As recentes detecções de resíduos
do veneno agrícola 2,4-D fora dos ambientes de lavouras no Rio Grande do Sul
servem para comprovar, lamentavelmente, que os alertas emitidos há vários anos
pela Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, e outras
entidades defensoras da vida, não podem continuar sendo desconsiderados pelas
autoridades públicas do Estado, dos municípios e da União.
Os resíduos do veneno utilizado
em lavouras de soja encontrados na praça localizada em frente ao Hospital Santa
Casa de Santana de livramento, no Centro da cidade - comprovado por laudo
laboratorial, é uma afronta ao bom senso social. O caso radicaliza os fatos já
extremamente preocupantes da contaminação de videiras e oliveiras por veneno
agrícola no RS e do sumiço de abelhas, essas fundamentais para a produção de
alimentos.
Esses fatos não podem ser
menosprezados pelos agentes de saúde pública, governo do Estado, Ministério
Público, Secretarias da Saúde e do Meio Ambiente. Exigimos das autoridades
públicas medidas cabais para evitar a contaminação da população, das fontes
hídricas, da flora e da fauna gaúcha com esses pesticidas inaceitáveis em nossa
sociedade. No atual ritmo crescente e altamente permissivo do uso de venenos
agrícolas, o controle passa a ser cada vez mais difícil e os riscos crescem de
forma exponencial. Reiteramos, também, a cobrança pelo compromisso do Estado
com os licenciamentos e fiscalização de atividades de risco. O fortalecimento
dos órgãos públicos responsáveis pelo licenciamento, controle e fiscalização de
áreas agrícola e de saúde é de suma importância, vital para a sociedade.
Também já alertamos, há várias
décadas, que a única alternativa viável para manter a nossa sociedade
alimentada e saudável é a agroecologia, que produz com tecnologias de ponta, sem
venenos, e precisa ser incentivada fortemente no Estado e no Brasil. Nosso país
tem potencial para ser um dos maiores produtores de alimentos saudáveis, sem
veneno.
Mais uma vez, conclamamos o poder
público para trabalhar no sentido de mudar radicalmente o sistema de produção
agrícola, eliminando do cenário produtivo os venenos prejudiciais à população.
A Agapan se coloca à disposição dos tomadores de decisões dos Estados e dos
municípios para colaborar com o processo de descontaminação agrícola e dos
recursos naturais brasileiros.
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