22 julho 2012

Processo de reavaliação de agrotóxicos é iniciado no Ibama


Processo de reavaliação de agrotóxicos é iniciado no Ibama

Brasília (19/07/2012) – Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU)
nesta quinta-feira (19/07) um comunicado do Ibama que dá início formal
ao processo de reavaliação de agrotóxicos associados a efeitos nocivos
às abelhas. Quatro ingredientes ativos que compõem esses agrotóxicos
serão reavaliados: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil.
O primeiro a passar pelo processo de reavaliação será o Imidacloprido,
que é a mais comercializada destas quatro substâncias. Só em 2010,
empresas declararam ao Ibama a comercialização de 1.934 toneladas de
Imidacloprido, cerca de 60% do total comercializado destes quatro
ingredientes.

Esta iniciativa do Ibama segue diretrizes de políticas públicas do
Ministério do Meio Ambiente (MMA) voltadas para a proteção de
polinizadores. As diretrizes do MMA acompanham a preocupação mundial
sobre a manutenção de populações de polinizadores naturais, como as
abelhas. A decisão do Ibama se baseou em pesquisas científicas e em
decisões adotadas por outros países.

Estudos científicos recentes indicam que o uso destas substâncias é
prejudicial para insetos polinizadores, em especial para as abelhas,
podendo causar a morte ou alterações no comportamento destes insetos.
As abelhas são consideradas os principais polinizadores em ambientes
naturais e agrícolas, e contribuem para o aumento da produtividade
agrícola, além de serem diretamente responsáveis pela produção de mel.

Como medida preventiva, o Ibama proibiu provisoriamente a aplicação
por aviões de agrotóxicos à base de Imidacloprido, Tiametoxam,
Clotianidina e Fipronil em qualquer tipo de cultura. O uso de
inseticidas que contem esses ingredientes ativos por meio de aplicação
aérea tem sido associado a morte de abelhas em diferentes regiões do
país, o que motivou a proibição.

No prazo de três meses as empresas produtoras de agrotóxicos devem
incluir uma frase de alerta para o consumidor nas bulas e embalagens
de produtos que contenham um ou mais dos compostos químicos destacados
na portaria. A mensagem padrão informará que a aplicação aérea não é
mais permitida e que o produto é tóxico para abelhas. Além disso,
constará da mensagem que o uso é proibido em épocas de floração ou
quando observada a visitação de abelhas na lavoura.

Segundo o coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias
Químicas do Ibama, Márcio de Freitas, “ as medidas adotadas pelo Ibama
visam proteger este importante serviço ambiental de polinização, que
comprovadamente aumenta a produtividade agrícola. O intuito da
reavaliação é contribuir para agricultura e apicultura brasileiras.”
Cerca de 70 % das espécies agrícolas cultivadas no mundo são
polinizadas por abelhas, e estas culturas representam 90% da base de
alimento mundial, completou o coordenador-geral.

Ao final do processo de reavaliação, o Ibama poderá manter a decisão
de suspensão da aplicação por aviões destes produtos, ou revê-la. Caso
o resultado dos estudos indiquem, o instituto poderá adotar outras
medidas de restrição ou controle destas substâncias.

Veja aqui a norma publicada no DOU

Confira a frase de advertência que deverá ser incorporada às bulas e
embalagens do produtos que contém Imidacloprido, Tiametoxam,
Clotianidina e Fipronil:

“Este produto é tóxico para abelhas. A aplicação aérea NÃO É
PERMITIDA. Não aplique este produto em época de floração, nem
imediatamente antes do florescimento ou quando for observada visitação
de abelhas na cultura. O descumprimento dessas determinações constitui
crime ambiental, sujeito a penalidades.” 
  

Talitha Monfort Pires
Ascom Ibama

13 julho 2012

Cúpula dos Povos: uma avaliação ecopolítica.

 Imagens de área devastada na Amazonia.(Mario Tama/Getty Images)
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       Voluntários da  "Rio de Paz" com máscaras para denunciar o problema na fome dos países representados por bandeiras e pratos. (Reuters/Ueslei Marcelino)
 Vigília noturna na Rio +20. (Reuters/Ana Carolina Fernandes)
                                       Dança tribal da tribo Guarani Iandewa na Vila Kari-Oca .(AP Photo/Felipe Dana)
 Incendio ilegal de mata na Amazonia. (Mario Tama/Getty Images)
                                         Centenas de pessoas fazendo ação para mais atenção aos Rios.
                                            (AP Photo/Amazon Watch)

Introdução
foto: (Reuters/Siemens)
 
A delegação da AGAPAN que participou da Cúpula dos Povos no contexto da Rio + 20 elaborou a presente avaliação geral do evento para que seja partilhada e aperfeiçoada com as contribuições dos demais ecologistas gaúchos que lá estiveram. A avaliação é coletiva, por um grupo de pessoas da Agapan, visa analisar a multiplicidade e a complexidade de tudo o que aconteceu na Cúpula dos Povos. A pluralidade e a riqueza dos contatos e comunicações excederam as capacidades individuais e grupais de assimilação,impondo limites às possibilidades de sintetizar e de avaliar numerosos aspectos de toda a complexidade informacional que por lá circulou. 

No entanto, cada um de nós teve uma experiência cognitiva pessoal, compartilhada e sintetizada na percepção política da nossa delegação.Com consequência, o documento é uma descrição contextualizadora e uma avaliação ecopolíticada Cúpula dos Povos, sem a pretensão de ser uma análise definitiva do evento. Salientamos que, além da nossa participação na Cúpula dos Povos, a reunião de avaliação foi fundamental para constatar que a AGAPAN oferece aqui subsídios críticos a serem considerados para o estabelecimento de diretrizes e encaminhamentos políticos, que conduzirão a atuação no movimento ecológico nos próximos anos.

Um novo mundo não apenas possível, mas acontecendo

(Mario Tama/Getty Images) Belo Monte 
 
A tomada de consciência da crisecivilizatória instaurada pelo movimento ecológico constitui a matriz de complexidade cultural e política de um novo projeto de civilização. A gestação dessa matriz é um desafio sem precedentes, que abrange todos os aspectos da cultura e das instituições sociais que a humanidade criou ao longo da sua história. Contrapondo-se à inexistência de um consenso político no âmbito dos interesses econômicos e dos estados nacionais, causador do retumbante fracasso da Rio+20governamental, avariedade e a riqueza de eventos simultâneos ocorridas na Cúpula dos Povos expressou um consenso à altura deste desafio.
O que lá foi mostrado evidencia que, sem visibilidade na mídia, sem alarde e dispensando favores estatais, uma massa crítica de iniciativasestá levando adiante experimentos ecossociais deum novo paradigma político em numerosos lugares do mundo.Diante do sentimento de frustração que tem acompanhado o retrocesso legal e a inércia institucional dos governos, entre nós e no mundo desde a Eco´92, o contato com esta realidade foi extremamente estimulante para a delegação da AGAPAN.

Diante da gravidade e da intensificação da crise ecológica, os 41 anos de atuaçãoda nossa entidade,priorizando políticas públicas e em confronto permanente com órgãos governamentais e a legislação ambiental que, paradoxalmente,opróprio pioneirismo da AGAPAN ajudou a criar, atualmente apresentam um saldo deprimente e desanimador. Assim tem sido a nossa participação minoritária em conselhos, comitês e comissões, por exemplo, onde somos sistematicamente derrotados nas votações.Esta constatação obriga a nossa entidade a reavaliar essa participação legitimadora, visando mudar essa situação perversa e deprimente para investir em atividades com maior retorno. Neste contexto, a Cúpula dos Povos nos proporcionou uma amostragem significativa do somatório de experiências da sociedade civil. A participação neste evento possibilitou contatos diretos com pessoas, organizações, ideias e realizações em todo o mundo. Essa riqueza de informação e de trocas humanas ampliou nossos horizontes, renovou nossas esperanças, fortaleceuos laços de solidariedade e revigorou a dimensão planetária e dignificante do movimento ecológico como um novo paradigma político da humanidade.


Ativistas ambientais marcham durante a Rio +20 contra o Codigo Florestal e contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no centro do Rio de Janeiro, no dia 18 de Junho de 2012.
(Antonio Scorza/AFP/Getty Images)
A Marcha dos Povos
A Marcha dos Povos em Defesa do Planeta e da Humanidade aconteceu na tarde do dia 20 de junho e teve cerca de 80 mil participantes, apesar da grande mídianoticiarque foram 20 mil pessoas. Havia uma imensa bandeira do Brasil da largura da avenida Rio Branco. Mulheres africanas dançavam e cantavam, dando um espetáculo maravilhoso de cultura e beleza. Era gente e mais gente! Foi uma festa intercultural, uma gigantesca demonstração coletiva de vitalidade e de força dos ecologistas e de outros movimentos sociais do Brasil e do mundo. No desfile, o Governo brasileiro foi criticado com humor e criatividade. Destacou-se um grande boneco representando a presidenta Dilma Rousseff, caracterizada como um Tio Sam na clássica posição de dedo em riste, vestido de verde-e-amarelo e com a bandeira dos Estados Unidos embaixo... E uma grande montagem fotográfica mostrava a nossa presidenta, quando ainda era uma jovem guerrilheira, armada com uma motosserra nas costas, ao invés de uma metralhadora...

Rio+20 - Cúpula dos Povos: a avaliação
                                                                 
A avaliação final da Cúpula dos Povos realizou-se na Tenda Vascocelos Sobrinho, na manhã do sábado dia 23 de junho, na plenária da FBOMS (Fórum Brasileiro de ONGS e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento). Inicialmente foi historiada e comentada a preparação da Rio+20 e, a seguir, avaliada a Cúpula dosPovos.

O governo brasileiro perdeu uma oportunidade única de afirmar a soberania do país e de protagonizar o evento, afirmando sua importância ecológica e política, como país detentor da maior biodiversidade do Planeta. Mas o que protagonizou foi uma visão desenvolvimentista medíocre, defasada e retrógrada. O fracasso daRio+20 levou nosso país asofrer um desgaste. A retirada das assinaturas das organizações ambientalistas em apoio ao documento oficial da Rio+20 foi acompanhada pelos  representantes dos setores econômicos e empresariais, caracterizando o fracasso da Rio+20.

Em concordância com as nossas previsões sobre o fracasso do evento, baseadas no fato de que os governos nacionais não cumpriram com os compromissos assumidos na Rio-92, não poderiam apresentar propostas à altura da “Crise Ecológica Civilizacional”.  Consideramos que os documentos governamentais não podem ser produzidos magicamente na véspera de um evento, pois exigem amplas e complexas negociações, que requerem grandes prazos. 


Tendas autogestionadas: o que ofereço e procuro

A seguir, na avaliação da Cúpula dos Povos,falou-se sobre o sucesso das atividades autogestionadas, realizadas nas tendas, através de numerosas propostas temáticas e métodos de trabalho: oficinas, rituais, celebrações, conferências, debates, depoimentos, mesas redondas, filmes, música, danças, representações, sensibilização, contatos, relatos, trocas de experiências, ampla distribuição de material impresso, etc.   
A natureza não-convencional e criativa dessas atividades de comunicação, conscientização e aprendizagem divulga e informa numerosas experiências ecossociaisbem sucedidas do paradigma ecológico no Brasil e no mundo. As tendas da Cúpula dos Povos promoveram uma pedagogia participativa, exercida por pessoas e instituições que mostram e expressam realizações concretas e inquestionáveis. A atmosfera alegre, afirmativa e propositiva das tendas contrastou radicalmente com o clima de tensão e conflito que caracteriza o cotidiano do ambientalismo político, em confronto permanente com o estado, as instituições e a ordem social existente na nossa civilização.  A diversidade das atividades autogestionadas foi o pontoalto da Cúpula dos Povos, responsável pelo sucesso que compensou largamente as deficiências, jogos de poder e conflitos do evento.


Muito além da festa
Ficou evidenciado o gigantesco trabalho que teremos que fazer para ampliar, nos demais setores da sociedade civil, uma visão ambiental mais ampla e madura, já que, ao participarem, demonstraram profundo interesse pela causa.
Portanto, talvez seja o caso de pensarmos em outras periodicidades e em espaços próprios para expressar o movimento ecológico na sua plenitude e legitimidade.Na atual conjuntura hegemônico-financeira é indispensável que o movimento ecológico contraponha uma ordem à desordem vigente. Conseguimos rechaçar a continuação do caos proposta pela insustentabilidade da dita “economia verde”, endossada pelo manto legitimador da ONU, como equacionamento da crise ecológica. Mas o momento exige o processo de construção de uma agenda unitária para contrapor à dispersão dos movimentos sociais e à administração midiática desmobilizadora da opinião pública.
Somente uma autoorganizaçãoda sociedade partindo do âmbito local, a começar em nosso país,direcionando os movimentos sociaispara o questionamento e a redefinição do papel do estado no atual impasse civilizatório da crise ecológica, terá condições de estabelecer uma agenda pautada na luta contra a violação dos direitos humanos e ambientais.  Caso este encaminhamento não aconteça, os poderes instituídos continuarão processando judicialmente, prendendo, perseguindo e matando impunemente pessoas insatisfeitas e revoltadas com a ordem social existente,diante de uma coletividade passiva, impotente e desunida, em plena democracia formal burguesa.

O fracasso deles e o nosso sucesso

Contrastando com o fracasso da Rio+20, a Cúpula dos Povos foi o local privilegiado para a expressão de um consenso, onde a troca de ideias, encontros e debates sobre os diversos temas ambientais e sociais oportunizaram a retomada de uma agenda ecológica planetária comum, promovendo a visão de um horizonte de articulação e ampliaçãodaslutas futuras.


Comitiva da AGAPAN - Cúpula dos Povos, Rio de Janeiro, junho de 2012.
AGAPAN/ JULHO DE 2012.
Imagens: site envolverde; site Reuters.

06 julho 2012

Documentário "O Veneno Está na Mesa" : assista na TVE



O programa Nação deste sábado, 7/07, às 20h, apresenta o documentário O Veneno Está na Mesa, dirigido pelo cineasta Silvio Tendler. 

A obra denuncia o uso indiscriminado de agrotóxicos na agricultura no Brasil, que atualmente é a recordista mundial no uso de agentes químicos fornecidos por empresas como BASF, Bayer, Dupont, Monsanto, entre outras. 

O filme aponta os riscos ambientais e de saúde pública, além de abordar os interesses econômicos da iniciativa pública e privada neste setor. O documentário será dividido em duas partes, sendo a segunda veiculada no dia 14 de junho.

TVEPrograma: NaçãoSábado, 7/07, às 20h / Terça, 10/07, às 20h30

Assista o trailer


05 julho 2012

Curso: Mitos e Verdades sobre o Desenvolvimento Sustentável de 23 à 25 de Julho



                                                      Clique na imagem para ampliar.



Mitos e Verdades sobre o Desenvolvimento Sustentável: Teoria e Prática - Canoas
Quando: 23, 24 e 25 de julho de 2012.
Horários: segunda e terça (23 e 24) 08h30min às 12h e das 13h30min às 17h30min. Quarta (25), das 8h às 12h.

Aula inaugural: Auditório Sady Fontoura Schiwitz (23 de julho)
Onde: Prédio da Prefeitura Municipal de Canoas. Rua XV de Janeiro, 11 (térreo), Canoas.

Aulas: Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias (24 e 25 de julho)
Onde: Rua Monte Castelo, 975, Centro, Canoas.

Ministrante: Francisco Milanez | Presidente da Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural

Inscrições: www.gestores2014.com.br
Informações: corporativo@feevale.br e 51.3586 9229

Inscrições: aqui  
Clicar em "inscrições aqui" å direita superior (desenho da bola de futebol).