03 dezembro 2014

Porto Alegre participa de ação nacional contra o uso de agrotóxicos



No Dia Internacional do Não Uso de Agrotóxicos (3/12), a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), em conjunto com o Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (Mogdema), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outras entidades sociais, participou de ato realizado no Centro do Porto Alegre (na Esquina Democrática) em protesto ao uso abusivo de agrotóxicos na produção de alimentos no Brasil.

A Agapan luta para o fortalecimento da agroecologia e defende a utilização responsável dos recursos naturais para a produção de alimentos saudáveis, sem venenos e sem modificação genética de laboratório.

Os deputados Adão Villaverde e Edegar Pretto, ambos do PT, participaram dos protestos. 

Conforme dados do IBGE, apresentados em cartilha da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, "o agronegócio, além de usar muitos agrotóxicos e transgênicos, não gera empregos e não produz alimentos". Ainda segundo a publicação, "nos últimos 12 anos, a área plantada de alimentos diminuiu, enquanto que a de mercadorias agrícolas subiu 70%".

No Brasil, agrotóxicos proibidos em outros países por serem extremamente perigosos, são liberados para aplicação nas lavouras. O governo brasileiro sofre fortes pressões de companhias fabricantes de venenos químicos e cede ao lobby de políticos e empresários do setor agroindustrial.

Entre 2009 e 2012, segundo dados do Ibama, o uso do agrotóxico 2,4D aumentou 160%. O 2,4D causa alteração genética e é neurotóxico. Já foi banido na Noruega, na Suécia e na Dinamarca. Já o uso do Glifosato, altamente utilizado pela agroindústria, teve aumento de 58%. A Atrazina, que causa desregulação hormonal e é um produto cancerígeno, teve aumento de 167% no mesmo período. O uso deste veneno já foi proibido na Suíça, na Alemanha e na Itália.

Confira aqui mais fotos do ato na Esquina Democrática.

Aqui, fotos do Grande Expediente realizado na Assembleia Legislativa no início da tarde desta quarta-feira.



A data


Bophal, Índia. Madrugada do dia 3 de dezembro de 1984. Em uma zona densamente povoada, de 27 a 40 toneladas dos gases tóxicos metil isocianato e hidrocianeto, químicos utilizado na elaboração de um praguicida da Corporación Union Carbide, vazam e se dissipam pela cidade, quando os seis sistemas de segurança não funcionam.
Trinta mil pessoas, oito mil nos três primeiros dias, morreram devido ao acidente e, ainda hoje, estimativas indicam que 150 mil sofrem de doenças crônico-degenerativas causadas pela exposição aos gases letais. A Union Carbide, posteriormente adquirida pela Dow Química, ainda se nega a fornecer informações detalhadas sobre a natureza dos contaminantes, dificultando que o tratamento médico adequado fosse dado aos indivíduos expostos. A região nunca foi descontaminada e até hoje representa um perigo à população.
O desastre químico foi considerado o pior da história e a data foi estabelecida pela Pesticide Action Network (PAN) como o dia internacional do não uso de agrotóxicos. A Dow é hoje uma das 6 gigantes do mercado de venenos e sementes transgênicas, e em 2012 faturou U$ 60 bilhões.

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