30 agosto 2009

Agapan tem nova Diretoria



Edi Fonseca deixa presidência da Agapan após 10 anos, mas permanecerá como conselheira. Com nova Diretoria, entidade manterá campanhas e promete lutar pela defesa das leis ambientais do Estado.

Depois de 10 anos à frente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, a professora Edi Fonseca transferiu a presidência da entidade a Eduardo Finardi Rodrigues, advogado. A solenidade de posse da nova Diretoria para a gestão 2009/11 aconteceu na última segunda-feira, 24, durante a Assembleia Geral da entidade. Além do presidente, foram empossados o vice, Celso Copstein Waldemar, a secretária Eleara Maria Manfredi , o tesoureiro Sidnei Geisler Bueno, o segundo tesoureiro Renato Souza e os 20 integrantes do Conselho Superior e três conselheiros Fiscais.

O novo presidente da Agapan toma posse num momento de efervescência política e ambiental no Estado. Após a campanha pelo Não às construções residenciais na Orla do Guaíba, em Porto Alegre, a Agapan se prepara para fortalecer o manifesto “Parque Sim, Espigões Não” e pela manutenção das leis ambientais do RS. “Querem acabar com as conquistas ambientais do RS, flexibilizando leis que sempre foram referência para o país”, destaca o novo presidente.

Rodrigues é integrante da Agapan desde 1986. Já foi conselheiro, secretário geral e participou da Comissão de Luta pela Efetivação do Parque de Itapuã. Também representou a Agapan em algumas comissões dos Conselhos Estadual (Consema) e Nacional (Conama) de Meio Ambiente.

Edi Fonseca deixa a Agapan com um aumento expressivo de novos sócios. “Nosso envolvimento e visibilidade no Movimento Defenda a Orla estão se refletindo em novas adesões”, destaca, ao observar a qualidade técnica da nova Diretoria, “do mais alto nível e que tem contribuído muito com a Agapan”, comemora Edi.

DEFESAS E MOBILIZAÇÕES

Para o conselheiro Nestor Nadruz, que representa a Agapan no Fórum de Entidades, que acompanha as discussões para o novo Plano Diretor de Porto Alegre, “a história não acabou com a realização da consulta popular. Vamos agora batalhar para evitar edifícios daquele porte em toda a Orla”, anuncia. Para ele, a sociedade toda precisa participar dessa luta, e não apenas arquitetos e urbanistas. “Precisamos formar um grupo interdisciplinar, com a inclusão de sociólogos, biólogos, geólogos e ambientalistas”, conclama.

Nadruz defende, para a Orla, um grande e qualificado parque, que respeite os aspectos comportamentais de cada região e onde sejam instalados equipamentos funcionais de apelo, que atraia a população, que se transformou em urbana, observa. “A Agapan tem que assumir esta briga”, reforça Nadruz, ao salientar, como exemplo de luta, o cumprimento do mínimo de quantidade de 12 árvores para cada habitante, segundo a ONU.

“As construtoras têm a cidade como uma mercadoria e estão comprando uma infinidade de terrenos”, denuncia Nadruz, ao afirmar que “não devemos ficar no romantismo”. Para ele, “temos que trabalhar pela vida da cidade. A primeira ação foi o que aconteceu ontem (sobre a consulta popular). Foi benéfico. Vai nos dar força. Isso contagia as pessoas”, diz o arquiteto e conselheiro.

O conselheiro Beto Moesch, que também é vereador (PP), afirma que o primeiro argumento para a sociedade votar contra a construção de prédios residenciais na Orla foi político. “Agora tem que ser técnico”, diz, ao reforçar que “o voto Não foi de protesto da população contra toda a especulação imobiliária e política que se abate sobre uma área pública da cidade”.

Moesch expõe sua preocupação a respeito das modificações ao Código Florestal que estão tramitando na Assembléia Legislativa, que acabam com a Reserva Legal, com as ONGs (Organizações Não-Governamentais) e com a Mata Atlântica. “O RS pode estar perdendo áreas de reserva legal e os danos são irreparáveis. As modificações são danosas para a economia do Estado, não só de legalidade, mas por serem inconstitucionais”, finaliza Moesch.

A Agagan antecipa estar programando, para setembro, a realização de uma Mesa Redonda, quando serão discutidas essas alterações às leis ambientais do RS. A data e o local ainda serão definidos.

A seguir, a Nominata da Agapan - Gestão 2009-2011:

Diretoria: presidente: Eduardo Finardi Rodrigues, vice-presidente: Celso Copstein Waldemar, secretária: Eleara Maria Manfredi, tesoureiro: Sidnei Geisler Bueno, segundo tesoureiro: Renato Souza.





Por Adriane Bertoglio Rodrigues

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