26 abril 2011

Programa Cidadania Ambiental: 40 anos da Agapan

Celso Marques e Eduardo Finardi na rádio Ipanema Comunitária


O professor Celso Marques e o advogado Eduardo Rodrigues participam do Cidadania Ambiental desta semana. O programa será transmitido nesta terça, 26/4, a partir das 20 horas, e retransmitido no próximo sábado, 30/4, ao meio-dia. Celso foi presidente da AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - na década de 80 e o Eduardo é o atual presidente da entidade, pioneira no levantamento de questões ecológicas no Rio Grande do Sul e no Mundo. A entidade completa 40 anos nesta quarta-feira, 27/4.


No programa, relatam a atuação decisiva da entidade, na primeira década presidida pelo eng. agrônomo José Lutzenberger, para a criação de parques, organismos do setor público, alimentação com produtos orgânicos. Leiam mais sobre a entidade em http://www.agapan.org.br.

Celso discorre sobre as mudanças profundas na forma de ver a relação humanidade-natureza, a partir da atuação da entidade e das lutas locais, como a erradicação da poda anual nas árvores de Porto Alegre. Eduardo conta como a entidade está trabalhando as pretendidas mudanças no Código Florestal. A Professora Sandra Jussara Ribeiro, coordenadora do Conselho de Sócios da Rádio Ipanema Comunitária proferiu palavras de boas vindas aos visitantes.


O programa foi produzido e apresentado pelo jornalista João Batista Aguiar. Na mesa de som, Lothar Gutierrez. N
a região de Ipanema, Zona Sul de Porto Alegre, a rádio comunitária pode ser sintonizada na frequência FM 87,9 MHz. Em qualquer lugar com Internet, toda a programação da rádio pode ser escutada ao vivo em http://www.ipanemacomunitaria.com.br.



Pioneiros do ambientalismo gaúcho prestigiam homenagem à Agapan


Primeira associação ambiental da América Latina completa 40 anos neste dia 27. Câmara de Vereadores presta homenagem.

Os 40 anos da Agapan foram homenageados hoje à tarde, durante Tribuna Popular, pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural foi fundada em 27 de abril de 1971, por José Lutzenberger, Augusto Carneiro e Hilda Zimmermann, estes, guerreiros de 88 anos, que acompanharam a cerimônia, ao lado de associados, conselheiros, simpatizantes e ambientalistas de entidades parceiras, como União Pela Vida, Centro de Estudos Ambientais, Amigos da Terra , Mira Serra, Apedema, Núcleo de Ecojornalistas do RS – Nej e a representante da Delegacia do Meio Ambiente da Polícia Civil. Da Agapan, destaque para os ex-presidentes Celso Marques e Francisco Milanez, os atuais Eduardo Finardi e o vice Celso Waldemar, e os conselheiros Udo Mohr, Sandra Ribeiro e Adriane Bertoglio Rodrigues, jornalista.

Hilda e sua filha Lívia Zimmermann, da União Pela Vida, são as ambientalistas engajadas nas causas indígenas. Hilda, que hoje (25) completou 88 anos, fundou a Agapan. Ela conta que em 1980 se retirou da entidade para fundar a Associação Nacional de Apoio aos Índios. Em seguida foi fundadora da União Pela Vida, que tem os indígenas a diretoria que ela coordena. De 1993 a 2003, presidiu a Sociedade dos Amigos da Amazônia Brasileira. “Divulgamos pelos cinco continentes o apelo para ajudar e salvar a Amazônia. No Brasil, todas as denúncias eram envidas para a Promotoria Ambiental”, lembra Hilda.

Até o final deste ano, o Arquivo Histórico do Estado vai inaugurar a exposição de Hilda Zimmermann, sobre os embates pela demarcação de terras indígenas, a criação de parques ecológicos, contra a matança de baleias e se dedicou a ações sociais e solidárias em favor das crianças e dos adolescentes em situação de rua na busca de sua cidadania. “Doei mais de 12 mil documentos do meu acervo, que contam a história de muitas comunidades indígenas, sua cultura, suas práticas, e a importância de sua preservação”, diz, orgulhosa, ao contar os “40 anos pela Amazônia”. A doação foi no dia 10 de março deste ano. A documentação passa por medidas de higiene para ser incorporada oficialmente ao Arquivo Histórico, juntando-se ao acervo de outro defensor do meio ambiente, Henrique Luís Roessler, que iniciou o empenho pela defesa dos ecossistemas gaúchos

PRESERVAÇÃO GLOBAL E LOCAL

Salvar a Amazônia é tão importante quanto salvar uma árvore. Na luta local para sanar a demanda global, Augusto Carneiro é um defensor das árvores. “O trabalho inicial da Agapan foi o mais importante para salvarmos as árvores de Porto Alegre”, afirma, perguntando se tá tinha me dado uma cópia dos vários documentos, textos, defesas, que ele distribui, incansavelmente, há 40 anos, desde seu engajamento na luta ambiental, sensibilizado pelas ações e denúncias de Roessler e ao lado de José Lutzenberger.

Coincidência ou não, o texto que ele me deu é uma crítica do professor Luiz Galvão, da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), intitulada Arborização ainda é deficiente e publicada em 7 de maio de 1982. No verso, uma carta que ele escreveu para o colunista Fernando Albrecht, do Jornal do Comércio, em 8 de dezembro de 2006, Augusto Carneiro denuncia a pintura das pedras naturais de uma praça de Porto Alegre. Ao final da carta, “picante”, Carneiro anuncia, de anexos, “oito artigos “ecológicos”, mencionando as pinturas de árvores, que V. S. pode aproveitar, querendo, para qualquer uso”.

DESAFIO CLIMÁTICO

“Nunca a luta ambiental foi tão necessária e importante”, afirmou o presidente da Agapan, Eduardo Finardi, lembrando entrevista do governador Tarso Genro, onde analisa a tragédia do último final de semana no município de Igrejinha, que vitimou 12 pessoas, com os deslizamentos de terras em encosta de morros durante chuvas torrenciais, ocorridos na madrugada de sexta (22) para sábado (23 de abril). “São reflexos do aquecimento global e nós não somos exceção”, atentou Finardi. O ambientalista citou previsões da Marinha Mercante, de que, entre 2013 e 2017, haverá o total derretimento do Pólo Ártico. Também destacou que, de acordo com o IPCC, da Onu, até o ano de 2050, o mundo terá de 75 a 150 milhões de refugiados climáticos pela falta de condições de habitação em diversos lugares do Planeta. “Não há indícios de que esses eventos e previsões diminuam. Eles devem se intensificar”, lamenta o presidente da Agapan, que lembrou, em seu agradecimento pela homenagem, vários momentos de luta da instituição ao longo de quatro décadas de história.

A presidenta da Câmara de Vereadores, Sofia Cavedon (PT), lembrou que, “pela importância das lutas que ocorreram a partir da fundação da Agapan e pelo impacto global da degradação ambiental, que acompanhamos diariamente pela mídia, é que a Câmara de Vereadores elaborou uma Moção pela necessidade de ampliarmos as discussões sobre o Código Florestal, e para que fossem retirados os mecanismos de atropelo à aprovação”, diz, ao salientar a entrega do documento à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na semana passada, em Conferência sobre o Código Florestal, sendo encaminhando também para a presidenta Dilma Roussef, e deputados federais. De acordo com o presidente do Congresso Nacional, deputado Marco Maia (PT), o projeto será votado no início de maio.

PIONEIRISMO

Augusto Carneiro, Hilda Zimmermann e os demais integrantes da Agapan foram homenageados pelos vereadores Beto Moesch (PP), proponente, Carlos Todeschini (PT), Pedro Ruas (PSol), Toni Proença (PPS) e Dr. Raul Torelly (PMDB). “Foi o Carneiro que organizou, normatizou e estruturou o movimento ecológico gaúcho”, destacou Moesch. “A Agapan é genuinamente gaúcha, criada por gaúchos”, exclama o vereador, ao citar, entre as conquistas da entidade a criação de leis ambientais, a conscientização quanto aos malefícios das podas, e a criação da primeira secretaria de meio ambiente do país. “A Agapan ajudou a criar outras entidades ecológicas em Porto Alegre e no interior do Estado. Foi um movimento político e não partidário”, disse.

“A Agapan nasce no auge da revolução verde, numa época em que o mundo era dos adubos e dos venenos, dos agrotóxicos”, observa Todeschini, “e impôs um modelo de desenvolvimento que acabou com muitas perdas e mortes, como as crianças nascidas com deformações, que aconteceram no Norte do Estado”, lamenta, ao salientar a importância da atuação da Agapan na denúncia desses excessos.

Para o vereador Pedro Ruas, “esses 40 anos reforçam os nossos compromissos de defesa ambiental”. Ele cita a luta em defesa da Orla do Guaíba uma das dificuldades enfrentadas em Porto Alegre, cuja população “precisa ver a cidade de outra forma”. O mau uso da natureza e a degradação da Orla, dos morros e das nascentes foram denunciados pelo vereador Proença, que afirmou que “a diversidade é vida, assim como a pluralidade”.

Por Adriane Bertoglio Rodrigues, Agapan

Creditos da Foto: Elson Sampaio, Câmara de Vereadores.

21 abril 2011

Dia 25/abril: Homenagem aos 40 anos da AGAPAN

Moesch destaca atuação de uma das principais entidades ecológicas do RS

Fundada em 27 de abril de 1971, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) foi a primeira entidade ecológica do Brasil, tendo sido criada antes mesmo do Greenpeace. Desde então, sempre esteve envolvida nas principais lutas ambientais do Estado e do País.

Em homenagem a seus 40 anos, o vereador Beto Moesch (PP) propôs uma distinção especial à associação na sessão plenária da próxima segunda-feira (25/4), às 14h. Um representante da entidade falará na tribuna sobre a história da instituição, e os parlamentares também terão apartes. A esse espaço chama-se Período de Comunicações.

Compareça e prestigie a AGAPAN, essa entidade que tanto contribui para nossos avanços socioambientais!

Serviço:

Período de Comunicações da AGAPAN

Quando: Segunda-feira (25/4)

Horário: às 14h

Local: Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal (Av. Loureiro da Silva, 255)

18 abril 2011

Aos 40 Anos, Agapan mantém campanhas de preservação de biomas à energia nuclear

Pioneira do movimento ambiental e motivo de orgulho histórico e político, Agapan segue com novos desafios.

Lutas contra os agrotóxicos, as usinas nucleares e a devastação da Amazônia marcam a história da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural desde o início, na década de 70. A Agapan é a primeira entidade ambiental do Brasil. Pioneira na abordagem e no debate ambiental, foi declarada de utilidade pública estadual e municipal. É uma das mais importantes entidades ambientalistas do RS e das mais respeitadas no Brasil e em vários outros países. Com 40 anos, completos no dia 27 de abril de 2011, a Agapan segue com novos desafios, fortalecendo lutas atuais.
“Vamos comemorar durante todo o ano”, diz Edi Fonseca, ex-presidente, ao citar debates, palestras, homenagens e uma exposição que será lançada na Câmara de Vereadores em junho. Na quarta-feira, dia 27, a partir das 19h, a Agapan reúne associados, conselheiros, amigos e parceiros para comemorar o aniversário, no restaurante Via Imperatore, na Cidade Baixa.

Há 40 anos, a trajetória da Agapan começou no combate às podas indiscriminadas das árvores de Porto Alegre e no incentivo à criação de praças, parques e reservas. “Porto Alegre não seria uma das cidade mais arborizada do país se não fosse pela Agapan”, comemora o biólogo Francisco Milanez, conselheiro da entidade. “Naquela época alertarmos a sociedade contra a caça indiscriminada, a devastação da Amazônia, as queimadas e defendemos a educação ambiental e a criação de órgãos públicos de administração ambiental”. Milanez observa que muitas “daquelas” bandeiras se mantêm, como a luta contra a energia nuclear, “que voltou à mídia” com o vazamento de urânio e plutônio dos reatores japoneses, após a Tsunami que atingiu a costa nordeste daquele país, e polêmica proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro, cujo substitutivo tramita no Congresso Nacional.

DA ÁRVORE À CHAMINÉ
Nos anos 80, a Agapan é protagonista da defesa das árvores urbanas com a subida na árvore da João Pessoa, pelo militante Dayrell. Naquela década, durante a campanha de redemocratização do Brasil, a pressão do movimento ambiental, inclusive gaúcho, garantiu, em 1988, a introdução do capítulo de Meio Ambiente na Constituição do Brasil. É nesta Lei que estão importantes instrumentos para a política urbana, como o zoneamento ambiental, as zonas especiais de interesse social, o referendo popular ou plebiscito e o impacto de vizinhança. “Igualmente e infelizmente, temas muito atuais”, desabafa Milanez, ao citar, daquela época, conquistas como a Lei dos Agrotóxicos, a campanha contra o uso de carvão para geração de energia e, claro, o incentivo às tecnologias limpas.

Na década de 90, a legislação continuou a ser aperfeiçoada, com a elaboração das Leis Orgânicas Municipais, “cujos debates e artigos têm muito da indicação dos associados da Agapan”, lembra Sandra Ribeiro, ex-presidenta e atual conselheira. Para ela, campanhas contra a poluição das águas, o patenteamento dos seres vivos e contra a incineração de resíduos sólidos são conquistas que devem ser lembradas. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, por exemplo, só foi sancionada no ano passado, após mais de 20 anos tramitando no Congresso Nacional.

O combate aos transgênicos, às queimadas, à silvicultura e a hidrelétricas, como as de Barra Grande, Jaguari e Taquarembó, foram os focos de atuação e luta da Agapan, já neste século XXI. “Fortalecemos nossa oposição aos megaempreendimentos (hidrelétricos, loteamentos) e nos mantivemos contrários à flexibilização da legislação ambiental, a exemplo do PL 154, que no ano passado conseguimos barrar no legislativo gaúcho”, lembra Eduardo Finardi Rodrigues, presidente da Agapan.

A preservação da biodiversidade do Pampa Gaúcho e o combate à monocultura florestal com espécies exóticas, incluindo a elaboração de políticas públicas contra o Capim Annoni e demais invasoras, buscando um modelo sustentável também para a chamada Metade Sul do Estado, são lutas da Agapan que marcam este século. “Também atuamos na discussão de Planos Diretores Urbanos e Ambientais e nossas defesas foram aprovadas pela maioria dos eleitores que participaram do Plebiscito do Pontal do Estaleiro, em agosto de 2009, contrários à privatização da Orla do Guaíba”, lembra Celso Marques, conselheiro.

DEFESAS PÚBLICAS E PELA CIDADANIA
“Naquela época (agosto de 2009), comemoramos 20 anos da Subida da Chaminé da Usina do Gasômetro”, destaca a então presidenta Edi Fonseca. “A repercussão daquele ato é o que nos garante, até hoje, o acesso público ao Guaíba, para tomarmos chimarrão e apreciarmos o pôr-do-sol”, diz ela.

Com 40 anos de lutas, a Agapan segue com novos desafios. “O caos climático, com aquecimento global, derretimento de geleiras, vendavais e chuvas intensas, faz com que a Agapan mantenha o foco no global, com atuações locais”, defende Celso Waldemar, vice-presidente. “Este é o lema do ambientalismo: Pensar Global e Agir Local. É nesse sentido que pretendemos manter campanhas internacionais contra o patenteamento da vida e todos os processos que geram dioxinas, como a incineração de lixo e o uso de cloro ou seus derivados, no branqueamento da celulose para produção de papel”, analisa Waldemar, ao citar ainda a importância de uma legislação inibidora de embalagens descartáveis, a não canalização dos arroios e o fomento à segurança alimentar, baseada na produção e consumo de alimentos ecológicos.

ORIGENS QUE “PULSAM?”
As bases que originaram o surgimento da Agapan datam da década de 30. Naquela época, o fiscal Henrique Luis Roessler escrevia uma coluna no atual Correio do Povo, denunciando caça e pesca predatórias, desmatamento e queimadas. A atuação de Roessler na imprensa incentivou a organização do movimento ecológico gaúcho. Em abril de 1971, graças à iniciativa de Augusto Carneiro (militante, com seus 88 anos) e de alguns admiradores, foi fundada a Agapan, sob a liderança de José Lutzenberger, dando continuidade à obra iniciada por Roessler.

Lutzenberger viveu até 2002. Ele dizia que mesmo que soubesse que o mundo acabaria em três dias, continuaria fazendo tudo o que vinha fazendo ao longo de toda a sua vida: o que considerava certo, digno e correto como expressão de sua consciência ecológica.

Augusto Carneiro, um dos fundadores e principais ativistas históricos da Agapan, mesmo com 88 anos, segue na luta pela informação ambiental e vende livros voltados à ecologia nos sábados de manhã, na Feira dos Agricultores Ecologistas da José Bonifácio, em Porto Alegre.

A “Ecologização participativa da sociedade através da defesa da biodiversidade e a busca de um modelo civilizatório autônomo, harmônico, socialmente justo e ecologicamente sustentável”, missão da Agapan, segue mantendo o lema: “A vida sempre em primeiro lugar!”

Agapan 40 Anos
WWW.agapan.org.br


Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues

17 abril 2011

Vigília contra a reforma do Código Florestal: Segunda às 18 horas


Quando: segunda, 18/04, a partir das 18h

Onde: Praça da Matriz, Centro, Porto Alegre-RS


Porto Alegre é a cidade que disse para o mundo inteiro que “outro mundo é possível”. Durante alguns anos, porém, esse outro mundo parecia estar sendo construído fora daqui, e aquelas virtudes pelas quais a cidade tinha se tornado famosa – a participação popular, o debate político, o espírito crítico – pareciam ter mudado de endereço. Atualmente, algumas coisas sugerem que isso pode ter começado a mudar: seja a eleição de um governo que reata com as experiências daquele período, ou as duas mil pessoas que foram às ruas para protestar contra o ataque covarde de um motorista aos ciclistas da Massa Crítica.

Dizer que “outro mundo é possível” significa dizer que outra forma de desenvolvimento, outra maneira de distribuir a riqueza e de relacionar-se com o ambiente é não apenas possível, mas necessária. A reforma do Código Florestal atualmente em discussão no Congresso, que seus defensores apresentam como sendo no interesse do desenvolvimento nacional, na verdade interessa apenas ao agronegócio. Ela é ruim para a reforma agrária, ruim para a agricultura familiar, e ruim para o meio-ambiente. E se é ruim para o meio-ambiente, ela é péssima para toda a população brasileira, para toda a humanidade.

Defender a natureza não significa só proteger árvores e animais, mas lutar por um modelo de desenvolvimento que se paute numa relação sustentável entre a humanidade e seu meio; e esse modelo tem, necessariamente, que ser socialmente justo e distribuidor de riqueza. Ser contra a reforma do Código Florestal significa ser contra a exploração desenfreada das pessoas e do meio-ambiente; contra a concentração de renda e contra as causas do aquecimento global e da crise climática. Significa dizer que o interesse do agronegócio não se confunde com o interesse nacional, e que o desenvolvimento é muito mais que crescimento econômico: é equilíbrio ambiental, soberania alimentar e justiça social.

Mudar o Código Florestal é aumentar a catástrofe ambiental!

Contra a reforma do Código Florestal, contra a concentração de renda, contra as causas do aquecimento global.

Um outro desenvolvimento é possível.

Fórum Gaúcho em Defesa do Código Florestal


“Não aprendemos a viver das florestas”, lamenta ecologista


Francisco Milanez, da Agapan, defende a reeducação no uso das florestas.

“A aprovação das alterações do Código Florestal vai inviabilizar a pequena propriedade rural, que será descaracterizada”. O alerta foi dado pelo ecologista Francisco Milanez, da Agapan, na noite de quinta-feira (14), durante Audiência Pública sobre o Código Florestal, promovida pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Na ocasião, Milanez defendeu investimentos na utilização das florestas, garantindo assim a viabilidade da agricultura familiar. “Já estamos sem água e, quando tem, é da pior qualidade”, lamenta o ecologista, ao observar que, com a reforma do Código Florestal, as zonas consideradas mais importantes de preservação ambiental, como as nascentes, serão prejudicadas, resultando no assoreamento dos rios e causando perdas e danos às cidades.

Para Milanez, “o Código Florestal não é um problema apenas de ambientalistas e de agricultores, mas de toda a sociedade”. Ele também destaca os riscos econômicos dessa aprovação, pelos acordos e tratados internacionais assinados pelo Brasil.

Durante seu pronunciamento, Milanez questionou a posição da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS. “A Fetag caiu no colo dos grandes produtores, virou massa de manobra, e agora, ofendidos, terão que ceder à flexibilização”, analisa, e comparou que as alterações propostas ao Código Florestal se assemelham à especulação imobiliária que acontece, por exemplo, em Porto Alegre. “O especulador agrícola é aquele que vende a fazenda, com solo sem fertilidade e os rios assoreados, ou quando acabam os incentivos fiscais”, compara.

Milanez lembrou ainda a discussão sobre a reforma do Código Forestal, “que começou com SC aprovando um legislação estadual incoerente. “Lá existe a bancada mais reacionária do país, sempre incoerente por nunca respeitar nada”, critica. “Os demais estados copiaram de SC e agora estão tentando implantar essa legislação destruidora em nível federal”.

Após três horas de manifestações, questionando inclusive a ausência do secretário municipal e da secretária estadual do Meio Ambiente, Luiz Fernando Zachia e Jussara Cony, a presidenta da Câmara, vereadora Sofia Cavedon (PT), anunciou que, na próxima segunda-feira, dia 18, será votado no Plenário a moção que será entregue à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na terça-feira, dia 19, durante Conferência a ser realizada pela Assembleia Legislativa do RS, a partir das 9h30, no auditório Dante Barone. “Também vamos encaminhar essa moção à presidenta Dilma Roussef e aos deputados federais, para que dêem mais tempo ao debate com a sociedade e que, de forma imediata e urgente, retirem o prazo de averbação das APPs (Áreas de Preservação Permanente), que vence no dia 11 de junho deste ano”, anuncia Sofia Cavedon. Uma vigília é articulada pelo Fórum em Defesa do Código Florestal, que reúne diversos movimentos sociais e ambientais, para acontecer na noite de segunda-feira, dia 18, na Praça da Matriz.

Por Adriane Bertoglio Rodrigues

Foto:
Mariana Fontoura/Câmara de Porto Alegre

14 abril 2011

MANIFESTAÇÃO DOS TÉCNICOS DA FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL SOBRE O SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI 1876/99, QUE PROPÕE ALTERAÇÕES NO CÓDIGO

Nós, técnicos da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, cientes do nosso papel de subsidiar a definição e a implementação da política ambiental no Estado, aliamo-nos às manifestações de numerosos setores da sociedade ligados à Ciência e à pesquisa ambiental, sintetizadas no anexo deste documento, no sentido de externar nossa profunda preocupação com as alterações propostas no Código Florestal Brasileiro (CFB) por meio do substitutivo ao Projeto de Lei 1876/99, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, revoga a Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 e dá outras providências.

Consideramos que um aperfeiçoamento do CFB é importante e mesmo necessário, visando adequá-lo à realidade atual e aos avanços no conhecimento científico. No entanto, a proposição de mudanças em um instrumento tão importante deve ser precedida de ampla discussão com a comunidade científica e com representantes de diversos outros segmentos da sociedade brasileira, tendo em vista as muitas interfaces apresentadas por este tema tão complexo. No nosso entendimento, a proposta de substitutivo em análise apresenta importantes equívocos e vieses que resultam justamente da falta de um debate mais amplo e da insuficiente incorporação da contribuição da Ciência às discussões.

Nossa maior preocupação está relacionada aos possíveis efeitos negativos da mudança da lei sobre a conservação e a qualidade dos recursos naturais e dos serviços ambientais providos pela biodiversidade, com conseqüências diretas para a sobrevivência humana e em conflito com os compromissos assumidos pelo País em acordos e tratados internacionais, cujo marco referencial é, sem dúvida, a Convenção da Diversidade Biológica.

Como um exemplo da fragilidade da proposta, citamos a sua omissão frente à necessidade de considerar as relações das mudanças climáticas prognosticadas com o planejamento da ocupação do ambiente a médio e longo prazo. Tanto no Rio Grande do Sul quanto em outras regiões do Brasil, já vem sendo detectado um significativo aumento nas temperaturas médias medidas em anos recentes, associadas ao aumento na freqüência de eventos extremos de precipitação, o que implica a necessidade de se adotarem medidas preventivas e adequações nas formas de ocupação territorial tanto no meio urbano quanto no rural, no sentido de reduzir processos de erosão e assoreamento em cursos d‟água pela falta da vegetação ciliar e de minimizar deslizamentos em encostas. Tais impactos, advindos da inobservância da legislação atual, têm sido causadores de catástrofes ambientais com perdas de vidas humanas e enormes prejuízos econômicos, e tendem a se agravar com as modificações propostas no código. Dessa forma, consideramos necessário um aprofundamento das discussões e uma mudança na abordagem dada às modificações propostas no CFB, para que a questão ambiental e os resultados de estudos científicos sejam devidamente considerados.


Assinam: Aline Barcellos Prates dos Santos; Ana Maria Ribeiro Anaise Costa Calil; Cecília Volkmer Ribeiro; Cleodir Mansan; Cristina Leonhardt Daniela Sanfelice; Geneci Pintos de Britto; Glayson Bencke; Hilda Alice de Oliveira Gastal; Ingrid Heydrich Jorge Ferigolo; José Fernando da Rosa Vargas; Laura Maria Gomes Tavares; Lezilda Carvalho Torgan; Luiza Chomenko; Márcia Severo Spadoni; Marco Aurélio Azevedo; Maria da ConceiçãoTavares Frigo; Maria Helena Galileo; Mariano Cordeiro; Ricardo Aranha Ramos; Ricardo Ott; Rosana Moreno Senna; Sandra Maria Alves da Silva Silvia Drugg Hahn; Suzana Maria de Azevedo Martins; Tomaz Vital Aguzzoli; Vera Lucia Lopes Pitoni; Vera Regina Werner; Zulanira Meyer Rosa;

Leia sobre a Base conceitual técnico-científica (em pdf) no link seguro abaixo:

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=10sWXYHLlL5MCMYnk_63DTyuDb-XU5d0nr84pqmNR-lxTCVLefCiUb9NZi2m2&hl=pt_BR

13 abril 2011

Sua vida vai piorar se o código mudar _ CONVITE

Pessoal, é muito importante. Convidamos vocês para participarem da Audiência Publica na Câmara Municipal sobre as mudanças no Código Florestal, dia 14. 04, Quinta, 19h. É uma pauta extremamente importante para os ambientalistas. Não é verdade? E, por isto, nossa presença é fundamental. Compareça. Divulgue. Abraços. :
Fórum em Defesa do Código Florestal -

IJA realiza Seminário e Debate sobre o Código Florestal

Evento será realizado no dia 14 de abril, no Instituto Goethe, em Porto Alegre.
O IJA promove o seminário e debate sobre a proposta de alteração do Código Florestal vigente, com o tema “Código Florestal: retrocessos e responsabilidade civil ambiental”. O evento tem início às 16h30 do dia 14 de abril, no auditório do Instituto Goethe, em Porto Alegre. O seminário é gratuito e tem vagas limitadas.
O assunto é de suma importância, tendo em vista que a maior parte das florestas no Brasil é explorada de forma ilegal, clandestina ou ainda com baixa tecnologia. No seminário estarão presentes juristas e especialistas de renome nacional para realizar uma abordagem crítica sobre Código Florestal e a responsabilidade civil envolvida na produção rural.
Atualmente, tramita no Congresso Nacional o substitutivo que propõe a flexibilização do Código Florestal brasileiro (Lei 4.771/65) e institui o perdão aos produtores rurais ilegais. Caso aprovada a alteração, aqueles que descumpriram a lei ambiental e causaram danos ficariam desobrigados a indenizar.
Um dos temas abordados será a implicação prática de uma flexibilização, como os recentes desastres ambientais ocorridos no RS, RJ e SC, diretamente ligados à preservação da Reserva Legal e das Áreas de Preservação Permanente.
Programa
16h30 – Abertura
Cristiano Pacheco, advogado, pós-graduado em Direito Ambiental pela UFPEL, mestrando em Direito Ambiental pela UCS e diretor executivo do IJA.
Palestra: “Perversidades da cadeia produtiva rural, supermercados e o papel do consumidor no Século XXI”.
17h
Paulo Duarte, Engenheiro Agrônomo pela UFPEL, servidor estadual concursado da SEMA/FEPAM com atuação na área de planejamento, licenciamento e fiscalização ambiental, especialista em produção mais limpa e ecobusiness.
Palestra: Código Florestal: mudar para onde?”
17h30
Gustavo Trindade, advogado, professor, ex-Chefe da Consultoria Jurídica do MMA e membro do CONAMA pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde.
Palestra: “Código Florestal: o novo e o velho”.
18h – Intervalo
18h15
Antônio Libório Philomena, oceanógrafo e doutor em Ecologia, perito ambiental em valoração e professor titular aposentado da FURG, membro do Conselho do IJA.
Palestra: “O Código Florestal água abaixo no RS”.
18h45
Annelise Steigleder, promotora de justiça na Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre e mestre em Direito pela UFPR.
Palestra: “Responsabilidade na cadeia produtiva”.
19h15
Debate
21h
Encerramento
Código Florestal: retrocessos e responsabilidade civil ambiental

Data e horário
14/04/11, quinta-feira, das 16h30hs às 21h

Local
Auditório do Instituto Goethe ( Rua 24 de Outubro, nº 112, Porto Alegre, RS)

Inscrições e informações:
Pelo e-mail: ija@ija.org.br ou pelo fone: 51 3907-9010 (IJA)
Entrada franca e vagas limitadas!

12 abril 2011

Palestras Ciclo Ecologia na Cultura 2011

Temática geral: Respostas de Gaia
12 Abril – Nosso lugar em Gaia: perspectivas da vida e da civilização – Rualdo Menegat
10 Maio – Biodiversidade para manutenção da vida – Ludwig Buckup
14 Junho – Estado das massas de gelo no planeta: causas e consequências – Jefferson Simões
12 Julho – Um olhar crítico sobre os plásticos – César Petzhold
09 Agosto – Água: recurso natural e bem público. O que os Comitês de Bacias Hidrográficas estão fazendo para a gestão das águas no RS? - Teresinha Guerra
27 Setembro - Flora: ameaças e relevância socialAugusto César Cunha Carneiro e Paulo Backes
18 Outubro – Educação e ludicidade para recriar um mundo melhor a todos – Tânia Ramos Fortuna
08 Novembro – Cidades: o desafio da sustentabilidade – Miguel Aloysio Sattler
13 de Dezembro – Alimentação alternativa: comer inços e plantas nativas pode fazer bem? Paulo Brack

No auditório da Livraria Cultura, às 19h30min (Bourbon Shopping Country - Av. Túlio de Rose, 80 - Passo DAreia - Porto Alegre/RS):

Fundação Gaia


14/ Abril Quinta-feira : Audiência Pública sobre Código Florestal Brasileiro

Clique na imagem para ampliar.


Audiência Publica sobre o Código Florestal Brasileiro

As alterações no Código atingem direta e indiretamente Porto Alegre.

Participe!! Aberto a todos.


Dia 14/ Abril
Hora: 14 horas
Local: Câmara Municipal de POrto Alegare
Av Loureiro da Silva, 255

07 abril 2011

Emails da Agapan: fora do ar

Pessoal,

Estamos com problemas com nossos emails agapan@agapan.org.br, eduardo@agapan.org.br e demais emails da Agapan.

Nossa hospedagem ainda não conseguiu solucionar este problema.Por isso, solicitamos enviar comunicados para nosso email:

agapan.comunica@gmail.com informando o nome da pessoa que deseja entrar em contato.


Um abraço,

Comunicação Agapan

05 abril 2011

Rádio Ipanema Comunitária: Augusto Carneiro no Cidadania Ambiental



Augusto Carneiro durante a entrevista

O mais antigo ambientalista em atividade no Rio Grande do Sul, Augusto César Cunha Carneiro, aos 88 anos, é o entrevistado desta terça-feira (5/4) do Cidadania Ambiental. Carneiro inicia a série de entrevistas que vai marcar o 40º aniversário de criação da AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural. Na entrevista inédita, concedida ao jornalista João Batista Aguiar, Carneiro fala sobre a sua passagem do comunismo para o ambientalismo; a ordem recebida da Rússia para se opor à bomba atômica e não à energia nuclear; as atividades da entidade a partir de 1971, o trabalho junto com José Lutzenberger, e muito mais.

O programa vai ao ar pela Ipanema Comunitária nesta terça, 5/4, a partir das 20 horas, e será retransmitido no sábado, 8/4, a partir do meio-dia. Na mesa de som, Lothar Gutierrez. A entrevista foi realizada na casa do entrevistado no último domingo.

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