26 junho 2013

28/06: O dia mais temido dos moradores e das árvores da rua Anita Garibaldi se aproxima



Rua Anita Garibaldi no verão de 2012. (Foto:AGAPAN)

O dia mais temido dos moradores e das árvores da rua Anita Garibaldi se aproxima

A Prefeitura de Porto Alegre, que desponta como a que mais derruba árvores das ultimas gestões, iniciou há dois dias a divulgação da derrubada das 198 árvores na rua Anita Garibaldi para dar passagem à construção de um viaduto-trincheira.

A obra, cujo orçamento passou de R$ 10 milhões para R$ 16 milhões, promete melhorar o trânsito, porém com sinaleiras em cima do viaduto. Além disso, aumenta o percurso em vários quilômetros para retornar em direção ao aeroporto, “utilizando vias menores e já congestionadas, sem planejamento urbanístico e de tráfego”, observa Vanessa Melgare, publicitária moradora da Anita Garibaldi, ao destacar que “o traçado da obra já foi contestado por engenheiros de trânsito mais experientes da UFRGS e inclusive o ex-diretor da EPTC”.


Folheto da Prefeitura declara que o bairro ficará mais verde após o corte de 198 árvores.  (Foto: AGAPAN)

No final da tarde desta terça-feira (25/6), equipe da Prefeitura distribuía à população um folheto informativo da "obra verde da trincheira", que destaca "trânsito melhor, cidade mais verde, bairro mais verde". No folder, há indicação de que a compensação de árvores se dará no próprio bairro, com o plantio de 208 mudas, de um total de 258 mudas de árvores.


Placa da SMAM libera o corte de 198 árvores e com plantio de 271 contradizendo o folheto  e o RAS .  (Foto: AGAPAN)

Compensação: 

“Os números de árvores a serem derrubadas e o plantio compensatório não conferem, entre o relatório ambiental simplificado (RAS), o folder publicitário e a placa da Smam” (Secretaria Municipal do Meio Ambiente), rebate Vanessa. No Relatório Simplificado constam 110 árvores derrubadas, 24 transplantadas e 61 árvores sem qualquer intervenção, com a indicação de plantio de 245 mudas, sendo 20% apenas no bairro. No folder publicitário consta o plantio de 258 "árvores" (o correto são mudas) nas ruas do bairro. Já na placa de rua da Smam, consta que 198 árvores sofrerão intervenção e haverá plantio de 271 mudas.


Praça Japão, que já foi cartão-postal do bairro, está com duas obras de arte  depredadas. (foto:AGAPAN) 


Plátanos da alameda Raimundo Correa foram mal  podados.
 (foto:AGAPAN)

Melhorias não foram feitas nas alamedas que ligam o bairro à Praça Japão:

“Na audiência o representante da PMPA, secretário da pasta de governança, César Busatto, indicou que haveria um tratamento especial destinado às podas das alamedas e com a revitalização da Praça Japão, mas não é o que se constata no local”, lamenta Ana Luísa, ao destacar que “o túnel verde de árvores imensas que fechavam com sua copa a passagem pela rua já não existe mais e será mais visível no verão. Os plátanos da Alameda Raimundo Correa foram cortados de maneira abusiva, e apresentam focos de apodrecimento”. Segundo a moradora, a Praça Japão segue com o espaço deteriorado por pichações, fonte desligada, duas esculturas destruídas por vandalismo e existência de água parada no lago.



Data prevista:

A data dos cortes já estaria marcada pela gestão municipal para a próxima sexta-feira dia 28 ou dia 29, sábado, durante o final-de-semana.
“Entre os moradores, o clima já está ficando pesado e triste”, diz Ana Luísa Bolognesi, presidente da Associação de Amigos da Praça Japão (Ampraja). “Se há beleza na rua do bairro, ela se dá muito em função da paisagem urbana enriquecida de jacarandás, jerivás, ipês, guapuruvus”, observa. Segundo Ana Luísa, “a obra não irá desafogar o trânsito, pois jogará duas faixas de trânsito para apenas uma faixa rua abaixo”. Ou seja, “quem dobrava para a esquerda na avenida Carlos Gomes em direção ao aeroporto terá que fazer uma volta bem maior, via Anita Garibaldi, encarecendo o seu percurso e aumentando a poluição no local". Os moradores do entorno da Anita Garibaldi estão convidando a população a se manifestar junto à derrubada das árvores, em horário a ser divulgado assim que chegarem as motosserras, via redes sociais.


Informações dos moradores da Anita Garibaldi

23 junho 2013

AGAPAN está presente em todas as manifestações e reforça sua atuação em defesa da ecologia


Última manifestação antes dos cortes das árvores na av Edvaldo Pereira Paiva . (Foto: Ramiro Furquin/ Sul 21)
AGAPAN está presente em todas as manifestações e reforça sua atuação em defesa da ecologia

Em defesa da ecologia nossa pauta para os governantes, legisladores e conselhos:

1. Não à liberação do plantio de  Milho Transgênico.

2. Nenhuma árvore a menos, não ao arboricídio.

3. Suspensão das obras de hidrelétricas.

4. Não aos megaempreendimentos imobiliários.

5. Não à privatização da Orla do Guaíba - Porto Alegre.

6. Não às obras viárias da Copa 2014 

7. Não ao acordo com a FIFA que permitiu a Lei de Estado de Exceção (Lei 12.663).

8. Maior respeito às Leis Ambientais.

Sem ecologia não há cidadania.

AGAPAN 
A vida sempre em primeiro lugar

23  de junho de 2013.

Consema rejeita moção da AGAPAN

29 de maio de 2013: BOE retira manifestantes do Ocupa Árvores. (Foto: Ramiro Furquin/ Sul 21)

Consema rejeita moção da AGAPAN


AGAPAN apresentou através de sua conselheira Edi Fonseca seu pedido de "Moção de Repúdio" à ação truculenta da Brigada Militar contra o "Movimento Ocupa Árvores" para o   Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONSEMA  na última quinta-feira, dia 20 de junho, o que foi negado pelas entidades participantes. 

(Leia abaixo na íntegra.)


PROPOSTA DE MOÇÃO DE REPÚDIO

O Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA/RS, através do presente documento, vem a público manifestar o seu repúdio à maneira truculenta através da qual a Brigada Militar do Estado, na madrugada do dia 29 de maio último, desalojou os jovens do “Movimento Ocupa Árvores”, acampados desde fevereiro no Parque do Gasômetro, nas proximidades da Câmara Municipal de Porto Alegre, submetendo-os a atos de humilhação, desrespeito, agressão física e psicológica, acompanhada de prisão arbitrária e apreensão de pertences.

Repudiamos a ação da Brigada Militar que chegou ao ponto de utilizar um contingente do o BOE - Batalhão de Operações Especiais na calada da noite, contra este pequeno grupo de jovens desarmados e indefesos, cujo objetivo cívico era impedir a derrubada de árvores na Av. Edvaldo Pereira Paiva, por parte do executivo municipal de Porto Alegre. A necessidade deste arboricídio foi justificada através da urgência na execução de um projeto de obras viárias para a Copa do Mundo de 2014, na escandalosa conjuntura de um acordo com a FIFA no qual o Brasil abre mão da sua soberania política e legal, o estado de exceção instituído através da Lei 12.663 de 5 de junho de 2012, a chamada Lei Geral da Copa.

Numa conjuntura histórica em que a sociedade brasileira se mobiliza em grandes manifestações públicas, expressando um consenso geral na defesa dos direitos mais legítimos da soberania popular e da cidadania, o Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, vem a público repudiar a violência do poder estatal contra os jovens do “Movimento Ocupa Árvores”. Estes foram movidos exclusivamente pela defesa do patrimônio público da nossa coletividade, representado pela nossa arborização urbana.

Porto Alegre, 20 de junho de 2013.

AGAPAN 



20 junho 2013

Transgênicos é tema de reunião entre Emater/RS-Ascar e Agapan

    
Celso Marques  da AGAPAN conversa com Emater. (Credito: AGAPAN)
     O conselheiro e  ex-presidente da Agapan, Celso Marques, foi recebido na manhã do dia 19 de junho, na Emater/RS-Ascar, pelo diretor técnico, Gervásio Paulus, e pelo gerente técnico estadual Dulphe Pinheiro Machado Neto. O objetivo da reunião foi a troca de informações sobre os transgênicos, e a possibilidade de a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural organizar um grupo técnico de discussão sobre os transgênicos, aprofundando o debate sobre as implicações para a saúde dos produtores e consumidores e para as lavouras com a liberação do troca-troca com milho transgênico.

     "Queremos elaborar um documento científico, que fundamente e defenda o posicionamento e as ações dos produtores gaúchos que não querem plantar milho transgênico", diz Marques, ao antecipar uma grande mobilização no Estado, incluindo as diversas instituições vinculadas à agricultura. "Queremos que os produtores rurais que não querem produzir milho transgênico tenham seus direitos defendidos", finalizou Marques.



Por: Adriane Bertoglio Rodrigues/ Assessoria de Imprensa
Foto: Adriane Bertoglio Rodrigues
AGAPAN

05 junho 2013

5 de junho de 2013: Dia Mundial do Meio Ambiente



Encontro da Agapan no local onde existiu o acampamento
contra o corte de árvores, ao lado da Câmara Municipal
de Porto Alegre (02/6/2013) - Foto: Cesar Cardia/Agapan

Comemorar o quê?
- a prisão dos secretários de Meio Ambiente de Porto Alegre e do RS, envolvidos em fraudes nos licenciamentos ambientais investigados pela Polícia Federal na Operação Concutare, com 27 suspeitos indiciados?
- a derrubada das árvores no entorno do Gasômetro, na Anita Garibaldi, na avenida Tronco, na Barão do Amazonas, entre outros locais entregues para a especulação imobiliária, com a desculpa do alargamento de ruas, para dar mais lugar aos carros?
- a privatização da Orla do Guaíba?
- a imprensa corporativa a serviço do capital especulativo?
- a flexibilização da lei das antenas de celulares e sua radiação causadora de câncer?
- a poluição dos rios e arroios, como o Dilúvio?
- a canalização de arroios, como o Cavalhada, e os não investimentos em saneamento básico?
- as podas e seus cortes radicais e criminosos?
- a extração ilegal de areia, feita de forma indiscriminada?
- a liberação do troca-troca com sementes de milho transgênico?
- a flexibilização da lei dos agrotóxicos?
- a simplificação das leis ambientais?
- a reinserção do carvão na matriz energética do país?
- a ampliação das monoculturas de eucaliptos, especialmente sobre o Bioma Pampa?
- a redução da proteção das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais após aprovação do (dis)Código Florestal?
- o IPI Zero dos carros em detrimento do incentivo às ciclovias e do transporte coletivo eficiente?
- o desrespeito às culturas tradicionais, como quilombolas e indígenas?
- a redução das terras indígenas já demarcadas?
- a perda constante da biodiversidade?
- o tráfico de animais e plantas silvestres?
- a construção de barragens e grandes hidrelétricas?
- o marketing verde enganador e mentiroso, incluindo os financiamentos das campanhas eleitorais e da copa do mundo de 2014?
- o incentivo ao consumismo e a obsolescência planejada?

Avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre, dia 2 de junho de 2013
Foto: Cesar Cardia/Agapan
Comemorar o quê?
Infelizmente, são muitos os motivos que nos levam a questionar, e até ironizar, sobre as questões ecológicas, que são banalizadas através de falsas informações transmitidas para a população.
Chegamos a um ponto crucial, no qual não podemos mais aceitar que essas questões sejam tratadas apenas como sendo de MEIO AMBIENTE, mas sim como AMBIENTE inteiro, natural e essencial à vida que é.
A nossa civilização está à beira do colapso, em prol de um modelo de desenvolvimento suicida, em que somos vítimas das nossas próprias ações.
Neste dia 5 de junho de 2013, comemorar o quê?