29 abril 2010

Caleidoscópio socioambiental: aspectos da região de confluência do Lago Guaíba e Laguna dos Patos.



Esta ação de extensão visa apresentar e debater aspectos socioambientais da região de confluência do Lago Guaíba e Laguna dos Patos, discutindo a questão dos territórios Guarani e de pescadores artesanais na região. A ação será desenvolvida a partir de três atividades:

1) Painel “A questão ambiental na confluência do Lago Guaíba e Laguna dos Patos: o caso dos Guarani e Empresas Papeleiras”.

Painelistas: Vicente Medaglia (ONG Ingá), Doutoranda Patrícia Binkowski (TEMAS/PGDR) e Biólogo Rodrigo Cossio (AEPIM/DESMA).

Debatedor: Prof. Cleyton Gerhardt (UFRGS)

Dia: 08 de maio
Horário: 9h
Local: auditório da Faculdade de Economia
Proponente: DESMA/PGDR

2) Saída de campo para o Lami para conhecimento da realidade socioambiental - a saída acontecerá no dia 23 de maio durante todo o dia. A saída terá o custo das refeições.

3) Debates a partir da ferramenta de ensino a distância Moodle, que acontecerão entre o dia 08 e 30 de maio.

A inscrição pode ser realizada em todas as etapas, totalizando 15h ou em por etapa. O custo será de R$5,00 para a emissão dos certificados.

A inscrição deve ser realizada no site: http://www1.ufrgs.br/extensao/inscricoes/ins_verifica_acao.php?codacao=16382&pularapresentacao=S&origem=http://www1.ufrgs.br/extensao/inscricoes/ins_inscricao.php

Imagem: fototeca ufrgs
Imagem do RADARSAT-1 da desembocadura da Laguna dos Patos, região sul do Brasil.
Imagem obtida em 24/abril/1998

(Imagem cedida pelo Canada Centre for Remote Sensing)

Radio Ipanema Comunitaria: 1ª Conferência dos Povos sobre Mudanças Climáticas e pela Mãe Terra

As militantes do Núcleo Amigos da Terra Brasil Camila Moreno e Lucia Ortiz, falam neste sábado no programa Cidadania Ambiental da Ipanema Comunitária 87,9, a partir do meio-dia. Ambas estiveram em Cochabamba, Bolívia, entre 18 e 22 de abril para participar da 1ª Conferência dos Povos sobre Mudanças Climáticas e pela Mãe Terra que reuniu mais de 35 mil pessoas, representantes de organizações e movimentos sociais de 140 países.


Conversam também com os ouvintes sobre Belo Monte, Governo Lula, Eleições e o mega-negócio imobiliário que está em vias de ser aprovado em Porto Alegre sob a motivação de favorecer a política de proteção ao jovem. A entrevista foi originalmente transmitida ao vivo na noite desta terça-feira, 27/4.

O aniversário de 39 anos da AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural também é citado e comemorado.

O programa também será colocado à disposição pela Rádio Mundo Real, dos Amigos da Terra Internacional.


Cidadania Ambiental é produzido e apresentado pelo jornalista João Batista Aguiar. Na mesa de som, Lothar Gutierrez.


Serviço:


* - Cidadania Ambiental - sábado, entre meio-dia e uma da tarde.
* Entrevistados em 1º de maio de 2010: Camila Moreno e Lúcia Ortiz, dos Amigos da Terra Brasil.

* Para contato com a produção do programa: radio@ipanemacomunitaria.com.br .


* Toda a programação da emissora comunitária também está disponível na Internet - http://www.ipanemacomunitaria.com.br .

27 abril 2010

AGAPAN: 39 anos



Há trinta e nove anos iniciava a fundação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, AGAPAN, em Porto Alegre com a reunião de Lutzenberger, Carneiro e muitos outros pioneiros na divulgação dos princípios ecológicos no Brasil.

As conquistas foram muitas, porém a cada dia nos deparamos com desafios cada vez mais complexos.

Nossa consciência nos diz: Não podemos parar! Precisamos cada vez de mais pessoas associadas trabalhando conosco na preservação do ambiente natural. Refletindo e buscando saídas para os problemas ambientais.

Venha fazer parte desta história você também.

Valeu a pena!!! He! He!

Ouça o vídeo hoje e comemore conosco: "Pescador de Ilusões" do Rappa.


Comunicação

15 abril 2010

Programação do CCCEV pelo Dia Nacional da Botânica irá relembrar o despertar da consciência ecológica no Brasil

Foto: Dayrel sobe na árvore


Coincidindo com o Dia Nacional da Botânica, celebrado a 17 de abril, o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV) promoverá programação que relembra o despertar da consciência ecológica no Brasil. Exposições e debates têm o propósito de enaltecer a flora brasileira e de reverenciar o aniversário de 35 anos da primeira manifestação ecológica nacional, protagonizada por Carlos Alberto Dayrell, sócio da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), que impediu o corte de uma árvore Tipuana em Porto Alegre

O Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV) irá relembrar, através de debates, exibição de programa do Canal Futura e exposições, o despertar da consciência ecológica no Brasil. Entre os dias 14 e 22 deste mês, coincidindo com o Dia Nacional da Botânica, celebrado a 17 de abril, a programação do CCCEV terá como fio condutor o aniversário de 35 anos da primeira manifestação ecológica nacional, protagonizada pelo engenheiro agrônomo Carlos Alberto Dayrell que, em 25 de fevereiro daquele ano, impediu o corte de uma árvore Tipuana em Porto Alegre, situada na Avenida João Pessoa, em frente à Faculdade de Direito da UFRGS. Naquela data, funcionários da Secretaria Municipal de Obras estavam cortando dezenas de árvores para construir o viaduto Imperatriz Leopoldina.

Reprimido violentamente pela força policial da época, o gesto espontâneo de Carlos Alberto Dayrell, então estudante de engenharia elétrica da UFRGS, de subir em uma árvore para protegê-la das motosserras, foi um marco na luta pela defesa do meio ambiente e aproximou adeptos. A capital gaúcha foi, portanto, pioneira nas ações de defesa ecológica e a iniciativa acarretou na criação da Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre (Smam) – a primeira do País em nível municipal. O protesto ecológico passou para a posteridade e provocou outras mudanças, como a de considerar, já no projeto, o impacto ambiental que uma obra causará.

No CCCEV, este marco na salvaguarda da vida vegetal será reverenciado à altura de sua importância. No próximo dia 14, às 10h, haverá a abertura da exposição O Despertar da Consciência Ecológica, na qual estará reunida a cobertura jornalística efetuada ao longo dos últimos 35 anos sobre o “caso Carlos Alberto Dayrell”. No dia 15, às 18h, será exibido episódio do programa “Um Pé de Que?”, veiculado há seis anos pelo Canal Futura, com abordagem sobre o caso. Apresentado pela atriz Regina Casé, a exibição de “Um Pé de Que? Tipuana” será seguida por um debate com o jornalista Sérgio Becker (primeiro repórter a chegar ao cenário do protesto de Dayrell) e o agrônomo e fotógrafo Paulo Backes. Em 22 de abril, a partir das 10h, terá início a exposição Ave, Flor – do livro homônimo de poemas de Cleonice Bourscheid, com ilustrações botânicas da artista Anelise Scherer. Com entrada franca, a programação tem realização e curadoria do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e recebe apoio da Fundação Gaia, do Canal Futura, Ar do Tempo e Grupo CEEE.

Exposição Ave, Flor

De 22 de abril a 15 de maio, a exposição Ave, Flor poderá ser conferida no terceiro andar do CCCEV, na Sala Memorial Erico Verissimo. Na dimensão de 80x80, o público poderá admirar 12 imagens e dez poemas retirados do livro homônimo de poemas de Cleonice Bourscheid, com ilustrações botânicas da artista Anelise Scherer. Com prefácio de Armindo Trevisan, o livro Ave, Flor enaltece a flora brasileira ao abarcar 50 poemas e 32 imagens. A edição do livro e a curadoria da exposição é de Alfredo Aquino.

Saiba mais sobre Carlos Alberto Dayrell

O responsável pelos primórdios do movimento ecopolítico no Brasil trocou a engenharia elétrica pela profissão de engenheiro agrônomo, trabalhando atualmente com agroecologia junto a comunidades tradicionais. Natural de Minas Gerais, Carlos Alberto Dayrell chegou a Porto Alegre em 1970, para trabalhar no Banco Mineiro do Oeste, posteriormente comprado pelo Bradesco. Residiu na capital gaúcha até 1976, quando, em virtude de problemas de saúde, retornou a Minas Gerais e obteve uma transferência para a Universidade Federal de Viçosa.

À época do famoso episódio de 1975, Dayrell era sócio da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e morava na Casa do Estudante, em frente a Faculdade de Direito da UFRGS. Hoje, 35 anos depois do ato provocado por Dayrell, a árvore da Avenida João Pessoa continua no local, simbolizando o início de uma mudança de consciência. No dia de seu protesto, o jovem estudante estava saindo de casa e sentiu-se chocado com as várias árvores caídas ao chão. O fato foi notícia nos principais jornais brasileiros e a foto foi utilizada na capa do diário O Estado de São Paulo.

Saiba mais sobre os debatedores

A idéia desta programação no CCCEV partiu do jornalista Sérgio Becker, que propôs a exibição do episódio Tipuana, do programa “Um Pé de Que?”, veiculado pelo Canal Futura. O material jornalístico que estará disponível na exposição O Despertar da Consciência Ecológica, reúne, inclusive, o acervo do jornalista que, em 1975, trabalhava na sucursal de O Estado de São Paulo. Sérgio Becker conta que soube da manifestação por acaso. Ele passava de ônibus pelo local do protesto e decidiu acompanhar aquele manifestante em cima de uma árvore. Foi o primeiro repórter a noticiar o acontecimento. “Sinto-me no dever de relembrar aquele inesquecível 25 de fevereiro para as novas gerações”, justifica.

Nascido em 1945, Becker graduou-se em Jornalismo pela UFRGS e exerceu a profissão por mais de 30 anos. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Zero Hora e nas sucursais de Porto Alegre de O Estado de São Paulo e O Globo, entre outros veículos. Do jornalismo evoluiu para a literatura, dedicando-se à pesquisa histórica e à poesia. Sérgio Becker atribui aos seis anos em que trabalhou na sucursal de Porto Alegre do jornal O Estado de São Paulo, durante a década de 70, o seu melhor período de exercício profissional, quando entrevistou José Lutzemberger, Brizola, Luís Inácio Lula da Silva, Nelson Marchezan, Paulo Brossard e Pedro Simon. Além da primeira manifestação ecológica nacional protagonizada por Dayrell, participou de dezenas de coberturas jornalísticas, como o enterro do ex-presidente João Goulart, em 1976.

Agrônomo, fotógrafo, paisagista e pós-graduado em Botânica pela UFRGS, Paulo Backes cria e participa de projetos editoriais, como o Atlas Ambiental de Porto Alegre, Lutzemberger e a Paisagem, entre outros. Idealizou e ministrou por três anos o curso de Fotografia Ambiental na UFRGS e atua como fotógrafo comercial, atendendo agências de publicidade e editoras. Backes é colaborador eventual de jornais e revistas e administra um arquivo com mais de 20 mil imagens das paisagens naturais e culturais do Cone Sul.

O que: programação pelo Dia Nacional da Botânica do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo que inclui exposições, debate e exibição de documentário.

Quando: de 14 a 22 de abril. A exposição Ave, Flor ocorre de 22 de abril a 15 de maio.

Onde: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV), localizado à Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico.

Quanto: entrada franca.

Observação: no dia 15 de abril, às 18h, será exibido o episódio “Um Pé de Que? Tipuana”, produzido pelo Canal Futura. Em segudia, haverá sessão comentada com participação do jornalista Sérgio Becker e do agrônomo e fotógrafo Paulo Backes.

Curadoria e realização: CCCEV.

Apoio: Fundação Gaia, Canal Futura, Ar do Tempo e Grupo CEEE.

O que: exposição O Despertar da Consciência

Quando: De 14 a 24 de abril, com horário de visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h.

Onde: Sala O Retrato, no 4º andar do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV), localizado à Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico.

Quanto: entrada franca.

Curadoria e realização: Sérgio Becker.

Apoio: CCCEV e Grupo CEEE.

O que: exposição Ave, Flor

Quando: De 22 de abril a 15 de maio, com horário de visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h.

Onde: Sala Memorial Erico Verissimo (3º andar) do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV), localizado à Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico.

Quanto: entrada franca.

Curadoria e realização: Alfredo Aquino.

Apoio: CCCEV e Grupo CEEE.


foto: ZHora on line

13 abril 2010

Zorávia Bettiol no Cidadania Ambiental


A renomada artista plástica gaúcha e ativista social ZORÁVIA BETTIOL estará na Ipanema Comunitária na próxima terça-feira em entrevista AO VIVO no programa Cidadania Ambiental. O programa vai ao ar às 20h, sendo retransmitido no próximo sábado, 17/4, a partir do meio-dia.

A rádio pode ser escutada na frequência FM 87,9 no bairro Ipanema e arredores ou também via Internet, no endereço
www.ipanemacomunitaria.com.br. O Cidadania Ambiental é produzido e apresentado pelo jornalista João Batista Aguiar. Na mesa de som, estará Lotar Gutierrez.

Zorávia há mais de 50 anos está envolvida com as artes plásticas produzindo obras em gravuras, desenhos, instalações, arte-texto e outras técnicas. Paralelamente, sempre se manteve atuante com as questões do seu tempo. Na década de 80, participou da AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural. Antes, liderou o Movimento Gaúcho em Defesa da Cultura, e depois foi presidente da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, entre outras associações. Ultimamente está se envolvendo também em luta dos cidadãos contra a descaracterização de Porto Alegre pela entrega de algumas áreas de grande valor ecológico e paisagístico à especulação imobiliária. Zorávia dá cursos de desenho artístico em seu Atelier e vai contar aos ouvintes da Ipanema Comunitária o que se pode fazer para impedir que Porto Alegre torne-se uma selva de pedra.

Serviço:

Programa Cidadania Ambiental com Zorávia Bettiol
  • Terça-Feira, 13/4/10, a partir das 20 até às 21h na Rádio Ipanema Comunitária - 87,9 Mhz ou www.ipanemacomunitaria.com.br.
  • Retransmissão no sábado, 17/4/10, a partir do meio-dia.

11 abril 2010

"Conhecendo o Guaíba": planejar e preservar com sensibilidade ambiental





O Comitê Multidisciplinar de Planejamento Urbanístico da Orla do Guaíba, na última quarta-feira (7), promoveu palestra com o tema "Conhecendo a Orla do Guaíba", na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RS). Participaram Teresinha Guerra, geóloga e doutora em Geoquímica Ambiental, que representou o Comitê do Lago Guaíba; Israel Barcelos de Abreu, geólogo e mestre em Hidrologia e Saneamento; Rualdo Menegat, geólogo, doutor em Ecologia da Paisagem e coordenador geral do Atlas Ambiental de Porto Alegre; Astélio Bloise dos Santos, ex-comodoro do Clube Veleiros do Sul; e Nanci Begnini Giugno Alves, engenheira e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental do RS (Abes). O Comitê Multidisciplinar é coordenado pela artista plástica Zoravia Bettiol, e reúne, entre várias entidades, o Movimento em Defesa da Orla do Guaíba, a AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), a Abes e diversas Associações de Moradores de Porto Alegre.

Os palestrantes apresentaram estudos sobre as riquezas ambientais de Porto Alegre e salientaram sobre a necessidade urgente de planejar sua preservação. Cada palestrante trouxe sua visão de estudo sobre o Guaíba e suas particularidades, "que tornaram a palestra recheada de descobertas para o público", observa Sylvio Nogueira, do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (Mogdema) e um dos coorden
adores do Movimento em Defesa da Orla.

Velejar no Guaíba

"Dos 1.500 barcos que navegam por mês no Guaíba, velejam cerca de 30 mil pessoas. Somente este pequeno grupo tem a visão do rio-lago. Num dia lindo, com muito vento como hoje, quantas pessoas tiveram acesso ao Guaíba? Poucas. Se ampliarmos essa visão da água para a cidade toda, vamos ter uma visão mais crítica sobre a construção que queremos para a Porto Alegre do futuro. Um exemplo de preservação são as marinas da Europa, em Barcelona na Espanha, que com ajuda dos pescadores do Mediterrâneo buscaram minimizar os impactos. Temos que pensar o impacto que teremos se fizermos um novo Cais do Porto, se houver necessidade de uma nova construção de Cais", comentou Israel Barcelos de Abreu, geólogo, mestre em hidrologia e saneamento e doutor em Ciência pela Universidade de Barcelona (Espanha).

Admirar a paisagem

"Admirar a paisagem é um importante exercício de biopsicologia humana, para a nossa higiene mental. A forma como as cidades se formaram impede que ocorra a admiração da paisagem. Deixamos de admirar e pensar no futuro. Precisamos recuperar a capacidade naturalista de observar", comentou o professor Rualdo.


Guaíba em risco: Moratória

"O Lago Guaíba é um manancial de riquezas, e não precisamos enumerar muitas qualidades, somente uma responde por todas: sua capacidade de gerador de água potável. Ele merece toda atenção e cuidado. O Guaíba é de toda a Região Metropolitana, com quatro milhões de pessoas, não é só de Porto Alegre, mas de uma megacidade. Com essa visão, temos que assumir outro contexto de gestão e assumir a cultura de megacidade. O Guaíba está em alto risco. Assim como as chuvas abalaram o Rio de Janeiro nesta semana, por falta de planejamento, Porto Alegre também não está preparada. Deveríamos pedir uma "moratória geral para o Guaíba", para que se pare, planeje e preserve: o Guaíba está muito contaminado no fundo. O volume de esgoto que entra no Guaíba, tanto o doméstico (79 vezes o seu volume anual) e o esgoto industrial (14 vezes o volume do Guaíba anual), é alarmante. Precisamos parar com isso e repensar. Precisamos dar um tempo ao Guaíba, comentou o professor Rualdo Menegat, professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da Ufrgs, e geólogo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Pesquisa sobre visões do Guaíba


Teresinha Guerra apresentou o Diagnóstico da Bacia Hidrográfica do Guaíba, demonstrando como foi ocupado e que população ocupa a bacia. O grupo que mais demonstrou um sentimento próximo da natureza, no estudo, foi o de pescadores. "Eles se apegam muito ao sentimento de pertencer ao rio. Já outros grupos vêem o rio de outra forma, mais preocupados com seus negócios e menos reflexivos sobre o impacto destrutivo que possam estar causando. A população da capital é um grupo heterogêneo, tem grupos que querem fazer alguma coisa, com pensamento de usufruir ao máximo possível. Mas tem outros que vêem o Guaíba como algo parado na paisagem e distante".

"O Guaíba precisa ter suas praias mapeadas, identificadas, pois são da comunidade e não podem ser poluídas. As praias e enseadas, pontais de granito, estão com um grande deposito de resíduos. Temos que ter um plano de manejo na Orla, em um círculo de 10 kms das Ilhas, por exemplo".

"Cada área de preservação depende de um plano de manejo, para ser pensado e discutido sobre o que vai acontecer ali naquela área. Pensar em como é possível melhorar a Orla, já urbanizada com a infraestrutura do Cais do Porto ao rio Gravataí, e pensar inclusive na estética". Teresinha Guerra, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Guaíba de contrastes

"O Guaíba é cheio de contrastes. Suas margens, sem vegetação, é onde está ocorrendo o crescimento do mexilhão dourado, que representa um risco à saúde. Precisamos pensar em quais são os usos conflitantes. É preciso que as pessoas sintam e percebam mais o Guaíba". Nanci Begnini Giugno Alves, engenheira, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes/RS) e ex-presidente do Comitê do Lago Guaíba.

O Guaíba de ontem e de hoje

Astélio contou suas experiências com o Guaíba, desde sua infância, das pescarias, das mudanças e agressões que presenciou. Lembrou os arroios que levam suas águas, mas também areia e muita sujeira para o Guaíba. Destacou que para melhor conhecer o Guaíba é necessário ler os livros "Descobrindo o Guaíba" e "O Guaíba e a Lagoa dos Patos" de Geraldo Knippling. Astélio Bloise dos Santos, presidente da Ambi (Associação de Moradores do Bairro Ipanema) e ex-comodoro do Clube Veleiros do Sul.

Os próximos eventos realizados pelo Comitê serão divulgados. Nosso objetivo é sempre no sentido de que mais pessoas da comunidade possam conhecer para defender. Conhecer as riquezas e os riscos que o nosso Guaíba está sofrendo e as alternativas que a população tem para salvá-lo. Sim, a responsabilidade é de toda população para conseguirmos chamar a atenção das autoridades competentes para a importância do assunto.

Comitê Multidisciplinar de Planejamento Urbanístico da Orla do Guaíba

Grupo de Comunicação


Fotografia: César Cardia