Sul e na América toda através do sistema de controle térmico e de umidade. O que dizer desta seca terrível em Porto Alegre?

Os parlamentares utilizaram do seu poder de forma troglodita para andar contra a história. Com a aprovação deste texto, os centros urbanos sofrerão em função da comida mais cara, enquanto que os políticos continuarão escravizados pelas empresas que eles obedecem de cabeça baixa. A agricultura é controlada por esquemas internacionais e esses “vassalos”, ao mudarem a lei, estão prejudicando a própria produção.

O que aconteceu é uma loucura, é difícil falar sobre isto. Desculpe a minha aparente agressividade, mas eu ainda tenho emoções. É muito difícil entender um país camicase. Como um Congresso Nacional aprova um código como este? Quem votou a favor ou é um boçal, ou é corrupto. Uma pessoa com dois neurônios funcionais não pode dizer que este Código será bom para a agricultura. Falam que para alimentar o mundo temos que aumentar a área plantada. Isso é uma estupidez. Mas por que não falam mais de produtividade, como falavam anos atrás? Porque a tecnologia da revolução verde, juntamente com a transgenia, tem diminuído a produtividade. Então, para manter esta orgia de crescimento econômico e exportação, aprovam um Código que autoriza aumentar a área plantada.

Estamos desqualificando a alimentação, utilizando mais agrotóxicos. A própria Organização Mundial de Saúde – OMS aumentou a tolerância para agrotóxicos em seres humanos, e agora os agrotóxicos “passaram a fazer menos mal”, porque aceitamos mais agrotóxico na comida, e, obviamente, os transgênicos são feitos para isso. Tudo é uma piada. Estamos piorando a nossa alimentação, diminuindo a produtividade e destruindo mais florestas e contaminando a água, que ainda são as únicas coisas saudáveis que temos para compensar tanta destruição. Nós vamos ficar sem água. O Rio Grande do Sul é talvez a segunda região mais rica em água no Brasil e duas bacias hidrográficas já estão sem água: a do Santa Maria e a do litoral norte.

IHU On-Line A decisão de anistiar as multas, caso os proprietários de terras recuperem as áreas, é uma decisão ambígua?

Francisco Milanez Não acredito nesta medida. Os desmatadores serão anistiados e vão fingir que estão recuperando as áreas degradadas. Vão plantar culturas exóticas e dizer que isso é recuperação florestal. Desde quando eucalipto é recuperador da natureza?

Eu sempre fui favorável a medidas que não prejudicassem os produtores; mas, para isso, é preciso dialogar com eles. Nossa finalidade não é punir ninguém, mas proteger a natureza. A ideia de as pessoas recuperarem as áreas florestais, em lugar de pagarem multas, não é ruim. Mas não é preciso criar uma lei. A autoridade administrativa tem que ter o poder de intimar as pessoas a recuperarem as áreas degradadas. Quando há a necessidade de criar uma lei para recuperar tais áreas, com certeza existe alguma “coisa mal explicada” por trás.

IHU On-Line Então o senhor concorda que o novo texto deixa brechas para intensificar o desmatamento?

Francisco Milanez Caso aprovado, o novo Código Florestal irá aumentar, autorizar e regularizar o desmatamento. Essa é uma lei da produção agrícola e não tem nada a ver com o Código Florestal.

Se o momento que vivemos hoje é de crise por causa da falta de florestas, por falta de água, deveríamos criar uma lei mais exigente que garantisse a produção de mais reservas legais, ou, na pior das hipóteses, manter as reservas que já temos, em vez de diminuí-las. O Brasil está desrespeitando todos os tratados internacionais de biodiversidade, mudanças climáticas, que o país assinou. Isso é estelionato. Não tem outro nome.

IHU On-Line Entre as propostas do novo texto está a de que os proprietários de terras de 20 a 400 hectares não precisem recuperar a reserva legal. Quais as implicações dessa medida e da não proteção de reservas legais?

Francisco Milanez Essa medida é a legalização do crime. Além de os desmatadores não terem de pagar a multa, não precisarão recuperar as áreas desmatadas ou preservar as reservas legais.

Recentemente, um parlamentar disse que o Brasil não tinha dinheiro para recuperar as áreas degradadas, porque isso custaria o dobro do Produto Interno Bruto – PIB. Isso é ridículo. Recuperar áreas degradadas é a coisa mais barata que existe. Além disto não é o governo que tem que recuperar as áreas e sim quem degradou. 80% das propriedades do país têm de 20 a 400 hectares. Portanto, esse é o percentual de proprietários é quase todos os agricultores.

Poderia haver um conselho que, em raríssimas exceções, autoriza-se a produção em áreas que deveriam ser preservadas. Têm milhares de propriedades que, ambientalmente, não estão em condições de produzir e agora os proprietários querem desmatá-las para investir em produção. Mudar a lei depois que os crimes foram feitos é uma loucura. Por que determinaram de 20 a 400 hectares? É uma decisão estúpida.

IHU On-Line O Código Florestal vigente deveria ser alterado?

Francisco Milanez Toda lei pode melhorar, mas, antes, ela precisa ser cumprida. O Código Florestal vigente não é cumprido. As mudanças propostas no novo Código não têm uma explicação séria. Da mesma maneira que não existe uma explicação séria para um país se ajoelhar diante de seis multinacionais e aceitar o patenteamento da vida, como aceitamos há alguns anos atrás, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É por isso que hoje o Brasil paga um monte de royalties a troco de nada por causa da soja que a Embrapa “fez o favor” de cruzar com a soja RR patenteada. Isso não tem explicação. Existe muita corrupção, falsos cientistas e muita sujeira a ser levantada por trás dessas instituições de interesse, que cada vez mais governam o mundo.

IHU On-Line Qual sua expectativa em relação à decisão da presidente Dilma?

Francisco Milanez Eu quero ver se a presidente tem palavra. Acreditei quando ela disse que vetaria o texto caso ele fosse aprovado. Estou apostando que ela irá cumprir o que disse.

IHU On-Line Deseja acrescentar algo?

Francisco Milanez Uma questão importante é que não existe nenhuma lei superior ao Código Florestal em termos de preservar a qualidade de vida e a produção agrícola. Daqui a cinco anos, quero ser crucificado ou ver os congressistas que aprovaram essa lei crucificados. Quero que a população não esqueça o nome desses congressistas que aprovaram o texto do Código Florestal, que a carreira política deles acabe ou que eu seja difamado por ter dito o óbvio. Alguém tem que ser responsabilizado neste país caso esse Código seja aprovado. Não é possível que tenhamos de pagar mais tarde por essa decisão irresponsável. Os congressistas que votaram favoravelmente ao texto devem ser responsabilizados pela destruição agrícola, pela fome, pela desgraça dos agricultores. É triste acabar um ano assim. Vejo perdas para uma lei que é essencial para a manutenção da saúde econômica do país.

Fonte: IHU On-Line

02 dezembro 2011

02/ Dezembro: Globo Repórter: Usinas Hidrelétricas ameçam vida na Amazônia



É preciso dizer não. E, é preciso mudar a vida.


O programa Globo Repórter, da sexta-feira, é sobre as 16 usinas hidrelétricas que estão planejadas para serem construídas na Amazônia. Importante mostrar ao país, neste momento, os planos energéticos e seus impactos socioambientais.

É necessário a sociedade saber sobre as perdas previstas em floresta e biodiversidade, causadas pela inundação. Alguns impactos serão posteriores, muitos ainda não previstos. É certo que as cidades no entorno crescerão, com mais população se terá maior pressão sobre a floresta.

A informação e o debate é fundamental. Todos (as) brasileiros (as) devem devem ter conhecimento sobre o que acontece em seu país, e deveriam ser chamados a decidir sobre questões do presente e do futuro. Deveriam saber que existem formas alternativas de energia que deveriam ter mais investimentos. Mas, penso que é importante dizer claramente, que não basta ser contra a construção de usinas para evitar impactos (desastres) desse tipo. É preciso muito mais: alterar hábitos, cortar consumo de energia, mudar o modo de vida. Aí está "a questão". Todos (as) quererem o conforto e querem continuar consumindo muito, sendo assim, mesmo as fontes alternativas serão insuficientes, e continuaremos perdendo florestas, terras férteis, culturas e biodiversidade. Enfim, como ouvi ontem o espanhol Francisco Garrido dizer "estamos comendo o futuro".

Texto: Demilson Fortes, engenheiro agronomo.


Hoje 2/Dezembro
Programa Globo Repórter
Horário: 22 horas.
Canal: RBS TV

Do site da Globo.com:

A grande floresta que vai virar lago:

o Globo Repórter desta sexta-feira (2) viaja pela área onde vão ser construídas 16 novas usinas hidrelétricas e encontra preciosidades amazônicas.

Como o menor passarinho do Brasil, o caçula, constrói seu ninho? Em encontro de arrepiar: uma onça surge diante da equipe de reportagem na Transamazônica.

Nossos repórteres voam ao lado da ararajuba, a mais brasileira de todas as aves, com uma impressionante plumagem verde-amarela que brilha como ouro. Encontram ainda araras azuis e vermelhas, macacos prego, bugios e cairaras.

Quantas vidas ameaçadas pela gigantesca inundação? Nos rios, há 400 espécies de peixes grandes, pequenos e desconhecidos. Quantos vão vencer o obstáculo criado pelas barragens?

Árvores gigantescas: morada de saguis e zogue-zogues. Macacos aranha: a mata destes bichos vai desaparecer completamente? Tartaruga da Amazônia: no caminho do progresso, uma sobrevivente da era dos dinossauros. E os brasileiros que vivem nesta imensa região: o que vai acontecer com eles?

Não perca. É nesta sexta (2), no Globo Repórter.


Hoje 2/Dezembro
Programa Globo Repórter
Horário: 22 horas.
Canal: RBS TV

Imagem: Wikipedia/ WWF

Agapan Comunicação

01 dezembro 2011

6/Dezembro: Terça Ecológica debate as perspectivas do movimento ambiental para a Rio + 20

Evento ocorre na próxima terça-feira (6/12) na FABICO/UFRGS

Sustentabilidade será o tema predominante no ano de 2012. Tudo em função do evento que ocorre no Rio de Janeiro, na segunda quinzena de junho, marcando os 20 anos da Rio 92. O Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), a EcoAgência e o programa de rádio
Sintonia da Terra já estão dando a largada para essa grande cobertura.No próximo dia 6 de dezembro realizam, no auditório 2 da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS (Fabico), mais uma edição da Terça Ecológica, com o tema "Perspectivas do Movimento Ambiental para a Rio + 20". Para debater este assunto, os convidados são o biólogo e presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Francisco Milanez e o engenheiro agrônomo Sebastião Pinheiro.

A Rio + 20 tem o objetivo de avaliar os avanços conquistados nas duas últimas décadas e buscar alternativas para as lacunas que ainda existem na implementação dos resultados dos principais compromissos assumidos, além de abordar os novos desafios. A expectativa é que mais
de uma centena de chefes de Estado e dezenas de milhares de representantes da sociedade civil, além de empresários, participem do evento, que tem como principal meta firmar compromissos políticos em torno da chamada economia verde e no combate à pobreza e à miséria. Vai ser a segunda vez que o Rio de Janeiro sedia o encontro mundial para debater o assunto. A primeira foi durante a Rio 92.

Quem são os palestrantes

O presidente da Agapan, Francisco Milanez é professor, biólogo e arquiteto pós graduado em análise de impacto e ecologia. Ex-presidente da ECOFUND - Fundação para o Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado. Possui uma vasta experiência em educação ambiental, administração de recursos naturais, planejamento urbano, oficinas de sensibilização e cursos para a comunidade escolar.

Sebastião Pinheiro é engenheiro agrônomo e florestal há 33 anos,formado pela Universidade Nacional de La Plata, em Buenos Aires (Argentina). Integra o Núcleo de Economia Alternativa da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS e é autor de dezenas de livros tratando, entre outros assuntos de agrotóxicos e transgênicos.

A Terça Ecológica, promovida pelo Núcleo de Ecojornalistas do RS há mais de 17 anos, é mensal e gratuita e reúne jornalistas, comunicadores, estudantes, ONGs e demais movimentos sociais e ambientais, sempre com debate de temas atuais.


Serviço:

Terça Ecológica: Perspectivas do Movimento Ambiental para a Rio + 20
Data: 06 de dezembro de 2011
Hora: 19h
Local: Auditório 2 da Faculdade de Biblioteconomia da UFRGS (Fabico)
Av. Ramiro Barcelos, 2705 – Bairro Santana – Porto Alegre/RS
Promoção: Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS)
EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais
Programa de rádio Sintonia da Terra
FABICO/UFRGS.


Agapan Comunicação