14 abril 2012

Capra ressalta em entrevista no Brasil a importância da Rede Social Solidária






Para Fritjof Capra, o que fazemos contra a natureza fazemos a nós mesmos, uma vez que todos fazem parte de um único sistema. 





Doutor em Física, cientista, ambientalista, educador e ativista: este é Fritjof Capra, austríaco que escreveu O Tao da Física, O Ponto de Mutação, A Teia da Vida, As Conexões Ocultas, dentre outros livros que abordam temas relacionados à ecologia e sustentabilidade, reconhecendo esta última como sendo a conseqüência de um padrão complexo que envolve a interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade e diversidade.

Capra defende que as sociedades urbanas, assim como os ecossistemas – ambos sistemas vivos que contém os mesmos princípios de organização - podem alcançar a sustentabilidade. Ele pontua que em qualquer sistema vivo há relações de interdependência entre seus componentes, de cooperação generalizada, de reciclagem da matéria, tendendo sempre ao equilíbrio, mas que, no entanto, nossa economia e nosso sistema industrial são lineares. Assim, para reverter este quadro, ele acredita que deve haver uma mudança de paradigmas, concebendo o mundo como um todo integrado, um conjunto de sistemas interconectados, e não como uma coleção de partes dissociadas.

Capra defende a agricultura orgânica; o uso de partículas de hidrogênio como combustível, em detrimento dos de origem fóssil; o eco-design; a mudança do nosso sistema de impostos, fazendo com que estes sejam proporcionais ao gasto de energia e matéria prima; a educação de qualidade; e o uso da internet como ponte para mobilização e informação.

Ele frisa que as ONGs têm papel essencial, uma vez que podem agir local e virtualmente – e aqui temos o exemplo do relatório confeccionado no Fórum Social de Porto Alegre, o “Alternativas à Globalização Econômica: Um Mundo Melhor é Possível”, que impulsionou o desenvolvimento do Programa de Alfabetização Ecológica, parceria do Ministério da Educação com o Ministério do Meio Ambiente, adotado pelas escolas da rede municipal do Paraná e considerado pela ONU como uma das 60 melhores práticas do mundo nas áreas de educação e cidadania.

Sobre nosso país, Capra diz que este tipo de modelo deve ser seguido e que precisamos, ainda, investir na energia solar e desenvolver técnicas agrícolas que respeitem a saúde do solo, como as rotações de cultura e agroecologia. Para ele, estas últimas medidas, empregando muitas pessoas em pequenas propriedades, resolveriam problemas relacionados ao êxodo rural.

Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola
Fonte: http://www.brasilescola.com/biografia/fritjof-capra.htm

Comentário Agapan:




Fritjof Capra, físico austríaco da teoria do sistemas, demonstrou em entrevista a Globonews uma visão crítica com relação à modernização tecnológica e destacou a importância de ONGs como os canais de organização,  de articulação e de comunicação da sociedade civil. Ressaltou o mérito dos Fóruns Sociais Mundiais que tiveram início em 2001 em Porto Alegre.

Reafirmou o valor das  redes sociais como meio de divulgação, articulação e solidariedade da temática ambiental. Enfatizou que as  redes globais de pensadores e ativistas conscientizaram especialmente os jovens, cujo reflexo, anos depois, confirmou-se na tomada de Wall Street, em pleno coração de Nova Iorque. Naquele protesto jovens ativistas e ecoativistas posicionaram-se frontalmente contra o domínio financeiro e acorrupção política em nível mundial. Salienta, em sua fala, que a ciência tradicional mudou em face dos estudos científicos baseados em sistemas vivos não lineares.

Explicou que, biologicamente, os seres são formados por redes, assim como são, também, os sistemas sociais. Portanto, neste contexto, Capra aponta que o modelo de desenvolvimento é o grande paradigma que deverá nortear a sociedade mundial para que ela continue a sobreviver em um planeta finito. Propõe uma "Sociedade Sustentável" onde o crescimento quantitativo, seja substituído pelo "crescimento qualitativo, como são as redes e as teias da vida, a partir das quais todos dependemos. Discorreu ainda sobre Ecoalfabetização, Rio+20, Mudanças Climática e Energias Limpas, entre outros temas.



Fotos arquivo Agapan

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