29 julho 2010
Seminário Internacional para intercâmbio de experiências Brasil, Índia e África do Sul: biodiversidade e biossegurança Rio de Janeiro, 9 e 10/08
Justiça suspende liberação de milho transgênico da Bayer
A disputa envolvendo transgênicos ganhou um novo capítulo em sua história. Por decisão judicial, a Bayer está agora proibida de comercializar o milho Liberty Link - resistente ao herbicida glufosinato de amônio - em todo o país pela ausência de um plano de monitoramento pós-liberação comercial. A juíza federal Pepita Durski Tramontini, da Vara Ambiental de Curitiba, também anulou a autorização da liberação especificamente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil por não haver estudos sobre os impactos dessa tecnologia nos biomas dessas regiões.
Pela sentença, a Bayer será multada em 50 mil reais por dia caso não suspenda imediatamente a comercialização, a semeadura, o transporte, a importação e até mesmo o descarte do Liberty Link.
De acordo com a sentença, a ratificação dada pelo Conselho de Ministros (o Conselho Nacional de Biossegurança) à autorização do milho também não se sustenta, pois tal decisão ministerial se baseou em ato viciado da CTNBio.
A CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, responsável pelas liberações de transgênicos no país, foi obrigada a garantir amplo acesso aos processos de liberação de transgênicos. Deve ainda estabelecer norma com prazo para que os pedidos de sigilo comercial sejam decididos, permitindo publicidade a tudo o que não for sigiloso. Desde 2007, as organizações da sociedade civil criticam o bloqueio ao acesso aos procedimentos de liberação, que viola o direito à informação e é incompatível com a publicidade garantida aos documentos de interesse público.
A decisão da Justiça refere-se à Ação Civil Pública movida em 2007 pelas organizações Terra de Direitos, AS-PTA, IDEC e ANPA, para exigir da CTNBio a adequada análise de riscos à saúde e ao meio ambiente, a informação e a não contaminação genética - direitos fundamentais dos cidadãos. A ação contesta a liberação do milho transgênico devido à falta de prévia definição de normas de biossegurança por parte da CTNBio de coexistência entre cultivos transgênicos e não transgênicos e de monitoramento; à falta de estudos ambientais nas regiões Norte e Nordeste; à falta de acesso aos processos de interesse público.
Contaminação em curso
Apesar de a Comissão ter editado a Resolução Normativa 4 (RN 4), estudos recentes no Paraná apontam a ineficácia das normas de coexistência para o milho, o que coloca em risco toda a sociedade pela falta de segurança no plantio transgênico(leia mais). No ano passado, as organizações entraram com uma nova Ação Civil Pública, questionando dessa vez a insuficiência da norma, mas que até agora aguarda decisão judicial.
Mais informações:
ASPTA, IDEC, Terra de Direitos,
24 julho 2010
Mais da metade do Pampa já foi destruído
Entre 2002 e 2008, foram perdidos 36.400 hectares anuais de área original no bioma. Ministra do Meio Ambiente diz que pela primeira vez há um quadro geral sobre os biomas do País.
22/07/2010
Cristina Ávila
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou hoje os dados sobre a supressão da vegetação nativa do bioma Pampa - que foram pela primeira vez consolidados - e sobre o desmatamento na Amazônia, que entre agosto de 2009 e maio de 2010 foi 47% menor do que o mesmo período entre 2008 e 2009. O recorde é ainda maior do que a redução de 42% registrados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no ano passado.
O Pampa tem 54% de área original suprimida ao longo de sua ocupação histórica. Entre 2002 e 2008, foram perdidos 36.400 hectares anuais, que significam 1,23%. “Já sabíamos que havia perdas, mas ainda não haviam dados consolidados. Agora, estamos investigando as causas dessas perdas”, afirmou a ministra. Uma das causas levantadas são os reflorestamentos de espécies exóticas plantadas para a fabricação de papel. Os dados foram obtidos pelo MMA com base em mapas do satélite Landsat.
O MMA propõe como soluções para o problema a criação de novas unidades de conservação no bioma, a adoção de boas práticas na agricultura e pecuária e a observação das orientações do zoneamento econômico-ecoló gico recentemente formulado pelo Conselho de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul.
Izabella Teixeira comentou que pela primeira vez há “um quadro geral sobre os biomas do país”. Faltam apenas serem anunciados os dados sobre a Mata Atlântica, o que deverá acontecer no próximo mês.
A redução do desmatamento foi registrada em todos os estados, com exceção do Amazonas, que teve aumento de 6%. O MMA vai avaliar os motivos, começando por Lábrea, município que aparece entre os 14 líderes de desmatamento. O desmatamento acumulado do bioma foi de 2.958,30 km² entre agosto de 2008 e maio de 2009 e de 1.564,81 km² nos mesmos meses entre 2009 e 2010. Entre os estados líderes de desmatamento, em monitoramento em maio deste ano, estão Mato Grosso (51,9 km²), Pará (37,2 km²), Rondônia (10,7 km²) e Amazonas (9,8 km²).
A ministra avalia que a redução é uma tendência que vem se consolidando por diversos fatores, inclusive ações estaduais e fiscalizações que envolvem Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e Casa Civil. O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, anunciou que 14 operações contra o desmatamento estão em andamento hoje na Amazônia. Ele disse que serão 226 durante todo este ano, com 65 serrarias já fechadas na região, 195 caminhões, 59 tratores e 103 mil metros cúbicos de madeira apreendidos, entre agosto e maio.
Acesse os dados do monitoramento do desmatamento dos biomas:
* Amazônia
* Pampa
* Nota técnica do Deter
Fonte: http://www.mma. gov.br/sitio/ index.php? ido=ascom. noticiaMMA&codigo=5986
Ilustração: Dana Magarda
Os Pampas podem se tornar patrimônio nacional
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
23 julho 2010
Relatório oficial confirma relação entre agrotóxicos e aumento de doenças na Argentina
15 julho 2010
Cidadania Ambiental discute Filosofia e Mata Atlântica
Na último dia 28 de junho, Vicente defendeu sua dissertação de mestrado sobre: "Filosofia do Meio Ambiente e Gestão Compartilhada da Mata Atlântica: Debates Públicos sobre a Coleta de Frutos da Palmeira-Juçara no Rio Grande do Sul".
No programa, o entrevistado trata de como ocorreu a construção do trabalho que trata da relação do ser humano com a natureza e gestão compartilhada da biodiversidade no bioma Mata Atlântica.
O Cidadania Ambiental é produzido e apresentado pelo jornalista João Batista Aguiar. Contatos com o programa pelo email: radio@ipanemacomuni taria.com. br.
11 julho 2010
Gaúchos reagem à “golpe” que estrangula Código Florestal
Em Porto Alegre, manifestação contra anistia à devastação ambiental reúne dezenas de pessoas.
Mudas de árvores nativas foram carregadas em um caixão, coberto por coroas de flores, simbolizando a morte de todo o patrimônio natural do Brasil. A representação do funeral do Código Florestal (Lei 4.771/65), em Porto Alegre, neste domingo (11), no Parque da Redenção, foi acompanhada por dezenas de pessoas, que criticam as mudanças na legislação ambiental brasileira, aprovadas na última terça-feira, dia 6, por Comissão Especial na Câmara dos Deputados. O parecer do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi aprovado por 13 votos contra cinco.
A ameaça da aprovação das alterações permanecerá durante todo o período eleitoral. Isso porque o parecer do deputado Aldo Rebelo deve ir à apreciação do Plenário da Câmara dos Deputados logo após as eleições. Até lá, as manifestações devem se multiplicar por todo o país. A SOS Mata Atlântica já realizou vigílias em Brasília (dia 7), Salvador (8), Fortaleza (9), em Recife no sábado (10), e em Porto Alegre no domingo (11). Antes da votação, a SOS já tinha participado de manifestações em defesa do Código Florestal em Natal, Curitiba, Blumenau, Rio de Janeiro e São Paulo.
“Vamos reagir e não aceitaremos a destruição do nosso patrimônio. Uma nova rodada de manifestações será realizada”, promete Mário Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, ao avaliar como “impressionante” a participação e a receptividade das pessoas nas manifestações anteriores. “Somente o site da Avaaz tá com mais de 200 mil assinaturas”, analisa, ao afirmar que “a questão do meio ambiente pega”.
A manifestação em Porto Alegre foi acompanhada por representantes de ONGs ambientais, como Agapan,Mira Serra, Núcleo de Ecojornalistas do RS, Núcleo Amigos da Terra e o Movimento em Defesa da Orla, além de movimentos sociais, como Gae (Grupo pela Abolição do Especismo) o Fórum de Entidades e integrantes de associações de bairro, entre outros simpatizantes da causa ambiental.
Responsabilidades questionadas
As alterações na legislação atual são defendidas pela bancada ruralista e pelo setor do agronegócio. Entre as mudanças mais criticadas e questionadas estão a anistia total para quem desmatou até 2008, sem tornar o reflorestamento uma obrigação; o fim da Reserva Legal para propriedades de até quatro módulos, quando na Amazônia um módulo tem até 100 hectares; a diminuição das Áreas de Preservação Permanente, incluindo a redução da largura das matas ciliares de 30 para 15 metros para os cursos d’água; e a autorização para que Estados e municípios legislem sobre o assunto.
Cobrar a responsabilidade pública dos deputados federais foi defendida por Francisco Milanez, biólogo e conselheiro da Agapan. “A única forma de impedirmos a aprovação dessas alterações no Código Florestal é responsabilizarmos os deputados pelas enchentes, pela destruição de casas, pelo assoreamento dos rios e pelos prejuízos agrícolas”, defende Milanez, ao salientar que o respeito ao meio ambiente é importante até mesmo para a economia. “A meta não é preservar por preservar, mas porque a natureza tem importância de ser mantida”.
“O Rio Grande do Sul se antecipou”, denunciou o vereador de Porto Alegre Beto Moesch (PP), ao lembrar que na Assembleia Legislativa tramita, há mais de um ano, o Projeto de Lei 154, “que quase elimina a mata ciliar e que acaba com a exigência da coleta seletiva, da tríplice lavagem das embalagens de agrotóxicos e com a licença ambiental para o plantio de exóticas”.
Esse retrocesso na legislação ambiental do país também é criticado por Mário Mantovani. “Colocaram o Brasil no século XVI, atendendo aos interesses de parte dos ruralistas. Queremos chamar a atenção contra essa tentativa de golpe no século XXI, denunciando essa insanidade contra a sociedade”.
“O Brasil está indo na contramão da história”, lamentou Ivo Kraus Penhor, do Movimento Petrópolis Vive. Para ele, “precisamos lutar, mobilizar e conquistar a população, como foi no período das Diretas”, lembrou. O ecojornalista Ulisses Nenê reforça a importância de um ativismo de força, “e não mais de formiguinha, porque eles (os ruralistas) estão bem mobilizados”.
Manifestação teatralizada
“Benefício pra ruralista. Prejuízo pra sociedade”, estava escrito em uma das faixas carregadas pelos manifestantes. Ao som de marcha fúnebre, atores do Depósito de Teatro, de Porto Alegre, realizaram performances que encenaram um cortejo fúnebre, carregando um caixão e pregando flores pretas nas camisetas do público que, curioso, acompanhava a marcha. Mudas de árvores nativas foram colocadas no asfalto, simbolizando a esperança de vida.
“Preparamos um cortejo fúnebre como se o Código Florestal estivesse enterrando a natureza, alertando as pessoas a defenderem as leis de preservação”, observou Roberto Oliveira, diretor do Depósito de Teatro, que antecipou o projeto de teatralizar os livros Pachamama ("mãe-terra" no antigo idioma aymara), escritos por crianças e jovens de diversos países sobre as temáticas ambientais. “Estou germinando a ideia”.
Durante a marcha fúnebre, simbolizando o enterro do Código Florestal, várias pessoas manifestaram repúdio às alterações propostas ao Código Florestal, através do relatório do deputado Aldo Rebelo.
“O Brasil tem muita terra para plantar, para floresta e para cidade. Vamos crescer com sustentabilidade. Vamos viver com boa qualidade de vida. Vamos garantir o futuro das águas e de toda natureza”, clamou a ambientalista Kathia Vasconcellos, da ONG Mira Serra, ao defender que “precisamos proteger as leis e fazê-las cumprir”.
A preocupação com os animais que vivem nas florestas foi destacada por Eliane Carmanim Lima, do Gae. “Não vamos permitir que interesses sujos devastem as florestas. Dignidade também aos animais”, declarou Eliane, ao conclamar para que a sociedade “mostre que nos importamos com a natureza, com a justiça e com os animais, que não têm voz”.
Para a ambientalista e representante da Associação dos Moradores do Bairro Ipanema, Sandra Ribeiro, as alterações no Código Florestal estão na contramão da preservação. “A população ainda não se deu conta da gravidade que essa modificação vai provocar na vida de todos os brasileiros, independente de partido ou de classe social”, analisa, ao defender o engajamento de todos.
“Estamos fazendo essa manifestação para mostrar para a população como alguns deputados vêm destruindo o meio ambiente e ameaçando nosso futuro”, destaca Mantovani. Em março deste ano, a SOS Mata Atlântica lançou a campanha Exterminadores do Futuro. O objetivo é proteger e respeitar a legislação ambiental e monitorar o comportamento dos parlamentares sobre temas que interfiram na manutenção dos biomas. "Iniciativas como a dos ambientalistas gaúchos são fundamentais para defender nosso patrimônio natural e nossas leis”, observa Mantovani, ao anunciar que “todos podemos registrar nossas condolências ao Código Florestal através do sitewww.conexaososma.org.br”.
Para mais informações acesse www.sosma.org.br/
Acompanhe a votação nominal da Comissão Especial do Código Florestal:
Anselmo de Jesus (PT-RO) - SIM
Homero Pereira (PR-MT) - SIM
Luis Carlos Heinze (PP-RS) - SIM
Moacir Micheletto (PMDB-PR) - SIM
Paulo Piau (PPS-MG) - SIM
Valdir Colatto (PMDB-SC) - SIM
Hernandes Amorim (PTB-RO) - SIM
Marcos Montes (DEM-MG) - SIM
Moreira Mendes (PPS-RO) - SIM
Duarte Nogueira (PSDB-SP) - SIM
Aldo Rebelo (PCdoB-SP) - SIM
Reinhold Stephanes (PMDB-PR) - SIM
Eduardo Seabra (PTB-AP) - SIM
TOTAL A FAVOR: 13
Dr. Rosinha (PT-PR) - NÃO
Ricardo Tripoli (PSDB-SP) - NÃO
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) - NÃO
Sarney Filho (PV-MA) - NÃO
Ivan Valente (PSOL-SP) - NÃO
TOTAL CONTRA: 5
Foto: Cesar Cardia
Adriane Bertoglio Rodrigues, Agapan
10 julho 2010
11/ Julho: MANIFESTAÇÃO PELO CÓDIGO FLORESTAL
09 julho 2010
Museu de Águas na Capital
Gaúchos realizam vigília pelo Código Florestal no domingo, dia 11
No próximo dia 11 de julho (domingo), às 10h, ambientalistas realizarão uma vigília para marcar a aprovação de mudanças catastróficas na legislação ambiental brasileira. A manifestação, que acontecerá no Parque da Redenção, contará com caixões e coroas de flores, simbolizando a morte do Código Florestal e também de bens fundamentais de nosso patrimônio natural, como a água, as florestas, a biodiversidade e a regulação do clima. A concentração para a manifestação será na esquina da José Bonifácio com a Osvaldo Aranha.
A Comissão Especial do Código Florestal na Câmara dos Deputados aprovou nesta semana diversas mudanças na legislação atual. As mudanças, defendidas pela bancada ruralista e pelo setor do agronegócio, haviam sido compiladas em um relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo no início de junho. O texto aprovado pela Comissão segue agora para o plenário da Câmara dos Deputados, mas ainda não tem data definida para entrar em votação.
Entre as mudanças mais perigosas para o meio ambiente, estão a anistia para quem desmatou até 2008, o fim da Reserva Legal para propriedades de até quatro módulos, a diminuição das Áreas de Preservação Permanente e a autorização para que Estados e municípios legislem sobre o assunto.
A Fundação SOS Mata Atlântica vem acompanhando as discussões sobre o Código Florestal desde o início e em março deste ano lançou a campanha Exterminadores do Futuro, que tem por objetivo proteger a legislação ambiental brasileira, monitorando o andamento de leis e decretos e o comportamento dos parlamentares sobre temas que interfiram na proteção do bioma Mata Atlântica.
"Iniciativas como a dos ambientalistas gaúchos são fundamentais para mostrar para a população o que está acontecendo em Brasília e como alguns deputados vêm destruindo o meio ambiente e ameaçando nosso futuro", destaca Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação. "Os brasileiros estão preocupados com seu patrimônio natural e não querem ver as leis ambientais destroçadas, mas muitas vezes nem ficam sabendo o que acontece no Congresso. Por isso essas mobilizações regionais são tão importantes", defende.
Se você quiser registrar suas condolências, entre na www.conexaososma.org.br e para mais informações acesse www.sosma.org.br/
MANIFESTAÇÃO AO CÓDIGO FLORESTAL
DATA: 11 de julho, domingo, às 10h
LOCAL: Parque da Redenção
Mata Atlantica/ AGAPAN
“Sustentabilidade socioambiental: a questão indígena no RS e no Brasil” será o debate de julho
A Terça Ecológica de Julho do Núcleo de Ecojornalistas do RS vai abordar a Sustentabilidade socioambiental: a questão indígena no RS e no Brasil, às 19h, no Instituto Goethe. Neste mês, o evento acontece na segunda semana, no dia13 de julho. A palestrante é a Coordenadora Regional do Instituto de Estudos Culturais e Ambientais, IECAM, Denise Wolf, que estará acompanhada de um membro da comunidade Mbyá-Guarani no debate.
Conforme Denise, “é preciso entender que as tradições e rituais dos povos indígenas estão diretamente relacionados aos ciclos ecológicos que determinam os ciclos produtivos. A dimensão social (e solidária) das economias indígenas considera as necessidades biológicas e materiais como bens não apenas de consumo, mas como necessidades espirituais e morais. Toda atividade econômica tem como função final garantir o bem-estar da coletividade. A abundância é sempre festejada, pois consideram que a abundância permite viver com intensidade a generosidade, a partilha, a solidariedade, a hospitalidade, o espírito comunitário e a reciprocidade”.
O cidadão urbano tem muito a aprender com os povos originários a partir do exposto acima. A bióloga vai abordar também as dificuldades enfrentadas pelos indígenas no Estado e no País. Atualmente, os Guarani vivem em aldeias e acampamentos próximos às rodovias, visitando parentes, vendendo o artesanato que produzem e/ou buscando trabalhos sazonais. “A falta de terras adequadas e a saúde, sobretudo a desnutrição infantil, constituem seus maiores problemas. Segundo dados da FUNASA (Agosto, 2006), 100 a 190 mil índios vivem fora de terras indígenas. No Brasil, o número de portadores de doenças é de 60,7 para cada grupo de 1.000 habitantes, já considerado intolerável pela Organização Mundial de Saúde. Porém, entre a população indígena esse número sobe para 112,7,” citou.
População indígena e sustentabilidade
De acordo com o divulgado, no Brasil existiam mais de cinco milhões de índios em 1500, falando mais de mil línguas. Hoje, são aproximadamente 375.000 índios, divididos em 222 etnias, se expressando em 180 línguas (SIASI/FUNASA, 2002). Segundo dados divergentes do IBGE (2001), vivem no Brasil aproximadamente 700.000 índios, falando 241 línguas.
No Rio Grande do Sul, estão presentes três etnias: os Guarani (Mbyá e Ñandeva), os Kaingang e os Charrua. Estima-se uma população no Brasil cerca de 65 mil Guarani, 33 mil Kaingang (FUNASA, 2005) e 676 Charrua (INAI, 2004).
Denise lembra que não há demarcação de terras indígenas no Rio Grande do Sul há 30 anos. Mas destaca que, em 2008, com ampla participação de indígenas e aliados, foram formados cinco Grupos Técnicos, GT’s, com a função de demarcar mais de 20 áreas indígenas no Estado. Um dos GTs está em fase final de elaboração dos laudos antropológico e ambiental, e um segundo GT está iniciando os estudos.
A bióloga destaca também a importância do Projeto de Lei que tramita na Câmara Municipal de Porto Alegre (4079/2007), que atende expectativas e reivindicações de diversos agentes na área ambiental, como a instituição do Sistema Municipal de Unidades de Conservação da Natureza de Porto Alegre (SMUC). “Sem dúvida, é fundamental garantirmos a proteção da biodiversidade em áreas mais extensas e em risco de ocupação e especulação cada vez maior. Mas é também possível planejar e garantir, nessas mesmas áreas de conservação, a exemplo do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o manejo sustentável realizado há décadas por comunidades indígenas que não impactam o ambiente de forma negativa, como o fazem os guarani residentes na aldeia da Lomba do Pinheiro, quando coletam ou caçam no Morro São Pedro, com profundo respeito à natureza,” concluiu.
Serviço:
O que: Terça Ecológica do NEJ-RS
Tema: Sustentabilidade Ambiental: a questão indígena no RS e no Brasil
Palestrante: Denise Wolf do IECAM
Quando: 13 de Julho
Onde: Instituto Goethe em Porto Alegre
EcoAgência/ AGAPAN06 julho 2010
Ciclo de Debates: Agronegócio: impactos no homem e no ambiente
- Vanira Matos Pessoa - Enfermeira, Mestre em Saúde Pública, Especialista em Educação Comunitária em Saúde, Integrante do Núcleo Tramas – Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade/ Universidade Federal do Ceará;
-Sebastião Pinheiro – Engenheiro Agrônomo e Florestal, Ambientalista, membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação em Agricultura e Saúde (GIPAAS);
- Lia Giraldo da Silva Augusto – Médica, Mestre em Clínica Médica, Doutora em Ciências Médicas, professora da Universidade de Pernambuco e pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz.
Jean-Michel Costeau faz palestra em Porto Alegre
Estudantes terão a oportunidade de assistir a palestra de Jean-Michel Cousteau no próximo dia 8 de julho, às 9 horas, na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. O evento é promovido pelo Sistema Fiergs, por meio do IEL, através do Programa Estágio Empreendedor, e do Sesi-RS, com apoio do programa Fronteiras do Pensamento.
Jean-Michel Cousteau é considerado um dos principais ambientalistas do mundo. Oceanógrafo, ele se dedica à preservação marinha, divulgando programas socioambientais e dirigindo a ONG Ocean Futures Society, do qual é fundador. Filho do explorador francês Jacques Cousteau, pioneiro na descoberta dos recursos do fundo do mar, Jean-Michel iniciou seus estudos marinhos aos sete anos de idade. O ingresso para assistir a palestra é um 1kg de alimento não perecível.
As inscrições podem ser feitas pelo fone 0800 51 8555 ou pelo e-mail confirma.eventos@fiergs.org.br.
Fiergs/EcoAgênciaJean-Michel Cousteau conhece a proposta “Museu das Águas de Porto Alegre”
"Proteger a água é proteger a si mesmo." Jean-Michel Costeau
O oceanógrafo, ambientalista, produtor cinematográfico e educador Jean-Michel Cousteau, filho mais velho do lendário Jacques Cousteau, foi o palestrante do Fronteiras do Pensamento nesta segunda-feira no Salão de Atos da UFRGS.
Jean-Michel é considerado um dos principais ativistas ambientais da atualidade, dando especial atenção à questão da água.
Antes da palestra, às 18h, ocorreu um encontro de Jean-Michel Cousteau com integrantes dos Grupos de Trabalho do Museu das Águas, tanto da UFRGS como do Comitê Multidisciplinar de Planejamento da Orla, no Salão Nobre da Reitoria. Na ocasião foi apresentada a proposta de criação do Museu que obteve imediato apoio do ambientalista francês. Jean-Michel destacou a importância de preservar a qualidade da água para o futuro ambiental do planeta e da humanidade. Para isso é cada vez mais necessário informar e educar, como é o objetivo do Museu.
Quase ao final do encontro ele lembrou uma frase de seu pai, Jacques-Yves Cousteau, que certa feita lhe disse: “as pessoas protegem aquilo que amam”. Disse também que “proteger a água é proteger a si mesmo”, frases que escreveu no Livro de Ouro da UFRGS.
fonte: Poavive.wordpress.com