29 maio 2010

Entidades intensificam campanha "O Morro é Nosso" na Redenção neste final de semana



Neste final de semana (29 e 30/5), o Semapi, a Apedema (Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente) e as associações dos moradores do Morro Santa Teresa estarão novamente no brique da Redenção para protestar, informar a população e recolher assinaturas para o abaixo-assinado contra a venda do Morro Santa Teresa. A banca da campanha estará na José Bonifácio, sábado e domingo, das 9h30 às 13h.

Dia 8 de junho o PL 388 começa a trancar a pauta de votação da Assembleia Legislativa. As entidades exigem a retirada do regime de urgência e um maior debate com a sociedade. Como está hoje, o projeto é apenas um cheque em branco para a governadora negociar o Morro Santa Teresa.

Participe da campanha O Morro é Nosso. Venha ao brique da Redenção neste final de semana. Envie mensagens aos deputados exigindo a retirada do regime de urgência e assine o abaixo-assinado contra a venda do Morro Santa Teresa, que também pode ser acessado eletronicamente:


http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/6198


Charge: Santiago

27 maio 2010

PL 388: MP recomenda retirada da urgência do projeto do governo Yeda



O Ministério Público recomendou à Casa Civil a retirada do regime de urgência do projeto que pede autorização legislativa para o Executivo Estadual vender área da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), localizada no Morro Santa Tereza em Porto Alegre. O MP argumenta que está tramitação uma ação civil pública que busca a regularização fundiária das vilas Ecológica, Gaúcha e Santa Tereza, que ocupam a área que o governo Yeda Crusius pretende alienar.

A iniciativa do Ministério Público repercutiu na sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (27). A deputada Stela Farias (PT) afirmou que a recomendação reforça a tese de que não é possível votar o projeto sem que as pendências fundiárias estejam regularizadas. ?Não é razoável votar a matéria de forma açodada, no apagar das luzes da atual administração e colocando em risco a situação das mais de mil famílias que vivem no local, frisou.

De acordo com a legislação nacional, os ocupantes têm direito de permanecerem no local. Além disso, a Constituição gaúcha prevê que as áreas do Estado que se encontrem subutilizadas ou não utilizadas sejam destinadas para a habitação. Segundo o MP, se a área da FASE encontra-se nessas condições ?tanto que se pretende aliená-la, deveria ser destinada para assentamento de população de baixa renda.

O deputado Raul Pont (PT) quer que a mesa diretora da Assembleia Legislativa assuma as negociações com o governo para a retirada do regime de urgência do projeto, que deverá ser votado dia 8 de junho. A mesa deve assumir esta tarefa para evitar constrangimentos e a própria desmoralização do Legislativo, caso aprove a matéria e suscite uma disputa jurídica entre o Estado e as famílias que ocupam a área, sublinhou.

Para ele, a aprovação da proposta do Executivo equivale a um tiro no pé do parlamento, que poderá enfraquecer ainda mais o processo legislativo.

Mogdema
Foto: Terreno da Fase, por Eduino Mattos

Para onde está indo nossa cidade? Debates e Ciclo de Cinema 1o Junho na Casa dos Bancários


Mostra de vídeos, exposições, debates. Essas e outras atividades estão previstas para acontecer em Porto Alegre a partir do dia 1º de junho, antecedendo a Semana do Meio Ambiente. Os eventos devem ser realizados durante o ano, através da série de encontros socioambientais e Ciclo de Cinema Socioambiental, organizado por trabalhadores e organizações sindicais, além de ativistas sociais e ambientais. "Pretendemos formar uma rede permanente de mobilização pela sustentabilidade, discutindo o futuro que queremos para nossas cidades", revela Paulo Mendes Filho, diretor do Semapi e secretário de Meio Ambiente da CUT/RS.


CAMPANHAS E PROJETOS:

Ainda para o dia 1º, acontece:

A largada será dada na Casa dos Bancários na terça, dia 1°. Com início às 14h, as entidades começarão os debates com uma série de atividades.

Primeira mesa: Para onde está indo a nossa cidade?
Participação de Denis Beauchamp, ambientalista, autor do livro “A casa limpa da faxineira ecológica”, EcoBairros; e Felipe Viana, Projeto Cinturão Verde - Zona Rural de Porto Alegre, Instituto Econsciência.

Lançamento da campanha “Para onde está indo a nossa cidade”, com apresentação da Interlig Propaganda.

Segunda mesa: A privatização do patrimônio público e a venda do Morro Santa Tereza
Com Jacques Alfonsín, advogado popular e educador - ONG Acesso Direitos Humanos; e Henrique Wittler, engenheiro, mestre em hidrologia e obras hidráulicas.

O lançamento da campanha "O Morro é Nosso", com apresentação da agência Engenho Comunicação & Arte,

A apresentação do projeto Museu das Águas, pela artista plástica Zorávia Bettiol integrante do do Comitê de Planejamento Urbanístico da Orla e da AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural),

Projeção do filme Lutzenberger - For Ever Gaia, seguido de debate com Frank Coe e Otto Guerra, diretores e Alexandre Freitas, da Fundação Gaia, às 19h.

CICLO DE CINEMA:

Entre os dias 1º e 13 de junho, no Cine Bancários e com entrada gratuita, acontece o ciclo de cinema socioambiental "Para onde está indo o nosso Planeta?", com a Mostra Terra em Transe. As sessões acontecem às 15h, 17h e 19h.

Está prevista a exibição dos seguintes filmes:

· Uma Verdade Inconveniente, de Davis Guggenheim (EUA/2006 /100 minutos)

· Koyaanisqatsi, de Godfrey Reggio (EUA/1982/ 87 minutos)

· Powaqqatsi, de Godfrey Reggio (EUA/1988 /100 minutos)

· Naqoyqatsi, de Godfrey Reggio (EUA/2002/89 minutos)

· O Dia Depois do Amanhã, de Roland Emmerich (EUA/2004/124 minutos)

· Terra, de Alastair Fothergill e Mark Linfield (EUA/ 2007/96 minutos)

· O Hospedeiro, de Bong Joon-ho (Coréia do Sul/2006/119 minutos)

· Migração Alada, de Jacques Perrin, Jacques Cluzaud e Michael Debats

· Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan (2008/ EUA/ 2008/91 minutos)

· Os Pássaros, de Alfred Hitchcock (EUA/1963/ 119 minutos)

· A Última Hora, de Nadia Conners e Leila Conners Petersen (EUA/ 2007/95 minutos)

· À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel (Brasil/2009/84 minutos)

· Lutzenberger – For Ever Gaia, de Frank Coe e Otto Guerra (Brasil/2007/52 minutos)

· Terceiro Milênio, de Jorge Bodanzky (Brasil/1981/90 minutos)

- e Amazonas, Amazonas, de Glauber Rocha (Brasil/1966/15 minutos)

Também farão parte da iniciativa encontros, seminário, curso de formação e sensibilização, intervenções, cinema, fotografia, teatro, música e campanhas de mobilização pela vida na cidade.

A Casa dos Bancários fica na rua General Câmara, 424, em Porto Alegre. Mais informações pelo

http://www.sindbancarios.org.br/site2007/cms/php/site_index_principal.php

04 maio 2010

Preservação volta à pauta da Assembleia Legislativa

Políticos e ambientalistas questionam conteúdos e deficiências de projetos de lei.

Volta à cena o Projeto de Lei 154/09, que altera a legislação ambiental do Estado. Na manhã desta terça-feira ( 4/5 ), na sala da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do RS, a primeira tentativa de aprovação foi frustrada pela ausência do relator, deputado Marquinho Lang (DEM). O projeto volta à apreciação na próxima semana.

Tanto o PL 154/09 como o PL 388/09, que autoriza a alienação do terreno da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do RS (Fase), em Porto Alegre, foram colocados na pauta da CCJ do dia. A este projeto será apresentada medida retificativa por parte do Governo do Estado, que teria propostas de emenda. Para prosseguir o trâmite, o projeto 388 precisa de novo relator, já que o deputado Iradir Pietrioski (PTB) assumiu como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), nomeado pela governadora Yeda Crusius no último dia 29 de abril.

"Há um boato de que o Governo vai mandar um projeto substituto ao 388 com regime de urgência", diz o deputado Raul Pont (PT), ao desacreditar que retorne à CCJ no prazo de um mês, estabelecido por lei. "É a lei. O projeto volta e a CCJ não conseguirá se pronunciar, pois tem que entrar numa fila de projetos a serem apreciados", lamenta Pont, ao antecipar que essa votação poderá ocorrer em Plenário.

Para o conselheiro estadual das Cidades e diretor de Habitação da União das Associações de Moradores de Porto Alegre (Uampa), Getúlio Vargas Jr, a relatoria do "novo" PL 388/09, que conterá as emendas do Executivo, deve ficar a cargo do deputado Luís Augusto Lara (PTB). "Como ele é candidato ao Governo do Estado, vai escutar as comunidades", diz.

MOBILIZAÇÕES

Sobre o também polêmico projeto da Fase, como é chamado, trata-se de uma área de 73 hectares, situada na avenida Padre Cacique, "de grande valor imobiliário, por ser foco da expansão da especulação imobiliária para Copa 2014, e que integra o projeto de ocupação/privatização da Orla do Guaíba", critica Felipe Amaral, do Instituto Biofilia que, ao lado do Núcleo Amigos da Terra Brasil e do Centro de Estudos Ambientais, integram a Coordenação Executiva da Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente. A Apedema/RS está mobilizando a sociedade a partir de uma ação via internet (ciberativismo), enviando e-mails aos deputados pela não aprovação desses projetos.

"Esse famigerado projeto 154 foi ressucitado, a partir de pedido de preferência do deputado Luiz Fernando Záchia (PMDB)", diz Amaral, ao analisar que a proposta de alteração da legislação ambiental gaúcha "encontrava-se parado na AL, após a grande mobilização da coletividade, especialmente das entidades ambientalistas gaúchas". Para ele, o pedido de prioridade é uma estratégia para dividir as atenções, pois neste dia também esteve em pauta o PL 388. "É um atentado à coletividade", afirma.

PROBLEMAS QUE NÃO JUSTIFICAM

Para o deputado Raul Pont, o PL 388 "está cheio de problemas", como a ausência de avaliação do preço mínimo do terreno. "Uma venda de bens públicos só se justifica se há correspondência entre o que é vendido e o que será feito", observa, ao questionar ainda a falta de Eia-Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental), sem considerar a situação em que vivem antigos moradores, a preservação ambiental e o destino dos adolescentes que hoje estão sob os cuidados da Fase.

A urgência de votação do projeto também é questionada por Raul Pont, em razão dos cinco anos previstos para conclusão das obras das unidades descentralizadas no interior. "Essa prioridade não se justifica", afirma, "assim como o valor da área, calculado por uma empresa de instalação elétrica e construção civil e apresentado pelo Governo". Segundo o deputado, a área de 73 hectares está calculada em R$ 79 milhões, enquanto que os dois hectares do Estádio dos Eucaliptos, na parte baixa do Menino Deus e próximo ao Morro da Fase, está calculado em R$ 23 milhões. "É um disparate".

Pont sugere ainda a utilização de recursos do Fundo de Previdência Orçamentária, gerado em parte pela venda de ações do Banrisul, na execução dos projetos de construção das unidades descentralizadas. "Quase 1 bilhão de reais (R$ 984 milhões) foi sacado do Fundo, que estava destinado a complementar a folha de pagamento da previdência do Estado, num cálculo aprovado pela Assembleia de 1/84 avos, sendo retirada uma parcela a cada mês", explica o deputado. Segundo ele, "cerca de 7% desse valor constroi todas as unidades previstas e não precisa ocupar o Morro da Fase nem o prazo de cinco anos"

Para o deputado, seria aconselhável a venda de cerca de 10 hectares do Morro, "as áreas melhor localizadas, para ver como se comporta o mercado. Fazer só uma licitação, sem permuta, colocando como contrapartida a destinação de uma área para parque ou praça pública", observa, ao reafirmar a venda correspondente ao valor calculado pela empresa contratada, "e não o morro inteiro".

RESERVA LEGAL MUNICIPAL

"A legislação do município deve ser cumprida", afirma o vereador Beto Moesch (PP), que acompanha o trâmite dos projetos. Para ele, as Áreas de Preservação Permanente sempre foram negligenciadas pelo poder público municipal e estadual. "Há mais de 30 anos, o Morro da Fase tem sido agredido com as ocupações irregulares. Essas famílias precisam ser reassentadas, pois estão em área de risco e de preservação", observa o vereador.

Moesch, que também é autor do Projeto de Lei que cria a Reserva Legal Urbana, que garante a preservação de 20% da área de todo empreendimento, reafirma a competência do município em exigir a preservação das APPs. "É preciso respeitar os atributos ambientais da área, com suas espécies endêmicas e remanescentes, e reassentar as famílias", defende Moesch.

Nos 73 hectares que compreendem a área do PL 388, vivem cerca de quatro mil famílias, um total aproximado de 20 mil pessoas, distribuídas nas comunidades Ecológica, Gaúcha, Prisma, União, Cruzeiro e dos Funcionários.

Os morro e matas existentes no âmbito do município de Porto Alegre são patrimônio da cidade, conforme Lei Orgânica, cap. VII, artigo 240. De acordo com a Lei Federal 4771/65 e Resolução Conama 303/02, no morro Santa Teresa há APPs vinculadas a cursos d´água e nascentes, assim como as cotas de topo de morro. As áreas de vegetação nativa, 23 hectares de mata, predominante matas ciliares e nas encostas do morro, têm espécies com acentuado grau de endemismo, além de 14 hectares de campos, também com espécies raras.

De acordo com dados da Apedema, na área da Fase registra-se um total de 17 espécies com status de conservação em ambiente natural. Destas, 13 constam da Lista Oficial de Espécies da Flora do RS Ameaçadas de Extinção (Decreto Estadual nº 42.099, de 31 de dezembro de 2002), uma na categoria provavelmente extinta, três na categoria em perigo e 10 na categoria vulnerável. "As espécies encontradas na área são de extrema relevância para a conservação ambiental, fazem parte do contingente endêmico da flora insular que habita os morros de Porto Alegre, em nível de extrema raridade, estão oficialmente ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul", destaca o documento encaminhado aos deputados gaúchos de todas as bancadas.

O Movimento Ecológico Gaúcho, em manifestação via ciberativismo, repudia "a iniciativa articulada do capital especulativo imobiliário que está sitiando a Orla do Guaíba, privatizando os espaços públicos e restringindo o livre acesso à população, mercantilizando a paisagem, degradando o ambiente".


Mais informações pelo

Ecojornalista Adriane Bertoglio Rodrigues adriane.jornalista@agapan.org.br


02 maio 2010

Dia 4 de Maio às 9 horas: Todos na Assembléia Legislativa! Votação da PL 154 (Codigo Ambiental) e PL 388 (Doação da FASE)

Companheirada

Convocamos a todos e todas que puderem a comparecer na próxima terça-feira,4/05, 09 horas, 04º andar da Assembléia Legislativa/RS, na Comissão de Constituição e Justiça, pois devido a pedido de preferência feito pelo Dep. Záchia, o famigerado PL 154/2009 (aquele que altera todo o Código Estadual de Meio Ambiente Gaúcho)será novamente apreciado e provavelmente votado. O PL 154 encontrava-se parado na AL, após a grande mobilização da coletividade, especialmente das entidades ambientalistas gaúchas.

Tal pedido é uma estratégia para dividir as atenções, pois neste dia (e nesta mesma reunião) também estará em pauta o PL 388 (aquele que autoriza a alienação da área da FASE-Padre Cacique em Porto Alegre). Trata-se de uma área de 73 hectares, situada na Avenida Padre Cacique, área de grande valor imobiliário, por ser foco da expansão do capital especulativo imobiliário para Copa 2014, e integra o projeto de ocupação/privatização da Orla do Guaíba.

É um descalabro, um atentado a coletividade tais propostas.

Apedema
ASSEMBLÉIA PERMANENTE DE ENTIDADES EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE

AGAPAN explica:

O que se propõe a PL 154? (resumo)

1 – Reduzir as metragens relativas às APPs (Areas de Proteção Permanente) no entorno dos mananciais caracteriza retrocesso sócio-ambiental, passível de ser contestado em ação direta de inconstitucionalidade, gerando insegurança jurídica, além de representar ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1°, III, CF/88).

2 – Vedar ao Batalhão de Polícia Ambiental o poder de autuação relativo a infrações contra o meio ambiente e permitir somente ao órgão licenciador esse mesmo poder desarticula o sistema de proteção ambiental e fragiliza as atividades de prevenção, repressão e reparação dos danos ao meio ambiente;

3 – É inconstitucional a legislação estadual que reduz o grau de proteção pré-estabelecido em nível federal para as áreas de preservação permanente;

O que propõe o PL 388 Doação da Fase:

1 - Autoriza permuta de área pública no Morro Santa Teresa, hoje ocupada pela FASE – Fundação de Atendimento Sócio-Educativo – com avaliação abaixo do mercado, feita por empresa terceirizada, do valor de CR$79.376.000,00 por 74 hectares em zona nobre da cidade, sendo que apenas os DOIS hectares do antigo Estádio dos Eucaliptos, estão avaliados em R$20.000.000,00!

2- O Estado não pode negociar área de reserva de ambiente natural, artigos 250 e 259 da Constituição Estadual e segundo Códigos de Meio Ambiente e Florestais do estado e da UNIÃO, assim como isso também fere a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.

3-O imóvel possui, segundo a Fundação Zoobotânica, curso dágua, nascente, várias espécies da flora e fauna gaúcha ameaçadas de extinção.

4- Tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública ação que o Ministério Público move contra o estado e a FASE em função da área onde o povo vive em situação de risco em seus imóveis (processo 109009359480).