24 novembro 2009

Será este o futuro de Porto Alegre?...



200 km de congestionamento em São Paulo, quarta-feira, 18 de novembro/2009

É esse o modelo de cidade que queremos para Porto Alegre?

Na semana passada, muitos congestionamentos acirraram-se na cidade de São Paulo, atingindo o recorde de 200 kms, dificultando ainda mais a circulação das pessoas.

Será que isso tudo é por falta de projeto urbanístico, alto adensamento demográfico ou ainda erros no planejamento dos transportes públicos?

Aqui no Sul, a cidade de Porto Alegre não fica atrás. Ultimamente estamos nos sentindo cada vez mais moderninhos, todos parados em longos congestionamentos.

Como num desenho animado do Pateta, de Walt Disney: uma pessoa em cada carro e, quando abre a sinaleira, os motoristas nem respeitam faixa e arrancam afoitos para reduzir o atraso de seus compromissos.

Ainda falando de Porto Alegre, o novo-“moderninho” sinal com a mão, insistência marqueteira e mal-informativa da Prefeitura, aumenta o tempo das sinaleiras e diminui o tempo dos pedestres, colocando em risco seus braços.

Nossa vida na cidade grande de Porto Alegre já está ficando infernal, assim como a vida em São Paulo. Quem celebra com isso?

Estamos nos encaminhando para o mesmo modelo de planejamento urbanístico de São Paulo, talvez pelo patrocínio de ideias das mesmas construtoras, que agora implacam negócios em nossa cidade, interferindo com seus “pedidos”, e fazem do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre/2009 um verdadeiro implante de medidas preparatórias para criarmos uma nova São Paulo em plena Portinho.

Na contramão das tendências mundiais de preservação de ambientes de convivência social com seu meio ambiente, o Plano Diretor é atacado por leis como:

- aumento da altura dos prédios em bairros já saturados;

- altera a aplicação da Área Livre Vegetada e Permeável, que passaria a valer apenas para lotes acima de mil m2 - a prefeitura quer a partir de 150 m2. Se aprovado, menos de 5% das novas obras terão de se adaptar. Será um grande retrocesso;

- autoriza transferência de potencial construtivo (solo criado) para Áreas de Interesse Cultural e amplia em dois metros uma das escalas utilizadas no cálculo - a prefeitura já havia proposto escalas que ultrapassam a altura máxima estabelecida. Exemplo: se a volumetria for 33 metros, e o empreendedor adquirir 300 m2 de índice adensável, pode construir 42 metros;

- reduz o território de 36 das 134 Áreas de Interesse Cultural propostas pela prefeitura. Também faz mudanças no regime urbanístico.

Os ambientalistas não estão na contra-mão do desenvolvimento da cidade!

Técnicos em engenharia e arquitetura têm questionado projetos, como os polêmicos Pontal do Estaleiro e do Cais da Mauá.

O presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RS), Carlos Alberto Sant’Ana, diz estranhar a proposta de aumento da altura de prédios em bairros saturados, como o Menino Deus. “A própria Secretaria de Planejamento Municipal atesta que é preciso diminuir as alturas. Tem algum responsável técnico, alguém que tenha feito estudo similar ao da prefeitura, com a mesma profundidade, fundamentando essas emendas”.

Imprensa e Comunicação Agapan

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