31 agosto 2012

Livro sobre a vida da ambientalista Hilda Zimmermann é lançado na Assembleia


Fila de autógrafos no Solar dos Câmara
Ao falar sobre as ações de sua mãe, Lívia destacou a preservação do Solar dos Câmara e dos jardins do Palácio Farroupilha, que quase foram destruídos para a construção de um estacionamento

Um clima de emoção e reencontro marcou o lançamento do livro Ações que mudaram a história – A saga de Hilda E. Wrasse Zimmermann & sua agenda socioambiental. Escrita por sua filha, Lívia Zimmermann, a obra mostra as várias faces da personalidade de uma das pioneiras do movimento ecologista gaúcho, que além de combater os crimes ambientais, insurgiu-se contra a discriminação aos índios, mulheres, menores de rua, idosos e cegos e em defesa dos animais e da agroecologia. O lançamento no Rio Grande do Sul foi promovido pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia, presidida pela deputada Marisa Formolo (PT), na manhã desta quarta-feira (29), na Sala José Lewgoy, no Solar dos Câmara.

Lívia Zimmermann autografa o livro para a deputada Marisa Formolo.
Lívia apresentou as principais ações protagonizadas por sua mãe, que marcaram definitivamente a história gaúcha. Entre elas, a defesa da preservação do Solar dos Câmara e dos jardins do Palácio Farroupilha, que quase foram destruídos para a construção de um estacionamento. “Vale a pena lutar”, enfatizou a autora.

Depoimentos
Alexandre Lindenmeyer, Sandra Ribeiro, Marco Aurélio Correa, Marisa Formolo, Lívia Zimmermann, Luiz Barbosa e Beto Moesch.
Participaram da mesa, além da presidente da Comissão e da autora, o deputado petista Alexandre Lindenmeyer (representando a Assembleia), o diretor-geral da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Marco Aurélio Correa (representando o governador Tarso Genro), a vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Sandra Jussara Mendes Ribeiro, o vereador Beto Moech (representando a Câmara de Vereadores da Capital), a promotora de Justiça Isabel Bidigaray (representando o Ministério Público/RS) e o diretor do Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais da Assembleia, Luiz Carlos Barbosa. Marisa abriu espaço para que os participantes também pudessem dar seu depoimento, o que reforçou o clima intimista do evento.

Autógrafos
A sessão de autógrafos foi realizada nos jardins da Assembleia, num dos raros momentos de sol na capital nos últimos dias. Os livros foram distribuídos gratuitamente.


Por Cristiane Vianna Amaral, Agência de Notícias ALRS
Imagem: Galileu Oldenburg | Agência ALRS
Agência de Notícias ALRS - EcoAgência

Atenção:
O livro esta esgotado, estamos aguardando um contato para saber quando haverá nova impressão.


Agapan comunicação

30 agosto 2012

AGAPAN NA EXPOINTER

O presidente da AGAPAN falará sobre o Código Florestal na Casa da RBS, para o Canal Rural, hoje, quinta-feira 30 às 19h 30min, na Expointer.

23 agosto 2012

24/ Agosto: Agapan participa de debate sobre novo Código Florestal da OAB/RS



O presidente da Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), Francisco Milanez, participa de debate sobre o novo Código Florestal, nesta sexta-feira, dia 24/8, a partir das 8h30, na sede da OAB/RS, em Porto Alegre. Além do presidente da OAB-RS, Claudio Lamachia, participam os deputados federais Elvino Bohn Gass e Jerônimo Goergen, Marta Leiria Pacheco, do Ministério Público, e Eduardo Condorelli, consultor da Farsul/CNA. O painel será coordenado pelo presidente da CDA/OAB/RS, Ricardo Alfonsin.

Para Milanez, a grande novidade no campo é a especulação rural que, diferente de todo o tipo de agricultores do passado, não tem nenhum amor a terra nem responsabilidade por ela. “Estes especuladores compram terras exaurem e trocam por outras deixando seu rastro de destruição pelo planeta”, afirmou, ao observar que “eles não têm vínculo com a terra nem pensam em seus descendentes. Sua única finalidade é o lucro rápido. Eles são os orquestradores desta destruição da lei. Não lhe interessa o futuro de suas terras muito menos o do planeta. O problema é que os agricultores por falta de visão estratégica e de longo prazo entraram na cantilena destes especuladores”, critica Milanez ao antecipar, como resultado final, a redução de áreas de preservação, o aumento da atual desordem climática e perda de solo fértil por erosão e falta de proteção florestal. “Destruiremos ainda mais nossas fontes de água doce”, lamenta. Para o presidente da Agapan, como a agricultura é a maior consumidora de água, ficará muitas vezes inviabilizada por sua diminuição”.

SERVIÇO:
24 - sexta-feira
08h30 às 12hNovo Código Florestal
8:30 Abertura com o Presidente OAB-RS Claudio Lamachia
Elvino Bohn Gass – Deputado Federal e Presidente da Comissão Mista do Código Florestal do Congresso Nacional
Jerônimo Goergen – Deputado Federal
Debatedores:
Dra. Marta Leiria Pacheco - MP Coordenadora do COAMA
Francisco Milanez – Presidente da Agapan
Eduardo Condorelli – Farsul/CNA

Apresentação do Sistema de Gestão Ambiental que está sendo implantado na OAB/RS, em convênio com UFRGS, pela coordenadora Marília Longo. Coquetel de Lançamento do Livro - Política Municipal Ambiental, organizado pelos membros da Comissão de Direito Ambiental da OAB/RS, Larissa VeriBoratti, Orci Paulino Bretanha Teixeira e Cíntia Schmidt, com os artigos dos mesmos, e de Christiano Ribeiros Dornelles, Marcelo Teixeira Daitx, Auro de Quadros Machado e Bettina Maciel.
Coordenador/Mediador: Ricardo Alfonsin – presidente da Comissão de Direito Ambiental.

Local: Auditório Guilherme Schültz Filho - 2º andar da sede da OAB/RS (Rua Washington Luiz, 1110)

Inscrições limitadas e informações pelos telefones (51) 3284.6426 ou pelo e-mail: comissoesespeciaissec2@oabrs.org.br

imagem: cartum do Moa

23 de Agosto: Três anos da vitória do Não à contrução de condominio privado na orla do Guaíba.


 
Há três anos ocorria uma consulta popular em Porto Alegre para decidirmos se queríamos ou não a construção de um condomínio residencial privado chamado Pontal do Estaleiro na beira do Guaíba, na área de marinha ocupada pelo antigo Estaleiro Só.

A campanha pelo "Não" foi tocada pela união de inúmeras associações de bairros, sindicatos e entidades ecológicas da cidade, que conseguiram se comunicar com o povo e alcançar a vitória com 18 mil votos versus 4 mil votos a favor da construção.

Abaixo, um texto do Flávio Tavares que explica o porquê votar no "Não" e a importância de cuidarmos para que a Orla do Guaíba seja de todos.

Não no Só,

por Flávio Tavares*
*Jornalista e escritor


 
Comparecer à consulta popular deste domingo em Porto Alegre é mais importante do que eleger senador, deputado, vereador ou toda a gentalha que nos faz de mortalha. Diferente de quando nos obrigam a escolhê-los, o voto, neste caso, não é obrigatório. Por isso, ir às urnas agora torna-se ato voluntário para dizer “não” à desastrosa orgia que quer transformar a Capital numa sucessão de caixotes verticais de cimento e tijolos, em que a visão do rio desaparece ou se torna privilégio de poucos.

Se o rio é um bem de todos (até daqueles que o chamam de “lago”), por que amuralhar o Guaíba com prédios e prédios no pontal que cresceu como aterro sobre as águas?

Sim, pois o pontal do Cristal era uma raquítica nesga de terra que adentrava o rio apenas alguns metros. Aterrada com entulho e pedra, expandiu-se para dar lugar ao Estaleiro Só, que – de fato – estava sobre o leito do rio. Em sua origem, é área do Estado concedida em aforamento. Quando o estaleiro faliu, a área foi vendida para pagamento de dívidas. Devia ter voltado ao domínio do Estado para ser gramada e arborizada, já que é uma APP, “área de proteção permanente” contígua ao rio e protegida por lei federal.


***
O “chique”, porém, é que as leis existam para serem ultrajadas – não para serem cumpridas – e chegamos ao absurdo de os vereadores decidirem que ali haveria uma minicidade. Em exíguos 60 mil metros quadrados se construiriam dois edifícios comerciais de 12 andares – um, de lojas e escritórios; outro, um hotel com 90 apartamentos, além de prédios residenciais.

Por acaso, a capital gaúcha é uma Holanda, que precisou ganhar espaço ao mar por falta de terra firme? Ou nos sobra espaço para a expansão urbana?

Será por isso que, das galerias da Câmara Municipal, choveram moedas sobre os vereadores, na sessão em que 20 deles votaram a favor da minicidade, dois se abstiveram e 14 disseram “não”?
***
Porto Alegre é demais! – reza uma das belas composições musicais do meu amigo José Fogaça, cantarolada com orgulho pelo Rio Grande inteiro. Mas o prefeito Fogaça não soube ou não quis (ou não pôde) articular a maioria de que dispõe entre os vereadores para dar ao pontal do Estaleiro Só uma solução que não fosse guiada pela hipocrisia.

Sim, pois que outra coisa será quando todos nós defendemos o rio com palavras mas, na prática, o escondemos, transformando o panorama das águas em beleza perceptível apenas a quem paga?

O Guaíba vem sendo ferido há dezenas de anos. Degradamos suas águas com fezes e detritos químicos, sem educar sobre o uso dos resíduos domésticos ou industriais. Os aterros encolheram o rio. O Centro Administrativo e os tribunais estão sobre o que era água, tal qual o estádio Beira-Rio e centenas de prédios residenciais, além do prolongamento da Avenida Borges de Medeiros. Os parques Marinha e Maurício Sirotsky, aterrados para serem pontos de convívio com a natureza, cada dia diminuem suas áreas verdes, perdidas para edificações de vários tipos e seus pátios de estacionamento.
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A consulta popular sobre o pontal do Estaleiro Só não é assunto exclusivo da Capital, mas interessa ao Estado e ao país. Aqueles 60 mil metros quadrados têm em si um simbolismo profundo. Que tipo de cidade queremos? Aquela em que nos integramos com a natureza e a vida do planeta como um todo, em que água e terra se entrelaçam com ar e pássaros? Ou a cidade dura, em que asfalto e cimento são reis e os edifícios verticais ocultam morros, limitam espaços ou nos fazem cegos para as águas do rio?

Não, não é essa a cidade que queremos.



Fonte: ZH Dominical, 23 de agosto de 2009

20 agosto 2012

Cidadania vence mais uma vez na luta contra a poluição da telefonia celular em Porto Alegre

  A audiência pública realizada pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre no último dia 16 de agosto ficará marcada por mais uma pequena batalha vencida pela cidadania. Com a presença  da representação das empresas de telefonia celular, da  Anatel, da Prefeitura de Porto Alegre, da OAB, do Procon, do MPE e da Câmara de Vereadores, a audiência se mostrou mais uma tentativa, por parte das empresas de telefonia celular, de derrubar a Lei Municipal 8.896, de 26 de abril de 2002, conhecida como a Lei das Antenas.

“As falas das representações do Procon, da Prefeitura e do MPE foram extremamente esclarecedoras, ou seja, não é necessário mudar a lei para melhorar os serviços propagandeados, o que falta é  seriedade das empresas que querem manter seus  lucros”, destaca Ana Valls, farmacêutica toxicológica e conselheira da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), que participou da audiência pública e que complementa que “as empresas não investem para se adequar à nossa Lei, inspirada na legislação suíça”.  Para ela, como os suíços “continuam se comunicando muito bem com uma Lei que restringe o poder de poluição desta tecnologia, nós, porto alegrenses, também podemos”, compara.

Para a conselheira, “preocupante foi a fala da representação da Anatel que, com alguns números de medidas aleatórias, tentou desconsiderar a Lei de Porto Alegre, ao invés de defendê-la para o resto do Brasil”, salientou, ao observar que o povo brasileiro também deve ter o mesmo direito a uma melhor qualidade de vida, assim como os suíços, “ou será que tem brasileiro achando que não merecemos respeito, saúde e melhor qualidade de vida”, questiona Ana.
A Agapan, os movimentos de bairros, alguns vereadores presentes, o professor Álvaro Salles, e outros cidadãos atuantes garantiram espaços de fala na Tribuna e expuseram sua inconformidade “frente a essa insistência das empresas em rediscutir o que já foi extensamente discutido e definido”.

Ana Valls lamentou a ocorrência de mais essa audiência, “que se apresenta como mais uma tentativa das empresas em anular a Lei de Porto Alegre”, e lembrou que os recursos públicos gastos na mesma seriam mais úteis se fossem direcionados para a fiscalização atuar melhor nas ruas. Reforçou ainda que “queremos o cumprimento da Lei 8896/02” e que “as empresas estão jogando com a barriga para não cumprir o que determina a Lei”. Por fim, lembrou os casos de câncer pesquisados no entorno das antenas de celular em Belo Horizonte, considerados até 500m de distância das mesmas, “o que nos faz pensar que se a nossa Lei fosse motivo de alguma mudança, seria para passar de 50m para 500m a distância permitida em ambientes sensíveis, como  creches, hospitais, asilos, clínicas e escolas,  sendo também incluídas nesta lista as moradias. Ela também lamenta que o representante das empresas insistiu com um conjunto de informações distorcidas, “negando inclusive as declarações da OMS de que as radiações da telefonia celular podem causar câncer”, e lembrou que, “como a presidência da mesa mostrou-se parcial ao permitir que somente aquela representação tivesse réplica, o plenário mostrou sua indignação de forma aberta e contundente”.

Ao final da audiência pública, ficou definido que a proposta do substitutivo à Lei deverá ser retirado, mantendo-se a Lei 8896/02; que para harmonizar procedimentos administrativos de implantação de ERBs e a fiscalização não é necessário mudar a Lei; e que é necessário  promover mais seminários abertos a todos para aprofundar as questões relativas à radiação eletromagnética não ionizante da telefonia celular, seus perigos, alternativas tecnológicas e uma melhor fiscalização.

“Nesse contexto, fica a tarefa de mantermos os olhos abertos e os ouvidos atentos, pois uma Câmara de Vereadores que desconsidera as propostas aprovadas em Plenária da Conferência Municipal de Meio Ambiente/2012, na qual a manutenção da  Lei 8896/02 foi aprovada por unanimidade, e que abre espaços para discutir o que já foi discutido reiteradas vezes, é no mínimo preocupante”, finaliza Ana Valls.

Agapan
Fotos: Camara de Vereadores de Porto Alegre

16 agosto 2012

18/Agosto: Exibição do filme "Home" e painel sobre Rio + 20

Assista ao filme a ao debate sobre Rio+20.

Leia mais na página Agenda

16/08: Audiência Pública as 19 horas: Celulares querem alterar a legislação


As propostas de alteração da lei reguladora da instalação e do licenciamento de antenas para emissão de sinais das Estações de Rádio-Base (ERBs) na cidade serão avaliadas em Audiência Pública na Câmara Municipal de Porto Alegre nesta quinta-feira (16/8). Aberta ao público, a discussão terá por local o Plenário Otávio Rocha, com início marcado para as 19 horas.A Câmara Municipal da Capital tem sua sede no Palácio Aloísio Filho, na Avenida Loureiro da Silva, 255.

ENTENDA A QUESTÃO
As empresas operadoras de telefonia celular reivindicam alterações na legislação que regula a instalação de ERBs em Porto Alegre. As mudanças têm como objetivo alegado viabilizar a implantação do serviço 4G, que trabalha com capacidade três vezes maior do que a tecnologia GSM, hoje utilizada para os celulares. Segundo os empresários, essa é uma das exigências da Fifa para a realização da Copa 2014 em Porto Alegre.

Contudo, de acordo com o vereador Beto Moesch, a flexibilização da lei poderia comprometer a integridade da paisagem urbana, a segurança e a saúde da população. Por isso, ele apresentou, em coautoria, um substitutivo ao projeto de lei original, respeitando as restrições existentes e atendendo ao princípio da precaução.
Vigente desde 2002, a legislação que regula as ERBs na Capital foi pioneira e serviu de modelo para várias outras cidades brasileiras.
Fonte: Gabinete do vereador Beto Moesch


Foto: Centro histórico de Porto Alegre/ César Cardia/Agapan

15 agosto 2012

Rio+20: desconexão das políticas públicas quanto aos interesses da sociedade

Terça Ecológica abordou a ineficácia dos governos perante às questões ambientais e enfatizou a capacidade de promover mudanças da sociedade civil


Falar da Rio+20 é falar sobre o rumo do ecologismo, o rumo da humanidade e do planeta. É também refletir sobre quais caminhos os países tomaram, depois de duas décadas da Eco 92 e refletir se afinal as nações avançaram ou retrocederam. Na Terça Ecológica deste mês (ontem, 14), as jornalistas Raissa Genro e Eliege Fante, o biólogo e arquiteto Francisco Milanez, presidente da Agapan e o engenheiro agrônomo Arno Kaiser, presidente do Movimento Roessler, compartilharam suas perspectivas e vivências da Rio+20, além de uma avaliação do maior evento sobre meio ambiente das últimas décadas.
A Terça Ecológica procurou abranger a complexidade de um evento que reuniu sentimentos diversos dos militantes, esperanças e frustrações. As jornalistas Raissa Genro e Eliege Fante, representando o NEJ-RS e a EcoAgência, relataram suas experiências ao cobrir as atividades da Cúpula dos Povos na Rio+20, em conjunto com as jornalistas Danielle Sibonis e Ana Paula Knewitz. A diversidade apresentada na Cúpula mostrou que o desejo de mudança vem de muitos lados da sociedade - desde as grandes ONGs aos movimentos menos articulados ou ainda não institucionalizados.
Devido à diversidade das pessoas e causas, “as pautas brotavam de todos os lugares” afirmou Raissa. Eliege contou que, a partir da perspectiva de jornalistas ambientais, a equipe do NEJ-RS percebia boas histórias em todos os caminhos que passavam e, por isso, ao contrário da mídia hegemônica, tiveram “tempo para escutar quem não estava no palco”.
A Cúpula, afirmam as jornalistas, evidenciou a necessidade urgente da humanidade se reaproximar à natureza.  Os povos, segundo elas, têm suas próprias soluções para a crise ambiental e econômica e merecem ser ouvidos e ter respeitados os seus modos de vida. Eliege enfatizou o potencial individual de “fazer acontecer”. Ao mudar hábitos e voltar a atenção para o que realmente importa, o que nos inquieta, vimos abrir espaço e tempo para de fato agir na sociedade.
Milanez apontou a complexidade das negociações da Rio+20 que envolvem lobbies e discussões minuciosas sobre legislações e economia. Existe uma necessidade de muitas informações para tratar dos temas e às vezes nem todos os países estão preparados para discutir os assuntos num mesmo patamar. Milanez apontou o fracasso da ONU como um órgão de ação para os problemas mundiais. Para o arquiteto “a ONU é a expressão mais centralizada da economia mundial”, pois quem comanda seus rumos são os países mais ricos.
O presidente da Agapan falou que a Cúpula foi boa no sentido de mostrar que nada melhorou em relação à Rio 92. Porém, mostrou-se afastada da base, “representou uma desconexão entre as ONGs e a população”.  
A decepção em relação à ONU também foi evidenciada por Kaiser. O agrônomo avalia que o órgão é impotente para resolver os problemas ambientais. O presidente do Movimento Roessler evidenciou que a dificuldade para o encontro de soluções se encontra no âmago das relações cotidianas. Lembrou que, o ser humano, muitas vezes, não consegue dialogar nem com seu vizinho. Para ele, também a Cúpula dos Povos, apesar do pluralismo, refletiu algo em si mesmo, sem alcance para a base da sociedade.  Ele ainda avalia que a humanidade não percebeu que as “leis da ecologia precisam ser seguidas”.
Kaiser aponta que as ações coletivas da sociedade são muito imaturas, se espera um “salvador da pátria” para a resolução dos problemas de maneira que a população se aliena de sua capacidade de mudança.
Na segunda parte da Terça Ecológica, o público presente também deu a sua opinião. Evidenciou-se um consenso perante a necessidade de oxigenar o movimento ambientalista com pessoas jovens que se empoderem também das causas ambientais. O poeta Pedro Marodin sensibilizou a todos com performance do texto “Parada Cardíaca”, falando sobre a destruição da biodiversidade em nosso país, por causa do agronegócio. 

Por Sarah Bueno Motter - especial para a EcoAgência 
EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais  

Imagens: Adriane Bertoglio Rodrigues/ Agapan

Lançamento do livro Açoes que mudaram a História

Autora do livro, ecologista Livia Zimmermann filha de Hilda.     Foto: Adriane Bertoglio Rodrigues/Agapan

Convite para lançamento da obra que traz o relato da trajetória de Hilda Zimmermann, uma das pioneiras do movimento ambientalista gaúcho.

Dia 29 de agosto de 2012, as 9h30  (manhã)


Leia em

12 agosto 2012

14/ Agosto: Terça Ecológica aborda a participação cidadã na Rio +20 e Cúpula dos Povos

A participação cidadã na Rio+20 e na Cúpula dos Povos é o tema da próxima Terça Ecológica promovida pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS). 

Para avaliar os eventos, contar o que viram e apontar perspectivas de ação foram convidados o biólogo e arquiteto Francisco Milanez, presidente da Agapan; o engenheiro agrônomo Arno Kaiser, presidente do Movimento Roessler; e as jornalistas Eliege Fante e Raíssa Genro, da EcoAgência/NEJ/RS. 

A Terça Ecológica ocorre no dia 14 de agosto, das 19h às 21h , no auditório do anexo da FABICO, situado na rua Ramiro Barcelos 2705. A entrada é franca.

11 agosto 2012

Encontro com filósofo Thomas Kesselring

Thomas Kesselring na Agapan - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN
Dia 9 de agosto na AGAPAN:
A educação é tudo. Foi com essa afirmação que o filósofo suíço Thomas Kesselring respondeu a diversos questionamentos – que envolveram desde manipulação transgênica a educação ambiental – durante encontro na sede da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), em Porto Alegre.
Thomas Kesselring na Agapan - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN
Thomas Kesselring criticou o que considera um “endeusamento” das tecnologias no ensino. “Criança precisa se mexer, ser estimulada, isso é tão importante quanto aprender a ler e escrever – e não tem nada a ver com aparelhos eletrônicos”.
Thomas Kesselring na Agapan - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN
Segundo Kesselring, as tecnologias são importantes, mas é necessário saber utilizá-las. "Para aproveitar as ferramentas, as crianças têm que dominar símbolos, linguística, isso é essencial para dominar as inovações", afirma. Ele defendeu, ainda, a inclusão de disciplinas como filosofia, artes e música desde cedo no currículo escolar, para que crianças desenvolvam a criatividade e o pensamento crítico. "É preciso alfabetizar também emocionalmente", completou.
Thomas Kesselring na Agapan - Foto: Cesar Cardia/AGAPAN
O filósofo ressaltou o papel da educação, sobretudo, na formação do cidadão. "Tudo começa com o ensino. Os conceitos de ética, de moral, podem parecer complexos, mas se resumem, muitas vezes, a respeito mútuo. Se as pessoas não têm conhecimento, esses conceitos ficam mais complicados, e a ideia de contar dinheiro parece mais simples", criticou.
Thomas Kesselring na Agapan - Foto: Sandra Ribeiro/AGAPAN
Fonte: Portal Terra
Tecnologia não deve ser ‘endeusada’ no ensino, defende filósofo

09 agosto 2012

Casa Lutzenberger é tombada como Patrimônio de Porto Alegre



A casa onde nasceu José Lutzenberger, pai da ecologia, foi tombada pelo patrimônio público nesta quarta-feira (8/8), em Porto Alegre, sem a presença de ambientalistas da Agapan, Amigos da Terra, Ingá ou outros movimentos defensores da natureza. Localizada na rua Jacinto Gomes, o Casarão é agora Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre. Construído há 80 anos pelo arquiteto e artista plástico alemão, Joseph, pai de Lutzenberger, projetista do Palácio do Comércio, da Igreja São José e o prédio do Pão dos Pobres.

Após dez anos em restauração, o Casarão passa a sediar o escritório da empresa Vida Produtos e Serviços em Desenvolvimento Ecológico, das filhas Lilly e Lara.  O prédio esteve aberto para visitação somente à tarde desta quarta-feira. Outras visitações poderão ser agendadas. Além da Vida, Lutz deixa, como legado, a Fundação Gaia, sediada no Rincão Gaia, próximo a Pantano Grande. Ao lado da construção do Casarão destaca-se a canafístula que recobre todo o jardim preservado.

Assessoria de Imprensa da Agapan
Adriane Bertoglio Rodrigues

Imagens: 
Site Prefeitura Municipal de Porto Alegre/ Video Lutz

08 agosto 2012

Agapan sedia reunião aberta com filósofo suíço nesta quinta-feira

                                                     Thomas Kesselring,
                                                           professor e filósofo, de Berna, Suíça.

Um dos maiores conhecedores da obra de Jean Piaget, o filósofo suíço Thomas Kesselring, estará em Porto Alegre nesta quinta-feira, dia 9 de agosto, às 17h, na sala da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). Admirado pelo filósofo Jurgen Habermas e com vários livros publicados no Brasil, Thomas Kesselring é pacifista e ecologista e fala fluentemente o português, pois morou por dois anos em Porto Alegre.



Para a reunião aberta, ambientalistas, professores universitários, estudantes e militantes foram convidados para acompanhar a apresentação de Kesselring, que vai abordar sobre os diversos aspectos do desenvolvimento humano, foco de seu trabalho. Antes, o Grupo de Trabalho Técnico-científico-político da Agapan, juntamente com a Diretoria, Conselho Superior e associados da entidade, se reúne para definir as estratégias, prioridades, campanhas, métodos e metas para os próximos períodos.



Para o conselheiro da Agapan e coordenador do GT, Celso Marques, “é importante lembrar que no dia 9, quinta-feira, é a data do bombardeio de Nagasaki, e no último dia 6, segunda-feira, a data remete ao bombardeio de Hiroshima”. Estas e outras informações da Agapan, sobre a questão energética mundial, são consideradas privilegiadas por Marques, que sugere um debate público sobre o Programa Nuclear e Energético do Brasil.



A sala da Agapan fica na Osvaldo Aranha, 440, sala 304.


THOMAS KESSELRING, filósofo suiço, professor de Ética na Escola Superior de Pedagogia de Berna (suiça).  Estudou Filosofia, doutourou-se na Universidade de Heidelberg (1979), pós-doutorado na universidade Livre de Berlim (1987), morou em POA na condição de professor-visitante da UFRGS (1987-1989), tendo participado de projetos de alfabetização na periferia de POA. Sua obra Jean Piaget, com várias edições no Brasil, o colocou com um dos maiores conhecedores da obra piagetiana no mundo. O filósofo alemão Jurgen Habermas o admira e o cita como um dos filósofos que usa. Fala fluentemente português e é um interlocutor importante com o pensamento europeu. E, acima de tudo, uma pessoa simples e generosa.





Informações

Assessoria de Imprensa da Agapan

Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues

06 agosto 2012

Assine o Abaixo-Assinado Contra os Agrotóxicos já banidos em outros países mas ainda permitidos no Brasil


"Em pleno século 21, com todo o conhecimento que temos em agroecologia, não existe  nenhum argumento razoável para a manutenção do uso de agrotóxicos
na produção agrícola. Trata-se de um suicídio em massa." A afirmação é de Francisco Milanez, presidente da Agapan, ao justificar a participação da sociedade no Abaixo-Assinado da Avaaz pelo "Banimento dos Agrotóxicos já proibidos em outros países e que seguem sendo comercializados no Brasil", destruindo o meio ambiente e a saúde da população.

Assine o Abaixo-Assinado da Avaaz e compartilhe:

Clique aqui:


 Agapan Comunicação

02 agosto 2012

Lei das Antenas de Porto Alegre volta à pauta, pressionada pelas operadoras de celular


Volta à polêmica a lei que regula a instalação de antenas de telefonia celular e equipamentos afins das telecomunicações em geral em Porto Alegre. 

Considerada referência no país por defender a saúde, ao permitir a instalação de antenas somente a uma distância mínima de 50 metros de hospitais, creches e escolas, a Lei Municipal nº 8896, de 26 de abril de 2002, conhecida como Lei das Antenas, será pauta de audiência pública no dia 16 de agosto, às 19h, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
 
Se de um lado estão as empresas de telefonia, criticadas pela prestação de serviços ruim, do outro está a população de capital gaúcha, que criou o Movimento contra as estações de radiobase e pressionou o poder público para aprovar a instituir a distância mínima. “Estão querendo destruir a nossa Lei das Antenas”, critica Ana Valls, farmacêutica toxicologista e conselheira da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), ao lembrar que a chamada Lei das Antenas é uma conquista da comunidade. “Buscamos garantir que a tecnologia baseada na radiação eletromagnética não ionizante tivesse limites compatíveis com a melhor qualidade de vida em Porto Alegre”, diz, citando que “a radiação eletromagnética não ionizante da telefonia celular é investigada como causa de diferentes problemas de saúde, sendo o câncer no cérebro e a leucemia as situações mais preocupantes”.

Debate 4G

Na última quarta-feira (25/7), a Câmara Municipal de Porto alegre sediou debate sobre a legislação necessária a instalação de novas antenas para o estabelecimento da quarta geração (4G) de telefonia celular na cidade. Com a presença do presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SinditeleBrasil), engenheiro Eduardo Levy, que defendeu a ativação do sistema 4G da telefonia celular, "para qualidade e disponibilidade do serviço de dados à população e pela demanda da Copa do Mundo de 2014".

A partir da existência de um Projeto de Lei e Substitutivo que tramitam na Casa, através da Comissão da Copa e Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) sobre o tema, os vereadores de Porto Alegre acordaram, nesta reunião, a necessidade de formatação de uma legislação de consenso entre os pontos que envolvem o meio ambiente, saúde, Plano Diretor e a viabilidade de condições técnicas para instalação de antenas 4G no município. A formação de um grupo de trabalho ampliado, que seja liderado pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo vereador Beto Moesch (PP) foi sugerida pelos parlamentares.


Erros e efeitos
A suspensão da comercialização de linhas celulares em Porto Alegre (RS), por determinação do Procon, no dia 16 de julho, mostra uma somatória de embrólios. Reclamações dos clientes da telefonia têm muitas razões, sendo as cobranças indevidas uma das grandes causas, mas as operadoras aproveitam o embalo para torcer as informações e colocar as causas dessas reclamações no serviço que não dispõem, alegando dificuldades perante a Lei. O Congresso Nacional, pressionado pela COPA 2014, e suas exigências de ocasião, entende como necessidade urgente o país contar com uma lei federal que discipline a instalação de estações radiobase da telefonia celular. “Obviamente esta lei federal deverá respeitar o nosso direito à saúde e a um ambiente saudável, o que demandará muito esforço das comunidades para que estes direitos sejam previstos na futura lei”, destaca Ana Valls.

Essas legislações surgiram no início dos anos 2000, a partir do debate, ainda em pauta, sobre os possíveis efeitos nocivos da radiação das antenas sobre a saúde dos moradores de seu entorno, e mesmo sobre possíveis efeitos da radiação do aparelho celular na saúde de seu usuário, “e é sempre bom lembrar que no tocante à saúde os municípios têm o direito e o dever de legislar de forma complementar para a proteção dos seus munícipes”, finaliza a farmacêutica.


Informações
Assessoria de Imprensa da Agapan, com colaboração da Agência de Notícias da Câmara de Vereadores de Porto Alegre e Tele.Síntese 

Imagem: 
Aljabak - Servia (sxc.hu)

01 agosto 2012

Opinião: Estão querendo destruir a nossa Lei das Antenas!



Manchetes nos principais jornais do Brasil dão conta que as operadoras da telefonia celular estão sendo punidas por uma prestação de serviço ruim. Em sua defesa, as empresas alegam que o poder público é muito exigente e inviabiliza as condições necessárias para a melhor implantação dos seus serviços e, pasmem, usam a Lei das Antenas, do município de Porto Alegre, como entrave para a melhoria dos seus serviços... no Brasil?!

A Lei Municipal nº 8896, de 26 de abril de 2002, conhecida como Lei das Antenas, é uma conquista da comunidade de Porto Alegre, que simplesmente buscou garantir que a tecnologia baseada na radiação eletromagnética não ionizante tivesse limites compatíveis com a melhor qualidade de vida em Porto Alegre.  A recente admissão, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de que esse tipo de radiação seja um possível fator desencadeante de alguns tipos de câncer, veio reforçar a importância da luta da comunidade, que buscou com esta lei alguns direitos semelhantes aos das comunidades da Suíça. Obviamente, isto demanda das empresas mais investimentos em tecnologias menos agressivas aos seres humanos e ao seu ambiente. No entanto, em vez de providenciar o que estipula a Lei, perdem tempo tentando anulá-la.

É importante que todos fiquem atentos aos ataques constantes a nossa Lei com base em informações enganosas.  A nossa lei é somente municipal, portanto não tem competência para influenciar os serviços prestados pelas operadoras no restante do Brasil. Então, o que pode explicar que tenha operadora com reclamações de clientes em 18 estados brasileiros??? Com certeza não é a nossa lei municipal que está impedindo o melhor serviço nesses estados, mas tem gente tentando nos enganar com este tipo de mentira.

Outra informação importante para nossa reflexão é o tipo de reclamação dos clientes das operadoras de telefonia celular. A grande maioria das reclamações é referente ao péssimo atendimento fornecido aos clientes após a aquisição dos produtos oferecidos. De certa maneira e na maioria das vezes, o cliente precisa buscar ajuda junto aos Procons e também junto aos Ministérios Públicos Estaduais ou Federal, para tentar solucionar os problemas. Por exemplo, serviços não solicitados são cobrados indevidamente e o cliente só consegue se livrar dos mesmos depois de muitas reclamações ou acionando a Justiça. Salienta-se que este tipo de situação também existe nos serviços de telefonia fixa, pois  as empresas fornecedoras são em algumas situações as mesmas.

Por fim, é importante salientar que a radiação eletromagnética não ionizante da telefonia celular é causa de diferentes problemas de saúde, sendo o câncer no cérebro e a leucemia as situações mais preocupantes. Esta outra conta, a da saúde, está e será paga por quem? E a propaganda destes produtos com o uso da imagem de crianças, a quem compete proibir? Por que no Brasil é permitido que crianças sejam personagens de propagandas para incremento deste tipo de comércio? Os pais têm consciência do risco que estão expondo os filhos?

É hora de unir as forças e evitar retrocessos em Porto Alegre. Manter em vigor a Lei Municipal nº 8896/2002, exigindo a ação da fiscalização necessária para o seu cumprimento, com certeza vai obrigar as operadoras a fornecer serviços e produtos que tenham como base o respeito aos direitos dos consumidores à informação correta, ao direito ambiental e ao nosso direito à saúde.

Farmacêutica Tox. Ana Valls – Conselheira da AGAPAN

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