28 fevereiro 2014

Carta à Zero Hora sobre charge que alimenta o sacrifício da vegetação

Charge publicada em 27 de fevereiro  não respeita o arboricídio de 250 árvores. 


Marco Aurélio é um chargista de bons recursos, que produz muita coisa de qualidade. Infelizmente, dia 27/02/2014 sua charge na pagina dois foi muito infeliz. Há evidente ligação da ampliação do HCPA e o sacrificio planejado de cerca de 250 árvores para a obra. 

Parece que as árvores teriam mais importância que um humano doente gravemente enfermo.
Certamente queremos médicos e hospitais que atendam com eficiência a população humana, não a árvores que são matéria de engenheiros florestais, agrônomos, biólogos e de ambientalista como aqueles que fazem parte da AGAPAN. 

Um projeto equivocado de ampliação do hospital para cima das árvores que isolam o hospital de ruídos do transito, em parte, e amenizam o ambiente, não são fruto dos médicos do Clinicas. 

Há má-fé tentando jogar a eficiência médica contra o sacrifício da vegetação. Os ambientalistas são completamente favoráveis a bons hospitais, aparelhados e com bons serviços, mas completamente contra ao sacrifício das árvores nos jardins do HCPA.

A charge do sr. Marco Aurélio foi repugnante, os leitores de Zero Hora merecem coisa bem melhor!

Atentamente

Dr. Alfredo Gui Ferreira
Presidente da AGAPAN (Associação Gaucha de Proteção ao Ambiente Natural)
agapan@agapan.org.br


Carta-email para o jornal Zero Hora sobre publicação de charge do dia 27/02/2014.

25 fevereiro 2014

Entidades ambientalistas pedem audiência pública sobre projeto do HCPA

O atual Hospital de Clínicas. (foto: HCPA) 

A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), o Ingá Estudos Ambientais e o Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (Mogdema) encaminharam ao Ministério Público Estadual, no dia 20 de fevereiro, um pedido de audiência pública para esclarecimento sobre os impactos ambientais e sugerem um estudo de readequação ao projeto que prevê a construção de grande estacionamento e prédios anexos ao Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA), promovendo o corte de 250 árvores nativas.

As entidades ambientalistas ressaltam que o espaço pretendido para a construção constitui a quarta maior área verde em superfície do centro da cidade, com área semelhante aos parques da Redenção, Harmonia e Parcão. O bosque resulta do plantio comunitário de 1200 mudas realizado por alunos de Biologia da UFRGS em 1977. “Formou-se ali um bosque urbano de grande importância para o conforto e menor índice de ruídos para pacientes e suas famílias, e que representa grande valor ambiental e cultural para a população de Porto Alegre” ressalta o documento.

Renzo Bassaneti, um dos estudantes de biologia, comenta "que passava pelo gramado do HCPA todos os dias para ir até as aulas de biologia na avenida Ipiranga com a rua Ramiro Barcelos. Imaginando como a área melhoraria com a presença de árvores – mais sombra, menos ruído para os pacientes do hospital, com mais pássaros e mais um pulmão para a cidade - resolvemos tentar agir. Contatamos a direção do HCPA através do nosso diretório Academico (DAIB), e recebemos o sinal verde após alguns dias. Solicitamos 1700 mudas à Secretaria Estadual da Agricultura da sua extensão em Santa Maria. Face à má qualidade do solo, a direção do HCPA nos disponibilizou duas caçambas de húmus para colocação nas covas. As 1200 mudas foram plantadas no terreno do HCPA e as 500 restantes foram plantadas no novo Campus do Vale.”

Os ambientalistas relatam também a importância da readequação de projetos. No  início da década de 1990, quando da gestão do então Secretário Municipal de Meio Ambiente, Caio Lustosa, foi possível  readequar um projeto que previa o corte de mais de 100 árvores para tubulação da prefeitura e em função da mobilização de entidades, como Cooperativa Colméia e Agapan, foram suprimidas apenas 12 árvores, prova de que é possível encontrar melhores soluções. 

leia também:

As árvores do Hospital de Clínicas por Renzo Bassanetti



Vanessa Melgaré
Assessora de comunicação
Agapan



23 fevereiro 2014

Ingá questiona Ministério Público Estadual sobre a legalidade de decreto que promove realização do megaempreendimento do Complexo Hidrelétrico Garabi-Panambi

Complexo Hidrelétrico Garabi-Panambi. (foto: Radio Ijuí)
Ao Dr. Alexandre Saltz
Coordenação de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual

Prezado Senhor:

O InGá vem encaminhar denúncia ao Ministério Público Estadual
questionando a legalidade do Decreto Estadual nº 50.017, de 9 de
janeiro de 2013, que criou um Grupo de Trabalho e um Fórum a fim de
promover a realização de um megaempreendimento de alto impacto
ambiental denominado Complexo Hidrelétrico Garabi-Panambi, na porção média do rio Uruguai, decreto que declara que a construção das
hidrelétricas Garabi e Panambi promoverá o desenvolvimento social e
econômico da região? a despeito deste(s) não possuir(em) nenhum
estudo de viabilidade ambiental e, como agravante, nenhuma licença
ambiental por parte do órgão de meio ambiente (IBAMA). Da mesma forma,
do ponto de vista da administração pública, é questionável que se
criem expectativas favoráveis na região e uma inevitável pressão sobre
os órgãos ambientais, implicando também em gastos públicos na promoção
de atividades que deveriam seguir todo o trâmite de viabilidade
ambiental, somente após um possível deferimento de licenças
ambientais, o que não é o caso, pelo menos no momento.

O Ingá também solicita ao Ministério Publico Estadual que atue em
conjunto com o Ministério Público Federal para que todo o processo de
promoção destes empreendimentos seja reavaliado, considerando os
elevados riscos à flora e à fauna do Rio Grande do Sul, em especial ao
Parque Estadual do Turvo, o Salto do Yucumã, levando-se em conta que
não se tem um balanço mínimo das condições de conservação da
biodiversidade na bacia, após dezenas de empreendimentos hidrelétricos
já realizados nas últimas duas décadas, bem como a diversas situações
de irregularidades já constatadas. Destacamos aqui o caso da UHE Barra
Grande, onde a própria empresa Engevix, que seria a principal empresa
brasileira que encabeçaria os estudos do Complexo Garabi, para a
Eletrobrás, estava envolvida no caso e foi multada por isso pelo Ibama
em 10 milhões de reais, em 2005.

Estamos profundamente preocupados com a ausência de iniciativas
públicas no sentido de que se assegure a necessária garantia legal da
conservação da sociobiodiversidade da região da Bacia Hidrográfica do
Rio Uruguai, tendo em vista os altíssimos riscos ambientais
decorrentes da maior área prevista para alagamento na bacia do rio
Uruguai (73 mil hectares) que seria provocada pelos projetos de
Aproveitamentos Hidrelétricos de Garabi e Panambi, levados a cabo pela
Eletrobrás e Ebisa (Argentina). Espécies como Dyckia brevifolia,
abundantes no Salto do Yucumã, até as décadas de 1980 (Brack et al.
1985) e 1990, hoje estão desaparecendo, como vimos constatando nos
últimos cinco anos e vamos pedir providências do MPE., bem como
averigue o desbarrancamento acentuado na mata ciliar após os
empreendimentos, a montante do P.Est. Turvo, das UHEs Foz de Chapecó,
Itá, Machadinho e Barra Grande.

Ressaltamos, do ponto de vista da biodiversidade, que entre os
principais impactos decorrentes destes novos empreendimentos
destacam-se a perda de áreas florestais do Parque Estadual do Turvo
(Decreto Estadual no 2.312, de 11 de março de 1947), o aumento do
risco de extinção de dezenas de espécies de flora e fauna incluídas
nos Decretos 42099 de 31 de dezembro de 2002 e 41.672, de 11 de junho
de 2002, no caso da onça (Panthera onca), por exemplo, bem como as
possíveis alterações sobre o Salto do Yucumã.

Causa estranheza à sociedade gaúcha que, apesar de não ser apresentada
a sequência do processo de AAI, o Governo do Estado tenha publicado o
referido Decreto, contrariando a necessária forma republicana de
gestão pública, pois o atropelo da medida, quando da criação do Grupo
de Trabalho e Fórum, acabou por gerar muitas expectativas políticas,
com setores econômicos, políticos e outros setores potenciais
apoiadores do empreendimento, circunstância que fortalece a sensação
geral de fato consumado em relação à realização destas obras.

Consideramos, ademais, que existe uma visível distorção do papel dos
órgãos públicos, já que o GT inclui até mesmo a presença da Secretaria
Estadual de Meio Ambiente, que teria como atribuição, justamente,
participar junto com o Ibama dos licenciamentos dos empreendimentos.
Qualquer processo de licenciamento deve prever também a possibilidade
de indeferimento pelos órgãos ambientais, situação esta bem provável,
pois do ponto de vista técnico, não se pode desconsiderar a situação
já crítica do rio Uruguai.

Outrossim, cabe assinalar que o Governo do Estado além de
desconsiderar a necessidade de término da Avaliação Ambiental
Integrada, prevista no TC de Barra Grande, está passando por cima do
Art. 9o da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei no 6.938, de 31 de
agosto de 1981) que institui o Zoneamento Ecológico-Econômico,
instrumento público fundamental no planejamento não só de
empreendimentos e atividades, mas na gestão econômica e ambiental,
garantindo diretrizes claras de proteção da biodiversidade e dos
direitos da sociedade como um todo, visando as vocações econômicas
locais e sustentáveis dos elementos de suporte à vida biodiversa.

Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2014

Atenciosamente,
Biól. Paulo Brack
Coordenador Geral do InGá

Ofício/InGá/nº03/2014 protocolado no MPE, no dia 21 de fevereiro de 2014

(grifo Agapan)

21 fevereiro 2014

O marco gaúcho das águas

Marco gaúcho das Águas. (foto: Lana)

Na localidade do Tabuleiro da Meia Lua, no alto da Coxilha do Batovi as três Regiões Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul se tocam. Num espaço de poucas centenas de metros há nascentes de arroios que correm para formar o Vacacaí da Região Hidrográfica do Guaíba; do Santa Maria da Região Hidrográfica do Uruguai; e o Camaquã da Região Hidrográfica do Litoral.
É a única região do Estado em que isto ocorre. Por isto ali foi instalado um Marco em granito rosa para demarcar esta singularidade geográfica. É o Marco Gaúcho das Águas. Monumento idealizado pelo saudoso Eng. Zeno Simon* que sempre chamava a atenção para este fato que já era conhecido pelos Jesuítas no século XVIII.
O Marco em si é bem simples. Um calçamento de paralelepípedos de quatro metros quadrados tem no centro uma coluna de pedra tri facetada. Uma face voltada para a sua respectiva Região. Pouco mais que um metro e meio de altura. Nas pedras estão gravadas algumas informações geográficas, o nome de políticos da época da inauguração e uma justa referência ao idealizador.
Situada na estrada que liga Bagé à São Gabriel próximo do acesso de Lavras do Sul e Ibaré. O local é no meio do campo nativo. Mas próximo já sinais de algumas mudanças que ameaçam a paisagem da Pampa como um cultivo de Eucalipto e lavouras de soja.
Próximo, como que guardando o monumento Quero-queros, cabeças de gado e grandes lagartos além de muitas formigas lava-pé.
É um pouco difícil de achar o local. Mesmo muitos dos moradores desconhecem o local. Mas perguntando um pouco se chega à porteira que dá acesso a uma trilha no campo.
O Marco, que é o símbolo dos Comitês de Bacia Gaúchos, ironicamente, se encontra pouco cuidado pela mão humana. Não há placas de sinalização que conduzam à ele e sua ponta superior está quebrada.
O símbolo de uma política de gestão que em 2014 completa vinte anos de sua criação pela lei 10350 representa bem a situação do Sistema Estadual de Recursos Hídricos.
Como o Marco, o sistema, que inspirou a legislação federal de forma marcante, se encontra incompleto e ainda desconhecido da maioria dos habitantes do Estado.
Arno Kayser
Presidente do Comitesinos

* “O projeto do marco dos recursos hídricos foi muito debatido na Agapan por Zeno Simon, quando foi vice-presidente da entidade. Ele propôs, escreveu, impediu e denunciou várias ações de impacto ambiental nos recursos hídricos.  Era um ativista de ir a campo, era um gênio. Infelizmente, nos deixou prematuramente. Hoje temos o Parque Zeno Simon no bairro Guarujá em Porto Alegre em homenagem ao trabalho dele, local onde a Agapan já realizou inúmeras atividades”. 
Edi Fonseca, ex-presidente da Agapan, integra o Conselho da Agapan.


O que é:


MARCO GAÚCHO DAS ÁGUAS - 25/11/2003.

No Estado do Rio Grande do Sul, existem três grandes regiões para onde as águas das chuvas escoam: a Região Hidrográfica da Bacia do Rio Uruguai, a Região Hidrográfica do Guaíba e a Região Hidrográfica das Bacias Litorâneas.


Neste local, as águas do Estado do Rio Grande do Sul nascem praticamente juntas e seguem caminhos diferentes. O Marco Gaúcho das Águas, instalado na divisa dos municípios da lavras do Sul e São Gabriel, sinaliza a união do Rio Grande do Sul, através de suas águas.
 
  G - Região Hidrográfica do Guaíba
              U - Região Hidrográfica da Bacia do Rio Uruguai
                 L - Região Hdrográfica das Bacias Litorâneas

A necessidade de preservar os recursos naturais para garantir a manutenção da vida, inclusive da espécie humana, sempre esteve presente entre os gaúchos. Nesse sentido, é necessário ressaltar um nome: Zeno Simon. Engenheiro da CORSAN - Companhia Riograndense de Saneamento, Simon destacou-se como técnico especialista em meio ambiente. Dedicou sua vida profissional e pessoal à promoção do envolvimento do cidadão e da sociedade no processo de preservação e conservação dos recursos naturais, sobretudo a água, para que as futuras gerações tivessem a possibilidade de desfrutar a vida. A ele se deve uma grande parte do que é hoje o Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do Sul. O Marco Gaúcho das Águas é uma forma de homenageá-lo.

Fonte: Cartilha - Marco Gaúcho das Águas / SEMA RS




Processo que questiona comercialização de milho transgênico tem pedido de vista


Houve pedido de vista do processo que discute a legalidade da comercialização de sementes transgênicas e o cultivo de variedades de milhos geneticamente modificados. A ação civil pública foi levada a julgamento em sessão da 3ª Turma realizada hoje (19/2) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

A ação foi ajuizada pela ONG Assessoria em Projetos e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, pela Associação Nacional de Pequenos Agricultores, pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e pela Terra Direitos contra as empresas Monsanto do Brasil, Bayer e Syngenta Seeds, a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e a União.

A ONG alega que o artigo 2º da Resolução Normativa nº 4/2007 da Comissão Técnica de Segurança – CTNBio, que dispõe sobre as distâncias mínimas entre cultivos comerciais de milho geneticamente modificados, visando à coexistência entre os sistemas de produção, é ilegal e ofende os direitos dos agricultores ao plantio e comercialização de produtos não transgênicos. Para a autora, a norma é insuficiente e não garante a coexistência das variedades orgânicas. Na ação, requer que seja declarada a ilegalidade da resolução.

A relatora do processo, desembargadora federal Marga Inge Barth Tessler, proferiu seu voto negando provimento ao recurso. Conforme Marga, a prova disponibilizada nos autos não é suficiente para o provimento da ação. “Não há uma sistematização dos dados que permita a análise técnica dos estudos apresentados e os resultados são ainda preliminares”, afirmou.

“É preciso aqui, para a dimensão que esta Ação Civil Pública alcança, uma prova não acima de qualquer dúvida, mas pelo menos acima de dúvida razoável. Esta prova não foi produzida pelos autores. Há dúvidas e inconsistências na tese autoral. A Resolução é certo, não é perfeita, poderia ser melhorada, mas no mínimo é um critério razoável que não é de ser afastado sem prova firme e segura”, escreveu em seu voto.

A desembargadora concluiu seu voto dizendo que entende a preocupação da autora, mas que esta deveria amparar melhor sua argumentação. “Não desconheço que o tema da contaminação das lavouras por transgênicos é preocupante. Assim poderão, quiçá, futuramente, em outra ação, se amparada em provas científicas e conclusivas, virem as autoras a comprovar sua pretensão”, concluiu.

O pedido de vista foi feito pela desembargadora federal Vivian Josete Pantaleão Caminha e o desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz acompanhou a relatora, negando provimento ao recurso. O novo julgamento ainda não tem data marcada.

Fonte: Tribunal Regional Federal da 4a Região

AC 5020884-11.2013.404.7000/TRF




Manifestação da Agapan:

Excelentíssimo (a) Sr. (a) Desembargador (a),

Diante da inclusão da Apelação Cível n° 50250884-11.2013.404.7000 na pauta de julgamento de hoje, 19 de fevereiro de 2014, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) vem se manifestar para demonstrar o amplo alcance que os efeitos da decisão de Vossas Excelências terá para a vida de milhares de agricultores e agricultoras familiares e milhões de consumidores e consumidoras. Nos últimos anos foram documentados inúmeros casos de contaminação transgênica que geraram danos econômicos, ambientais, sociais e culturais. Não se trata, portanto, de uma mera disputa de mercados, entre os produtores de sementes transgênicas e os produtores de sementes não-transgênicas, mas sim de interesse público.

A criação de uma normativa mais rigorosa por parte da CTNBIO, que garanta a coexistência de cultivos transgênicos e não-transgênicos é condição essencial para que os e as agricultoras possam optar pelo modelo de produção que considerem melhor, tanto do ponto de vista econômico como também do social e ambiental. Porém, a Resolução Normativa nº 4 da CTNBio, como demonstrado nesta ação,  não possui a eficácia a que se propõe. Tanto é que a produção com sementes convencionais ou crioulas está comprometida, tanto pelo custo adicional de se provar que não está contaminada, quanto pela própria contaminação transgênica.

Outrossim, a utilização cada vez maior de químicos (herbicidas, fungicidas, inseticidas entre outros) utilizados para o desenvolvimento da semente transgênica, é expressivamente danosa ao meio ambiente e à própria saúde humana. Desde 2008 o Brasil é o maior consumidor desses químicos e isso se deve à sua inevitável aplicação na semente transgênica, ambos vendidos em conjunto,  formando o “pacote tecnológico” oferecido aos produtores.

 Vale lembrar que a grande maioria dos alimentos transgênicos é destinada não à alimentação humana, mas à produção de ração animal. Deste modo, tendo em vista que a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos no país, o aumento do número de agricultores e agricultoras familiares que produzem alimentos transgênicos resulta, na prática, em menos comida de qualidade na mesa do brasileiro.

Mas é sobre as sementes crioulas, patrimônio genético e cultural do povo brasileiro, que a contaminação transgênica produz seus piores impactos. São crioulas as sementes não classificadas cientificamente que resultam de processos de seleção e melhoramento realizados pelas comunidades rurais ao longo dos anos. As sementes mais bem adaptadas são armazenadas e repassadas de geração em geração. Com a contaminação transgênica há o risco de que tais sementes se percam e, junto com elas, todo o conhecimento acumulado ao longo de anos que possibilitou a sua existência. 

Sendo assim, diante do exposto e tendo em vista que os padrões impostos pela Resolução Normativa n°4 da CTNBio não são suficientes para impedir que ocorra contaminação, nós, da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, solicitamos aos excelentíssimos desembargadores que seja dado provimento à apelação e declarada nula a Resolução Normativa n°4 da CTNBio.
  
Alfredo Gui Ferreira
Presidente Agapan










05 fevereiro 2014

Agapan entrega manifesto na Câmara Municipal de Porto Alegre

O "Manifesto em Defesa das Árvores de Porto Alegre" foi entregue ao presidente da Câmara Municipal. 
O presidente da Agapan, Alfredo Gui Ferreira, na companhia de membros e associados da entidade e de ativistas da Rua Gonçalo de Carvalho, AMBI, CCD, Mogdema, Movimento "Ipanema, Eu Moro - Eu Cuido" e Grupo "Quantas Copas por uma copa" entregou nessa terça-feira (4) ao presidente da Câmara de Vereadores, Professor Garcia (PMDB), um manifesto em defesa das árvores de Porto Alegre. O documento também foi protocolado na casa legislativa.

O documento aponta para os diversos problemas que vêm acontecendo na capital gaúcha em função da grande quantidade de cortes de árvores - mais de 4 mil em 2012 - para que sejam construídas ruas e avenidas para a Copa do Mundo no Brasil.


O Manifesto em defesa das árvores de Porto Alegre [link] já foi protocolado, também, na Prefeitura Municipal de Porto Alegre no dia 30 de janeiro desse ano e encaminhado ao prefeito José Fortunati.

Matéria no site da Câmara Municipal:

Associações comunitárias e ambientais querem mais diálogo


Representantes  de várias entidades com o Professor Garcia. (foto:CCardia)
A abertura de diálogo com o Executivo e o Legislativo da Capital foi uma das reivindicações de dez representantes de associações comunitárias e ambientais que mantiveram audiência com o presidente da Câmara Municipal, vereador Professor Garcia (PMDB), na tarde desta terça-feira (4). O presidente da Agapan, Alfredo Gui Ferreira, questionou ainda o  critério adotado pela Prefeitura para fazer o plantio de mudas, resultantes das compensações ambientais, realizadas nos parques do Morro São Pedro e Saint Hilaire. Segundo ele, estes dois parques são distantes dos locais nos quais são realizados os cortes.

Garcia justificou o plantio de árvores no Saint Hilaire tendo em vista que no local está localizada a nascente do arroio Dilúvio. Com relação ao Morro São Pedro, segundo o vereador, no local houve muito desmatamento e lá está sendo criada uma Área de Proteção Ambiental (APA) que contará com um refúgio da vida silvestre.  

Os representantes das sete entidades que participaram do encontro também pediram ao presidente da Câmara que o projeto de lei do Executivo entregue na segunda-feira (3/2) na Casa, sobre a nova delimitação dos bairros da Capital, seja aprovado na íntegra e sem emendas. Isso por que, segundo Anadir Alba, integrante do Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda, Vilas Conceição e Assunção, a proposta já foi exaustivamente discutida por meio de diversas audiências públicas mantidas com as comunidades. Além disso, eles solicitaram uma ampla discussão sobre o Parque do Gasômetro e a reativação do Fórum das Entidades, criado em 2007 com o objetivo de acompanhar a revisão do Plano Diretor de Porto Alegre. 

O vereador Professor Garcia disse que apresentará as reivindicações ao prefeito José Fortunati. Ele sugeriu, ainda, a realização de uma audiência pública na Câmara para a discussão do projeto do Parque do Gasômetro. Também participaram do encontro membros das  entidades Amigos da Gonçalo de Carvalho; Quantas Copas por Uma Copa; Ipanema, eu Moro Eu Cuido; Associação de Moradores do Centro Histórico; e Associação dos Moradores do Bairro Ipanema.

Texto: Maria Cláudia Vasconcellos (reg. prof. 6260)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

Matéria no site da Câmara Municipal:
http://www2.camarapoa.rs.gov.br/default.php?reg=21291&p_secao=56&di=2014-02-04