29 abril 2015

Nota de repúdio à aprovação do PL 4148/08


A Agapan repudia a atuação dos deputados gaúchos Afonso Hamm, Afonso Motta, Alceu Moreira, Carlos Gomes, Covatti Filho, Danrlei de Deus, Darcísio Perondi, Giovani Cherini, Jerônimo Goergen, José Otávio Germano, Luis Carlos Heinze, Mauro Pereira, Nelson Marchezan Junior, Onyx Lorenzoni, Pompeo de Mattos, Renato Molling e Sérgio Moraes na votação do Projeto de Lei 4148/08, de autoria do deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que acaba com a exigência do símbolo da transgenia nos rótulos dos produtos com organismos geneticamente modificados (OGM).


Todos têm direito à informação clara e transparente. A quem interessa camuflar dos consumidores a origem dos produtos alimentícios disponibilizados à população? 
Quem financia a campanha do deputado Luiz Carlos Heinze e dos demais integrantes da bancada ruralista?

Isso não pode ficar assim. 

Agapan: A vida sempre em primeiro lugar!




Agapan busca aproximação com parlamentar do Partido Verde

O secretário-geral da Agapan​, Heverton Lacerda​, esteve reunido nesta terça-feira (28) com o deputado João Reinelli​ (PV-RS) para apresentar as pautas ambientais da entidade, produzidas junto ao  Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (MoGDeMA)​ e ao Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais​ (InGá). 

O deputado se colocou à disposição da Agapan para contribuir com a discussão das pautas ambientais e com as ações em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida da população gaúcha. 

De Nova Prata, município da Serra gaúcha, Reinelli é o primeiro deputado estadual eleito pelo Partido Verde no Rio Grande do Sul. "A aproximação com parlamentares que podem apoiar a luta ambiental é importante para fortalecer a defesa da vida e do ambiente natural. E o deputado Reinelli pertence a um partido que tem a defesa ambiental em sua origem. Nossa expectativa é tê-lo como um forte aliado nessa luta" afirma Lacerda. 

26 abril 2015

“Ecodevaneios”? Não, alertas da Agapan nos últimos 44 anos

Orquidário do Parque da Redenção, na manhã de 25/04, durante o Convescote, parte da comemoração de aniversário da Agapan

A primeira entidade ambiental do Brasil completa 44 anos nesta segunda-feira, dia 27 de abril. Fundada em 1971, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) vai comemorar o aniversário no Mr. Pickwick, no Shopping Olaria, em Porto Alegre, a partir das 19h. “Cada pessoa que vier nos parabenizar paga o seu consumo. Somos uma entidade voluntária e necessitamos de doações e contribuições de associados”, diz o presidente Alfredo Gui Ferreira, ao convidar associados, parceiros e simpatizantes para a confraternização, tradicional da entidade.
Ferreira, que foi fundador da Agapan, ao lado de José Lutzenberger e Augusto Carneiro, entre outros “ecoloucos” da época, diz perceber, nesses 44 anos, um avanço, de parte da sociedade, “que responde aos apelos e alertas dos ambientalistas”, analisa. “Na década de 70, o que alertávamos era considerado devaneio, como o fim da água, e hoje essas ameaças estão acontecendo, como a recém ocorrida falta de água em SP”, cita o ambientalista, ao anunciar, como desafio para os próximos anos, “investimentos em gestão com inteligência e sem desperdício, principalmente por parte das empresas poluidoras e degradantes do ambiente”.
Texto e foto: Adriane Bertoglio Rodrigues

Agapan realiza 1º convescote de 2015

Foi realizado neste sábado (25) a primeira edição do Convescote Agapan de 2015. O encontro é promovido pela entidade com o objetivo de proporcionar um espaço de convivência e trocas de ideias entre associados, membros da diretoria e dos conselhos, e amigos da entidade.

Devido ao sucesso dos dois primeiros encontros, que iniciaram em 2014, o grupo estuda a possibilidade de tornar o Convescote Agapan um evento periódico. Acompanhe os nossos comunicados e participe do próximo.



14 abril 2015

Corrupção e degradação ambiental em debate

“Por favor, faça corrupção”. Esta é a suplica da nossa legislação ambiental, ironizou o delegado Joerberth Pinto Nunes, da Delegacia de Crimes contra a Fazenda Estadual do RS, durante o Agapan Debate desta segunda-feira (13). O evento, promovido pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), foi realizado no auditório da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em Porto Alegre (RS).
O Agapan Debate contou, ainda, com as participações dos jornalistas Wálmaro Paz e Roberto Villar Belmonte, que debateram o tema “corrupção e degradação ambiental”.

A partir da esquerda: Wálmaro Paz, Joerberth Pinto Nunes e Roberto Villar Belmonte


Para o delegado, a atual legislação é uma porta aberta para a corrupção e, consequentemente, em alguns casos, para a degradação ambiental. Segundo ele, a corrupção é um crime que dificulta a identificação de indícios, porque ambos os lados envolvidos – corrupto e corruptor – não têm o interesse de denunciar, diferente do que acontece em casos de latrocínios e roubos, por exemplo. Além desses fatores, Nunes diz que não há interesse governamental de investigar e combater a corrupção, “que é intrínseca ao sistema capitalista”, afirma. Para o delegado, a falta de autonomia das polícias, a comunicação ineficiente entre diferentes órgãos policiais e Ministério Público, e o teor brando das penas para crimes ambientais são fatores que contribuem para que a corrupção encontre terreno fértil para se proliferar no Brasil. Ele aponta, ainda, as empresas de consultorias como parte importante das estratégias utilizadas nos esquemas de corrupção. “Nós temos investigações em curso que indicam mais de mil por cento de superfaturamento”, informa.

O jornalista Wálmaro Paz, com 45 anos de profissão e passagens por veículos como O Globo, Folha de São Paulo, Zero Hora, Correio do Povo, Jornal do Comércio e Coojornal, entre outros, relatou diversas experiências e processos que acompanhou durante este período, incluindo os anos de 2011 e 2012, quando foi coordenador de Comunicação Social do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Concordando com o palestrante que lhe antecedeu no Agapan Debate, Paz disse acreditar na tese de que o capitalismo é berço esplêndido para a corrupção. Ele alertou sobre estratégias utilizadas por madeireiros na Amazônia para burlar a lei e extrair madeiras nobres da floresta. Contou que muitos madeireiros também são donos de armazéns e oferecem créditos para os pequenos proprietários, que vivem com parcos recursos e ajuda do governo. Quando os saldos das dívidas ultrapassam o poder de pagamento dos pequenos proprietários, por exemplo, os madeireiros negociam a quitação através da entrega de árvores de madeiras nobres existentes nas pequenas propriedades. O jornalista também falou sobre os grandes criadores de gado da região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que abrange 337 municípios num total de 73 milhões de hectares. Segundo ele, os proprietários de terras são, basicamente, grandes bancos. Paz afirmou, ainda, que os maiores interessados nas construções de hidrelétricas na região são as empresas de mineração, que extraem os recursos naturais das terras brasileiras e exportam para outros países a preços baixos.

O terceiro debatedor, jornalista Roberto Villar Belmonte, que também fez a mediação da mesa, falou sobre o papel da imprensa como mediadora de informações e denúncias envolvendo a corrupção e a degradação ambiental. Belmonte é professor universitário e um dos criadores da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental. Durante cinco anos, trabalhou no programa Gaúcha Ecologia, da rádio Gaúcha de Porto Alegre. Para ele, em tempos de internet e redes sociais, no qual as notícias se proliferam de formas veloz e, frequentemente, sem confiabilidade, o jornalista tem papel fundamental de curadoria de informações.
Traçando um paralelo às figuras do corrupto e do corruptor, conforme referido pelo delegado Joerberth, o palestrante, citando o intelectual alemão Max Weber (1964-1920), afirmou que “a imprensa é a única empresa que serve a dois clientes: o anunciante e o consumidor”. Belmonte, que salientou as dificuldades encontradas pelos ambientalistas para divulgar denúncias e artigos em jornais de grande circulação, disse que “o poder da imprensa também é o que não é dito.” Ele usou como exemplo uma situação na qual o ambientalista Paulo Brack (Ingá) questionou, antes de a Operação Concutare da Polícia Federal ser deflagrada, o fato de a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema RS) ser confiada pelo governo gaúcho ao comando de um integrante do partido do deputado Aldo Rebelo (PCdoB), relator e líder articulista da flexibilização e desmonte do Código Florestal Brasileiro, conforme interesses de financiadores de campanha. A denúncia, que teve sua importância confirmada em seguida, não encontrou eco na imprensa. Cabe ressaltar que um poderoso grupo de comunicação do RS está sendo investigado pela Operação Zelotes da Polícia Federal por suposto envolvimento em crime de sonegação fiscal.

Ao final das palestras, os participantes da plateia puderam interagir com os palestrantes formulando questões e opinando. Participaram do evento, associados da Agapan, membros da Diretoria e conselhos da entidade, estudantes de jornalismo da Ufrgs e público em geral.



Agende-se: as próximas edições do Agapan Debate de 2015 acontecem nos dias 08/0614/09 e 09/11, sempre às 19h. (Local: auditório da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Ufrgs – Rua Ramiro Barcelos, 2705, Porto Alegre - RS - mapa)

Texto e fotos: Heverton Lacerda / Agapan

Água ou areia?

A resposta para esta questão é bastante elementar, principalmente se a pergunta estiver relacionada à importância que cada uma das opções tem para a vida. “A vida sempre em primeiro lugar” é o lema da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). Ele agrega, de forma concisa, o sentimento dos integrantes da entidade ambientalista que há 44 anos luta para defender a preservação do ambiente natural, da qualidade de vida, do ar puro, das águas limpas, das possibilidades de continuidade da vida no planeta. 

Água é vida. Portanto, preservar a água é possibilitar a vida. A nossa dependência em relação à água é vital. Não há alternativas consideráveis para substituí-la atualmente. 

A área da construção civil de Porto Alegre reclama da falta de areia. É um sério problema que precisa ser solucionado. O nó da questão é que a extração de areia impacta os nossos recursos hídricos, que abastecem a população de Porto Alegre e cidades da região com um bem essencial, que não pode faltar: a água. Se, de alguma maneira, a atividade de extração de areia ameaçar a qualidade da água e a integridade do Guaíba e do Jacuí, não há dúvida sobre qual desses dois elementos deve ser priorizados: a água, fundamental à vida. 

Para que tenhamos água limpa, natural e de boa qualidade ao nosso alcance é necessário preservarmos os nossos mananciais, rios, lagos, nascentes. Desta forma, estaremos fazendo a nossa parte de seres inteligentes, como os demais que não degradam suas próprias alternativas de sobrevivência. 

Neste sentido, é louvável a coerente atitude do Ministério Público do RS (MP), que, través da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, recomendou à secretária estadual Ana Pellini que não sejam emitidas licenças para extração de areia e pesquisas no Guaíba até que o zoneamento ambiental do mesmo seja aprovado. A recomendação do MP ocorreu após a secretária manifestar que iria liberar a atividade de extração para uma empresa, a qual não quis identificar, conforme publicado na edição impressa do Correio do Povo no dia 18 de março e encaminhada pela Agapan à Promotoria ambiental. 


Heverton Lacerda - jornalista e secretário-geral da Agapan 

(Publicado no jornal Correio do Povo do dia 14.04.2015)

02 abril 2015

MP recomenda Pellini a anular e suspender licenças ambientais

O Ministério Público do RS encaminhou ofício, nesta terça-feira (31/03), à secretária Anna Pellini recomendando que não sejam emitidas novas licenças para extração de areia e pesquisas no Guaíba até que o Zoneamento Ambiental do Lago Guaíba seja aprovado.


Pelline ocupa, atualmente, os cargos de Secretária Estadual do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável e de Diretora Presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler (Fepam). Foto: Heverton Lacerda/Agapan
A recomendação tem como base o Inquérito Civil n°13/2010, que investiga a legalidade do licenciamento ambiental para mineração de areia no Lago Guaíba e recentes notícias indicando a intenção da secretária de autorizar a mineração no Lago Guaíba.

A recomendação também responde à solicitação feita ao MP pela Agapan, entre outras, no dia 20 de março solicitando manifestação sobre a questão. 
Além deste caso relacionado à mineração de areia, a Agapan acompanha, com grande preocupação, as estratégias anunciadas pela secretária para flexibilizar e agilizar os licenciamentos ambientais, sob pena de colocar o ambiente natural gaúcho em sérias situações de risco.

Confira, abaixo, destaque do Ofício nº 812 /2015 –MA.

RECOMENDA O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, por suas Promotoras de Justiça firmatárias, a Vossa Excelência, na condição de Secretária Estadual do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável e de Diretora-Presidente da FEPAM, para atendimento das normas constitucionais e da legislação infraconstitucional pertinente, que:

a)    se abstenha de emitir qualquer licença ambiental para  atividade de pesquisa ou extração de areia no Lago Guaíba, enquanto não for elaborado o  Zoneamento Ambiental do Lago Guaíba;

b)    anule as autorizações ou licenças ambientais acaso emitidas para atividade de pesquisa ou extração de areia no Lago Guaíba, mantendo a suspensão dos processos administrativos de licenciamento ambiental para esta atividade até a aprovação do Zoneamento Ambiental do Lago Guaíba.

O ofício é assinado pelas promotoras Josiane Superti Brasil Camejo e Annelise Monteiro Steigleder.



Notícias relacionadas




“Durante a Operação Concutare, a PF descobriu que empresas mineradoras reservaram 219 áreas do estuário para pesquisa. É uma ação fundamental para transformar a região num garimpo de areia para abastecer a construção civil.” (link acima)





No site de uma das empresas interessadas na liberação: